The Dream Chapter: Promise Of Neverland ¦¦ !TXTshortfic¡

PÁGINA 03.

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  No castelo todos já estavam dando falta do príncipe, o rei estava furioso e havia chamado todos os guardas que estavam de vigia. Os mesmos confusos, confusos entre olhavam-se e se perguntavam o que diabos havia acontecido, só se lembram de uma forte onda de sono e no instante seguinte apagaram. Ninguém viu o príncipe sair.

  — Avise a todos que o príncipe desapareceu, convoque todos para procurá-lo, ele não pode ter ido muito longe — o rei ordena a um dos guardas e o mesmo sai às pressas, o barulho metálico da armadura ecoava pelo salão principal. Preocupado e furioso, massageava as têmporas murmurando para si: — Nunca passou das limitações deste reino e sempre teve medo da floresta... Choi Yeonjun, tu não sabes o erro que acaba de cometer.

  Lá do alto da sacada por onde o príncipe havia fugido, Tâmara abanava a calda felpuda com os olhinhos perdidos no horizonte. Esperava o momento que suspeitariam dela e a interrogariam de diversas formas, Rainytown não só era fria em questões climáticas como também em sentimentos e não iriam sentir pena dela, mesmo sendo apenas um mascote.

  — Espero que encontre as respostas que procura, príncipe. Não me decepcione...

 「❀」 . .⃗ . ༉‧₊˚

 
  Tâmara estava certa quando sentiu que não demoraria até que suspeitassem de seu envolvimento, pois quando estava quase dormindo enfiada nos lençóis do príncipe, a porta foi aberta bruscamente fazendo a pobre gata dar um sobressalto. Logo duas criadas foram entrando apressadas, uma delas pegou-lhe pelo couro enquanto a outra vasculhava novamente as coisas do príncipe, Tâmara miou como quem pede para soltar, mas em troca recebeu um xingamento e um pedido de silêncio sendo levada para fora sem seguida.

  — É bom que esta gata tonta diga tudo de uma vez para o rei — a criada fuxiqueira diz.

  — Ora, se falar tudo de uma vez não terá graça, Yoona. Não lembra do que faziam antigamente com os animais que pagavam de delinquentes? — a outra deu um sorriso malicioso para a criada que logo entendeu.

  — Oh, sim! Gatinha, espero que demore bem muito a falar, pois terá uma grande surpresa!

  A preocupação de Tâmara no entanto era de que seu pelo ficaria completamente amassado quando a soltasse...

  O rei reuniu carcereiros e feiticeiras de confiança numa sala subterrânea do castelo. Esta mesma fora usada para interrogatórios cruéis, sendo palco de muitas torturas e castigos ao longo da história. Seria lá que interrogariam Tâmara que não demorou muito a chegar junto das criadas, imediatamente fora entregue para um carcereiro que ali estava, tentou lhe arranhar, mas o braço estava coberto por algo que parecia ser couro. A gata fora amarrada com correntes numa cadeira de ferro de modo que não seria possível fugir

  — Não vejo a necessidade de prender um pobre mascote como eu, Majestade, não sei a localização do príncipe — fixou o olhar no homem tentando procurar uma posição confortável falhando miseravelmente.

  — Tâmara, sem ironias. Não tenho tempo nem paciência para elas, agora me diga: onde está meu filho?

  — Agora que lembra de chamá-lo de filho, meu rei?

  — Respostas, Tâmara! — vociferou. — Não
preciso do sarcasmo de uma bruxa.

  — Feiticeira, senhor. Fui uma feiticeira em minha vida passada, por favor, exijo ao menos respeito. — A fala mansa da felina fez todo o sangue do rei ferver naquele instante.

  O mesmo fez um sinal para uma das feiticeiras que ali estava se aproximar, a mulher desencostou-se da parede ficando de frente para a felina que, se pudesse, estaria com uma sobrancelha arqueada.

  — Não vais dizer nada? — pergunta a feiticeira.

  — Dizer o que não sei?

  A feiticeira bufa e encara a gata no fundo de seus olhos.

  — Não há magia no mundo que esconda a  mentira que vejo neles e eu conseguirei arrancar-lhe toda a verdade, nem que para isso eu tenha que torturá-la...

  — Então torture! — a gata interrompeu, ríspida. — Lance seus feitiços, corte minhas garras. Duvido conseguir me fazer falar.

  — Chega, Tâmara — foi a vez do rei. — Lorinn, enfeitice-a. Use o método que meu pai usava antigamente e humanize esse animal desgraçado!

  — Oh, o mesmo método que contribuíra para a destruição desse reino, vossa Majestade?! — a gata sorriu irônica — converter a natureza de um animal só para que sofra mais... A humanidade me enoja. Este reino me enoja.

  E então a ponta dos dedos da feiticeira brilharam, fazendo finos feixes de luz comparáveis a pequenos raios aparecerem, e com autoridade, diz:

— Et humanas!

  Logo o corpo inteiro de Tâmara é coberto por uma luz fantasmagórica e a dor que sentiu era terrível. Seus ossos estalavam, esticavam e ganhavam novas formas, foram apenas alguns segundos mas que pareceram uma eternidade. Já não era mais Tâmara, a gata, mas sim um ser humano.

  Suada, dolorida, havia sangue escorrendo de seu nariz. A pele pálida e os longos cabelos com madeixas que se misturavam em preto, branco e cinza, tal como seu pelo. Agora de mãos e pés amarrados, encarava todos com o mesmo desdém em seus puxados e gatunos olhos.

   Assoprou uma mexa de seu rosto sem nenhuma expressão e falou quase sem força:

  — A criança foi buscar o sol. Foi procurar respostas para acabar com esse período infernal e consertar a merda que fizeram antes de ele nascer — o rei sentiu o corpo formigar — já que nunca se importou com este reino, o teu filho tomou a frente. E ele vai conseguir, meu rei — uma tosse seca a interrompeu —, mesmo que mande todos os teus soldados, nenhum deles vai conseguir encontrá-lo.

  O rei avançara furioso pronto para agredir Tâmara, mas fora impedido pela feiticeira que o acalmou.

  — Meu rei, deixe este animal aí. Não vale a pena perguntar-lhe nada agora, vamos esperar até que o dia esteja formado.

  O rei assentiu e se retirou do local, sendo seguido pelos outros que ali estavam. Tâmara havia ficado sozinha naquela sala e sua única visão do lado de fora era do céu ficando clarinho por uma pequena janela, naquele momento ela concluiu que eram 05:00 da manhã.