Capítulo 6

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Eduarda

-A conversa estava ótima pessoal, porém já está na hora de eu ir ao palco. -diz Maurício chamando a atenção de todos na mesa.

-Claro, guitarrista. -diz Gabriel fazendo Maurício sorrir, mostrando suas covinhas e seu sorriso perfeito.

-Vai lá, irmão. Depois volte aqui para continuarmos a conversa. -dessa vez Lucas se sobressai no assunto.

-Ok. -responde Maurício, já se direcionando ao palco.

Maurício sobe no palco, porém sobe sozinho. Ele pega sua guitarrada e senta em um banco alto que estava posicionado no palco, e logo a frente do banco havia um microfone. Logo ele começa a cantar uma das minhas músicas nacionais preferidas. A música que estava sendo tocada e cantada por Maurício era a música "Cabelos arco-íris/Kamaitachi". Maurício tem uma voz suave, que faz com que eu queira escutar sua voz todos os dias. Apesar de a música original ser tocada no violão, ele consegue fazer com que a guitarra transmita um som maravilhoso aos ouvidos (pelo menos aos meus ouvidos).

-Teus cabelos arco-íris me travou e me enlouqueceu
Mais perfeita que as canções de Beethoven, Mozart, Orfeu
Deusa dos meus sonhos, versão feminina de Morfeu
Labirinto de Dédalo que meu coração se perdeu
Perdeu, perdeu, perdeu -canta o garoto com a guitarra nas mãos, novamente, direcionando seu olhar a mim, o que faz com que meu rosto core. Rafaela que estava atenta ao que acabara de acontecer me lança um olhar e um sorriso perverso, fazendo com que eu a repreenda com uma cotovelada, e a mesa apenas rir.
Maurício termina a música, fazendo com que todos presentes ali, aplaudam a sua performance.

-Muito obrigado, pessoal. Agora convido a banda para darmos início ao verdadeiro show. -diz Maurício chamando a banda.

Os músicos se organizam e logo o outro vocalista ali presente começa a cantar a música "Stressed Out/Twent one pilots". Eu simplesmente amo essa música! Todos ali presentes estão animados, uns cantam e outros saem das suas mesas para dançarem. Logo percebo que alguém me observa, olho para meu lado e vejo Gabriel me observando com um sorriso no rosto.

-Tem algo de errado no meu rosto? -pergunto querendo saber se há algum motivo para o garoto me observar com um sorriso divertido em seus lábios rosados.

-Sim. Um pouco de ketchup no canto de sua boca. -responde Gabriel com a voz um pouco mais alta, graças ao volume da música sendo tocada.

-Ah, obrigada por avisar. -digo levando minhas mãos até os lencinhos, porém sou interrompida pela voz e pelas mãos do garoto ao meu lado, que tocavam as minhas mãos fazendo com que eu tire-as rapidamente.

-Não se preocupe, eu limpo para você. -diz pegando um lencinho, sem me dar tempo de negar.

Ele aproxima suas mãos até o canto da minha boca e limpa de uma forma delicada. Ele de repente para e olha para meus lábios aproximando-se, fazendo com que em um gesto rápido eu vire meu rosto, deixando o mesmo constrangido pelo o que acabara de acontecer.

Gabriel Santos queria me beijar?

Essa pergunta passa por minha cabeça, fazendo com que eu pense melhor e chegue a conclusão de que ele não queria me beijar. Eu sou a nerd e ele é o popular, isso nunca aconteceria. Nesse caso, histórias clichês não se encaixam.

-Você está bem? -pergunta Rafaela tirando-me de meus pensamentos.

-Estou sim. Por quê? -pergunto.

-Você estava distante, e vi você e o Gabriel com os rostos próximos ainda pouco. -responde deixando constrangida, pois se Rafaela viu, outas pessoas viram.

-Não foi nada demais, ele só estava me ajudando com um pouco de ketchup no canto da boca. -respondo ainda com a pergunta em minha cabeça.

-Entendi. -responde a garota desconfiada.

-Eduarda. -Rafael chama minha atenção.

-Oi. -respondo.

-Queremos te pedir uma ajuda, na verdade quem deveria estar fazendo isso era o Gabriel, mas como somos ótimos amigos e ele não é tão próximo a você, nós faremos isso. -diz Lucas.

-O que querem? -pergunto já desconfiada.

-Queremos saber se você poderia ajudar o Gabriel em matemática. O mesmo está com uma nota baixa e isso coloca em risco a sua vaga no time de futebol. -explica Rafael.

-Você me ajudaria? -pergunta Gabriel, fazendo com que eu olhe para o mesmo que estava ao meu lado.

Apenas 16 anosOnde histórias criam vida. Descubra agora