Epílogo: Nove anos depois

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Muita coisa havia mudado naqueles nove anos. Henri agora vivia sozinho com alguns empregados no palacete no qual nascera, crescera e amadurecera. A primeira coisa que mudara era o fato de que François não estava mais morando ali: Quando Henri completara dezenove anos, o médico se mudara para Portugal e nunca mais fora visto; Carl saíra do palacete quase na mesma época que François, voltando para a Prússia...

E Henri, já com 27 anos, se casaria.

Desde que Henri reconquistara a casa dos Roux ( Que, como soube depois, fora tirada deles por causa do calvinismo), trocava cartas com todos daquela família: Gillbert passara a ser o pai que nunca tivera; Julien passara a ser o irmão que nunca tivera, e Louise, bem, Louise...

Louise passara de amiga à noiva.

Tudo estava belamente enfeitado, e Henri se preparava para o casamento com a ajuda de Gillbert e Julien. O noivo tremia.

– Calma, Henri! Tudo vai dar certo! – Julien deu um copo de água com açúcar para o amigo. Henri respirava fundo enquanto tentava se acalmar. Bebeu a água.

– Nunca pensei que, algum dia, eu me casaria. Sempre pensei que morreria sozinho. Meu pai sempre...

– Aquele velho estava errado! Olha só para você!

Julien guiou Henri até o espelho.

– Mais elegante que o rei da França!

– E mais baixo, também... 1,65!

– Vamos logo rapazes! A noiva chegar atrasada já é tradição, mas o noivo?! – Gillbert sorriu enquanto proferia essas palavras.

Julien guiou Henri até a capela. O ruivo tremia da cabeça aos pés.

– Vai dar tudo certo, Henri!

– Espero que sim...

***

Gillbert entrou no quarto em que Louise se arrumava. A moça estava calma, com Sophie-Marie Dousseau (Em breve Roux) ajeitando seu vestido. Sophie terminou de ajeitar o vestido de Louise. Gillbert andou até a filha, sorrindo com os lábios finos.

– Está pronta?

Ela assentiu, mas hesitou logo em seguida.

– Não sei... Vou me casar com um católico... Nada contra católicos, mas é que e se... e se o casamento não der certo...?

– Fique calma: Vocês dois não se deram bem durante todos esses anos, os dois sendo de vertentes diferentes?

– Sim.

– É a mesma coisa agora. O deus dele é o mesmo deus em que você crê, Louise. Não se preocupe com catolicismo ou protestantismo.

Gillbert beijou a testa da filha.

– Vai dar tudo certo. Só me deem netos. – Brincou ele.

Saíram para a capela.

Porque, afinal de contas, não importava a vertente do cristianismo: Louise e Henri estariam juntos até que a morte os separasse.

Tudo ficaria bem.

FIM


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