Capítulo 10

20 2 0
                                    

Eduarda

Ele acabou distraindo-se em um certo momento, e não percebeu quando Felipe adentrou no quarto que estava com a porta arrombada. Meu irmão ficou uns segundos paralisado, apenas encarando as costas de meu pai, que falava frases das quais eu nem me importava de entender, eu apenas queria sair dali. Felipe então, desviou seus olhos para os meus, percebendo que eu queria sair dali urgentemente.

-Pai? -ele chamou, fazendo com que nosso pai olhasse para ele, totalmente assustado, vendo então a sua situação.

-Filho, não é o que vo...- meu pai não pôde concluir e frase, pois foi atingido por um soco em seu nariz, fazendo que ele perdesse o equilíbrio e caísse. Eu aproveitei o momento, e me aproximei de Felipe que logo abraçou-me, e ali, nos braços de meu irmão eu me senti segura.

-Suma daqui. -Felipe disse para meu pai que já estava de pé. -Nós não falaremos isso para ninguém, além de nossa mãe, porém você terá que sumir, e nunca mais voltar! -ele completou.

-Por que não me entrega logo para a polícia, eu sei que você quer fazer isso. -meu pai respondeu simples, como se fosse a coisa mais normal no mundo.

-Porque você é meu pai, e infelizmente, eu amo o você, mas peço que suma de nossas vidas... para sempre. -meu irmão respondeu firme, segurando em minha mão. Olhei para os olhos do mesmo e vi lágrimas formando-se, entretanto ele permaneceu firme, encarando nosso pai.

-Eu voltarei, podem ter certeza. E você -ele disse apontando para mim -Terminará seu serviço comigo. -completou com um sorriso no canto dos lábios e logo depois, encaminhou-se para a porta. Suas palavras fizeram com que mais lágrimas corressem por meu rosto. Então Felipe largou minha mão e, com ajuda de um porta retrato de vidro que estava em minha cabeceira, acertou a cabeça de nosso pai. Um golpe que sabíamos que não seria fatal, foi apenas para apagar ele por um tempo.

-Ligue para a polícia. Ele pode até ser nosso pai, porém além disso, transformou-se em um mostro para mim. -Felipe disse pegando nos braços de meu pai e o arrastando para algum cômodo da casa.

Tirei forças de onde não haviam, e liguei para a polícia contando o ocorrido. Logo eles chegaram, e junto deles minha mãe que foi avisada logo depois da polícia do que acontecera. Meu pai foi levado e dias depois minha mãe chegou em casa, falando que estava legalmente separada dele. De certa forma, aquilo foi um alívio, mas um grande trauma foi criado em mim. E aquele trauma, ainda está presente.
As coisas com Gabriel estavam maravilhosas. Ele é uma ótima pessoa. Passei a olhá-lo de uma forma totalmente diferente depois dos dias em que estudamos juntos. Ele é atencioso, engraçado, e independentemente de notas, um garoto muito inteligente, só não se esforçava por não gostar da disciplina. Ele é incrível, para falar a verdade, e senti uma grande atração por quem ele é, porém esses acontecimentos rondam meus pensamentos, fazendo com que eu me afaste de garotos que tenham algum interesse. Eu realmente preciso falar com o Gabriel, e explicar-lhe, mas como falarei para ele sem dizer que fui assediada por meu pai e por isso não estou preparada para um simples beijo? Eu não sei, porém preciso mudar minha situação com ele. Ele não é apenas o Gabriel arrogante capitão do time, ele é o Gab, o garoto por quem eu talvez esteja criando sentimentos dos quais não estavam em meus planos.
Que droga de adolescência!
Eu apenas irei resolver tudo, e falar que o problema não é ele, mas sim eu. Apenas espero que ele entenda sem eu precisar falar sobre o passado.

Espero que tenham gostado. Votem e comentem. Bjsss ♥️

Apenas 16 anosOnde histórias criam vida. Descubra agora