POPPY
9 de agosto de 1943, 02:56 AM
— Poppy, você está dormindo? — Escuto a voz de Lúcia e abro os olhos
— Não.. Estou acordada ainda — Minto, eu já estava dormindo mas com meu sono leve acordo rápido ao ouvir sua voz — O que aconteceu?? — Me sento na cama sonolenta coçando os olhos e viro para ela
— Ótimo! Vem comigo — Ela me puxa pra fora da cama e aponta para as botas. Coço um pouco os meus olhos de novo tentando acordar, coloco as botas e sigo Lúcia para fora do quarto
— Lúcia para onde estamos indo? — Pergunto enquanto subimos as escadas e paramos na sala do guarda-roupa — Lúcia..
— Vem, eu quero te apresentar uma pessoa — Ela me puxa para dentro do guarda-roupa. O cheiro da neve adentrava pelo meu nariz me trazendo lembranças de quando estive aqui pela primeira vez, eram lembranças dolorosas e incertas
Me enrosco em um dos galhos ali e caio na neve, percebo que ela esta mais fofa do que antes. Olho para Lúcia e então levanto olhando tudo ao meu redor.
— O que viemos fazer aqui Lúcia? Está frio, não quer voltar? Pode ser perigoso — Me agarro nos meus braços afim de tentar me esquentar, o que é totalmente em vão. Sei bem o que aconteceria se nos encontrassem aqui, então continuo insistindo para voltarmos
— Eu queria te apresentar a um amigo, não iremos demorar eu prometo — Pega na minha mão e nós vamos caminhando bosque a dentro. Eu estava congelando, a neve caia com mais força a cada segundo que se passava me fazendo estremecer de frio. Lúcia bate na porta de uma pequena casa que parecia ser dentro de uma árvore, logo a porta se abre revelando um fauno não muito alto
— Lúcia o que está fazendo aqui? É muito arriscado e perigoso — Diz o fauno, Tumnus imagino
— Eu te disse Lúcia, deveríamos ter voltado — E só então o fauno parece perceber a minha presença ali
— Ah meu Deus — Ele para por um segundo e olha pra Lúcia — Entrem meninas, rápido. Aceitam uma xícara de chá?
— Eu adoraria — Sorrio e Lúcia faz o mesmo
[...]
A conversa com o senhor Tumnus tinha sido ótima, tomamos chá e comemos biscoito. Mas infelizmente não podíamos ficar muito tempo se não fariam com o senhor Tumnus o mesmo que fizeram com os meus amigos.
— É uma pena o senhor Tumnus não saber o que aconteceu com os seus amigos — Lúcia fala e logo um silêncio se instala ali — Eu sinto muito mesmo Poppy
— Tá tudo bem Lu, o tempo aqui é diferente pelo que o senhor Tumnus nos explicou. Era praticamente impossível ele saber de alguma coisa, já faz muito tempo — Um aperto toma conta de mim — Mesmo se eles estivessem escapado da feiticeira infelizmente a idade já teria os vencido
— É.. você tem razão — E novamente um silêncio se formou ali
Quando estávamos chegando demos de cara com Edmundo. Lúcia foi correndo abraçar ele. Faço uma careta confusa, me perguntando como ele havia chegado aqui
— Onde você esteve? – Edmundo pergunta limpando a boca
— Com o Sr. Tumnus. Ele está bem. A Feiticeira Branca não soube nada do nosso encontro – Lúcia diz sorrindo
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A Guardiã | As Crônicas De Nárnia
FantasíaDurante a segunda guerra mundial, Poppy é mandada para a casa de seu tio Digory por seus pais, pois pensaram que só assim ela ficaria mais segura e longe da guerra. Mas ao chegar lá ela conhece os irmãos Pevensie e reencontra Nárnia, a mesma Nárnia...