In Japan

Cap 5. - Férias de inverno

Noah

Eu entendo a Any, pelo fato de ela perder pessoas que ama e não conseguir acreditar no amor verdadeiro. Mas poxa, mesmo eu me esforçando tanto ela não consegue reconhecer. Acho que talvez não tenha que ser.

Any

Eu e Noah ficamos lá conversando naquele bequinho, lá estava meio quentinho e nós não queríamos sair dali.
Ele ficou meio chateado de saber que eu não acreditava em amor. Ele parece ser uma pessoa muito romântica, bem. Eu nunca namorei. Mas por medo, ele eu não sei...

- Noah, qual foi a maior loucura que você já fez por amor?

- Vish. - Diz ele virando o rosto.

- Fala, por favor.

- uma vez eu conheci uma menina, ela era mexicana e assim como você ela fazia intercâmbio aqui em Tóquio, e eu me apaixonei completamente por ela. Ela era como, a única pessoa que podia contar nessa vida, ela me fazia muito feliz, muito, de verdade. A gente meio que ficou/namorou e quando o intercâmbio dela acabou ela foi embora, mas ela prometeu para mim que voltaria e que continuaria conversando comigo, meu coração ficou extremamente partido, mesmo ela dizendo que continuaria falando comigo, eu amava aquela menina, eu faria de tudo por ela. Ela mal pegava o avião e eu já tava ligando para ela dizendo que tava com saudade. Aí teve uma vez que eu conquistei um jogo de Hockey, que era um dos mais importantes da minha vida, e eu fui contar para ela ela disse que não poderia conversar comigo agora, sendo que a gente sempre compartilha todas as nossas vitórias e cada um ficava feliz com a vitória do outro, e aí ela ia deixando de falar, deixando de falar, e o meu coração ficava cada vez mais apertado, mas eu achei aquilo muito estranho porque ela sempre foi muito atenciosa comigo e com o nosso relacionamento, foi até ela que disse eu te amo primeiro. Meu coração queria uma explicação, eu queria uma explicação. Eu peguei um avião pro México, que você sabe muito bem. É do outro lado do mundo. Eu não sabia me comunicar, não sabia onde ficava nada. E enfim eu encontrei a casa dela e conversei com a mãe dela, que me disse que ela foi pro caribe. Eu perguntei o por que. E ela me deu uma simples resposta: Visitar o marido dela. Aquilo me atordou de um jeito que eu não consigo explicar, eu não consegui acreditar que ela me usou esse tempo todo, que ela tinha marido, que ela tinha casa, e eu eu sempre falava para ela que a gente ia ser muito feliz, que a gente ia ter nossa casa, nossa família. Fiquei um tempo sem jogar Hockey. Me afastei absolutamente de tudo, quase entrei numa depressão por causa dela, foi um momento muito difícil na minha vida.

- E você tem raiva dela?

- Any, eu amava ela não tinha como eu sentir raiva, que quem ama, ama. Não tem outro sentimento que derrube aquilo, ela fazia parte de mim, do meu eu, do meu sorriso, da minha disposição, da minha vontade de viver... quando tudo isso saiu eu desmoronei.

Ele se levanta e encosta na parede, e fica olhando para as montanhas.

Ele começa a querer chorar.

- Eu me sinto tão culpado. - Ele diz passando a mão no rosto.

- Culpa de que? Você é um menino sensacional. Foi ela quem te perdeu.

- Depois dela eu não conseguia amar ninguém de verdade.

- Ela pelo menos te ligou, mandou mensagem, se explicou, pediu desculpa ou algo assim?