Era uma tarde chuvosa em São Paulo. Engarrafamento que durava um eternidade no centro dava a boa e velha sensação de normalidade na cidade. Alguns jovens estavam indo para casa depois de mais um dia de aula no curso de História. Entre os jovens, estava o rapaz Lorenzo Lacerda. O garoto tinha 17 anos, quase 18, e estava concluindo o curso. Tinha o sonho de se tornar professor e lecionar em uma faculdade pública. Não era de muitos amigos, mas os poucos que possuía o julgavam muito gentil e amável. Gostava de auxiliar os colegas e tinha uma notória dedicação nas atividades em comparação aos outros no curso. Até mesmo sua aparência transmitia certa tranquilidade. Era um rapaz alto, pela parda, cabelos e olhos negros.
O menino voltava para casa em companhia de sua amiga Júlia, a mais antiga amizade que ele tinha feito quando começou a estudar. Os dois conversavam muito sobre diversos assuntos. É inegável que Lorenzo até tinha uma queda pela amiga, mas que decidiu não dar muita importância, pois achava que não iria ter alguma chance, então apenas focaria nos estudos. Ambos agora estavam em frente ao portão da casa de Lorenzo. Deram um caloroso abraço e se despediram. Enquanto Júlia ia embora, andando rapidamente por conta da chuva, Lorenzo entrava em casa. O guarda chuva não foi o suficiente para impedir que o moletom cinzento e a calça jeans do rapaz fossem atingidos pela água. O moço então tirou os sapatos, colocou a mochila no sofá e foi cumprimentar a mãe, Janete, que estava na cozinha lavando a louça.
- Oi, mãe - Lorenzo disse sorridente e abraçando-a.
- Olá, filho. Então, como foi o dia?
- Normal como sempre. Nenhuma novidade por enquanto - O garoto disse enquanto se sentava na sala e ligava a TV.
- Voltou sozinho?
- Não, com a Júlia.
- Ah, sim, e como vai a minha nora? - disse Janete dando risada
- Mãe, eu já falei, ela é só minha amiga - Disse Lorenzo com um certo sorriso de nervoso.
- Eu acho que você deveria ao menos chama-la pra sair. O que você tem a perder?
- Nada, mas eu não quero pensar nisso agora. Preciso estudar e garantir alguma estabilidade futura.
- Sinceramente, acho que isso é uma desculpa bem velha e que não cola mais. Isto é só porque você tem medo.
- Eu não tenho medo de nada - disse o Jovem dando um riso de canto de boca.
- Então chama ela pra sair.
- Tá bem, eu vou - então focou na televisão. Estava passando o jornal da tarde. Notícias de acidente, morte, política, futebol. Passou-se alguns minutos quando a chuva lá fora parou. Janete secou a pia e então começou a pôr a mesa para o almoço. Lorenzo ajudava com os pratos. A refeição de hoje: arroz, feijão, frango assado e batata. A bebida: um delicioso copo de refrigerante. Durante o almoço, Lorenzo começou a tossir muito, quase que se engasgou.
- Querido, você está bem? - perguntou Janete preocupada.
- Sim, eu acho.
- Será melhor você ir ao médico. É o terceiro dia que você está ruim desse jeito.
- Eu não acho que seja algo preocupante, mãe.
- Mesmo assim, é melhor prevenir do que remediar. Essas tosses me preocupam muito.
- Ok, eu vou ir lá amanhã se não tiver nenhuma atividade.
No dia seguinte, Lorenzo foi ao hospital para verificar sua situação. Há três dias que estava sentindo uma certa fraqueza, dor no peito, falta de ar e tinha tosses constantes, e enquanto aguardava a chamada do médico, usava o celular. O ambiente no lado de fora estava pacífico. O trânsito estava um pouco melhor e o céu estava ensolarado. No centro da cidade, normalidade diária chegava a ser entediante, mas alguma coisa naquele dia ia acontecer.
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AGENTE 15
Science FictionUma nave extraterrestre sobrevoa a cidade de São Paulo trazendo uma raça de máquinas vivas. Tais criaturas estão atrás do jovem Lorenzo Lacerda, um gentil estudante de História que está prestes a entrar na faculdade. Uma vez que o encontro entre o r...