Capítulo 4

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Gabriel

E cá estou eu no intervalo cercado por pessoas falsas, já que o Maurício faltou e Lucas e Rafael estão em outra mesa. Eu estou cansado dessas "amizades" tóxicas que me rodeiam, pessoas que só enxergam em mim minha parte superficial.
Levanto-me para sair dali e sou puxado por uma garota, ou melhor, Melissa. Melissa é uma amiga que conheço desde os 6 anos de idade, ela é uma garota que possui cerca de um metro e sessenta e cinco centímetros, olhos verdes, cabelos castanhos e um corpo bonito. Para falar a verdade, acho ela realmente linda! Porém nunca senti algo a mais que amizade pela mesma. As pessoas dizem que ela sente algo por mim, entretanto não acredito nisso. Entre eu e Melissa nunca será mais que amizade.

-Para onde você vai, Gab? -Melissa pergunta focando seus olhos verdes nos meus, enquanto pega com sua mão esquerda em meu braço direito.

-Vou andar por aí, quero relaxar um pouco. -respondo. Ela solta meu braço e se levanta, ajeitando sua calça jeans. -O que você vai fazer? -pergunto confuso com sua atitude.

-Vou com você, oras. -ela responde óbvia.

-Não precisa, Melissa. Prefiro ir sozinho. -respondo e a mesma resmunga um "ok" e senta-se novamente. Melissa é uma das minhas amizades mais antigas, e falo com tranquilidade que sei que ela não é minha amiga por interesse.

Ando pelos corredores da escola pensando quando eu irei encontrar amigos verdadeiros (além dos garotos e de Melissa). Estou cansado de ter pessoas que só estão ao meu lado por puro interesse, isso me cansa.
Saio dos meus pensamentos com alguém chamando meu nome, me viro para ver quem é.

-Gabriel, podemos conversar? -o treinador do time de futebol, Jorge, pergunta.

-Claro. Sobre o quê o Senhor quer tratar? -pergunto tranquilamente, pois deve ser qualquer assunto do time ou algo do tipo.

-Sua vaga no time. -ele responde deixando-me aflito, pois pensei que fosse algo relacionado ao time, mas não sobre a minha vaga nele.

-Como assim, treinador? -indago nervoso.

-Você ficou aprovado para o segundo ano do ensino médio, porém na última etapa do primeiro ano ficou com uma nota baixíssima em matemática, e você sabe muito bem que para permanecer no time precisa ter notas excelentes. Portanto essa nota pode lhe tirar do time de futebol. -ele responde. Estou em choque, o time é uma das coisas mais importantes para mim, eu amo jogar futebol. Preciso dar um jeito nisso.

-E o que eu posso fazer para reverter essa situação? -pergunto.

-Você terá a oportunidade de fazer outro teste para melhorar sua nota, porém como percebi que suas menores notas são na disciplina de matemática, recomendo que procure alguém para lhe ajudar. Verifiquei quem possui as melhores notas em matemática na sua sala e vi que é a aluna Eduarda Menezes, pensei que você poderia falar com ela para a mesma lhe ajudar. -diz o treinador. Eduarda Menezes. Seria interessante ter aulas com ela relembrando alguns fatos. Posso ter a oportunidade de mudar minha imagem.

-Ok, muito obrigado pela segunda chance, treinador. -agradeço e vou para o refeitório a procura dos meninos para me ajudarem nessa missão.
Chegando no refeitório vejo os dois em uma mesa com Eduarda e Rafaela.

-Olá meninas. -cumprimento as duas que mexiam em seus celulares e logo depois, direcionam seus olhares para mim. Rafaela me responde um "oi" e Eduarda apenas assente com a cabeça, voltando sua atenção para seu celular. -Preciso falar com vocês. -digo referindo-me a Lucas e Rafael.

-Ok. -respondem em uníssono. Eles levantam da mesa e se aproximam de mim. Fomos para um lugar mais reservado e iniciamos a conversa.

-Estou com risco de perder a vaga no time. -vou direto ao ponto. Os dois me olham assustados. Quando eles iam falar algo os interrompo. -Porém vocês podem me ajudar.

-Como? -pergunta Rafael e vejo a preocupação em seu olhar.

-Fiquei com uma nota baixa em matemática, ou seja, posso perder a vaga. Porém posso continuar no time se eu fizer outra prova e recuperar a nota. Entretanto como vocês sabem, eu sou péssimo em matemática, e a amiga de vocês é conhecida como "calculadora ambulante", e como quero provar para ela que não sou quem ela pensa que sou, achei que vocês poderiam me ajudar convencendo-a. E claro, quero melhorar minha nota. O que acham? -explico rapidamente. Eles pensam e logo me dão uma resposta.

-Podemos te ajudar, mas não sabemos se ela irá aceitar. -diz Lucas.

-Entretanto como você é nosso melhor amigo, faremos o possível. -completa Rafael.

-Obrigado! Fico devendo isso para vocês. -agradeço e abraço os mesmos.

Eles voltam para o refeitório e eu vou para o lugar onde gosto de "esfriar a cabeça". O lugar é bonito. Localiza-se atrás da escola aonde tem um gramado extenso, um lago e algumas árvores... agora voltando ao foco, Eduarda Menezes verá que eu não sou quem ela pensa e isso me deixa de certa forma aliviado.

Apenas 16 anosOnde histórias criam vida. Descubra agora