Sapatinho

Capítulo 7 - Mudanças virão

Capítulo 7 – Mudanças virão

Quando Jungkook a deixou em casa, Nina sentia-se sobrecarregada de sentimentos conflitantes. Na volta, ele reclamou o suficiente pela sujeira em que se encontravam e como aquilo destruiria seu precioso carro. A Song logo o relembrou que ele foi o único a acionar as mangueiras do campo que os ensopou da cabeça aos pés.

O Jeon se recusou a falar o que teria mudado na escola desde que ela simplesmente deixou de comparecer as aulas, dizia mais de uma vez que ela teria que ver com os próprios olhos, mas que provavelmente seria surpreendente. O que Nina não gostava era da sensação de que seria uma surpresa ruim.

No dia seguinte, Nina se levantou cedo e deixou com que a assistente social entrasse na casa. A mulher a encarou com os olhos carregados de pena, mas ainda havia alguma severidade em seu rosto. Aparentemente, o fato de a Song não deixá-los entrar em contato com ela acabou atrasando diversos processos da abertura do testamento do pai, o que deixava todos os bens ( embora não fossem muitos) congelados por um tempo indeterminado, já que a herdeira direta de todos eles não podia ser contatada.

Naquela manhã, Nina havia lavado os cabelos da sujeira da noite anterior. Tinha coração mais leve e sabia que em algum lugar, onde quer que os pais estivessem, eles estariam rindo do que aconteceu. Vestia uma calça jeans preta, e um desproporcional moletom cinza que ia um palmo acima dos joelhos.

— Bem, como deve saber, senhorita Song — a mulher se ajeitou no sofá dando uma boa olhada na casa. Essa estava bagunçada pelo caos dos últimos dias e não era como se Nina estivesse realmente preocupada em limpá-la. — Nós sentimos muito por tudo o que aconteceu, e saiba que entendemos completamente tudo o que aconteceu nos últimos dias — disse sem mencionar os acessos de fúria. — Mas, você ainda tem 17 anos, e por assim dizer... é menor de idade e não pode mais ficar sem um responsável lhe monitorando — Nina esperava que fosse isso.

Ela baixou os olhos e olhou para as próprias mãos sem entender o que deveria fazer. Chamar algum adulto para morar com ela? Parecia ridículo, mas ela ainda não conseguia se manter sozinha, é claro que empregos de meio período poderiam ser fáceis de encontrar na Coréia, mas seria suficiente para bancar as contas da casa?

— Um enorme processo está ocorrendo contra o motorista de caminhão que... bem, foi o causador da morte do seu pai — ela explicou. — E isso pode demorar algum tempo —murmurou. — A indenização pode resolver seus problemas financeiros, com certeza, mas não poderá ser tocada se você não tiver um tutor que se responsabilize por sua guarda, pelo menos até você completar seus 19 anos — Nina assentiu levemente.

A mulher sorriu-lhe docemente.

— E alguém vem morar aqui? — questionou pouco confortável com a idéia. Mesmo que viesse algum parente distante, ela não se sentia a vontade sabendo que alguma pessoa que não fosse o pai, estaria naquela casa. A assistente social soltou um longo suspiro.

—Bom, o juiz analisou os seus tios e tias e a maioria deles se ofereceu para ficar com você — começou. — Mas muitos moram em outras cidades, e imagino que uma mudança de lugar não seria adequado para você que já tem toda a sua vida e amizades aqui em Busan — murmurou. — Ele decidiu que o mais adequado para ficar com a sua guarda será seu tio Kim Moon Dae, uma vez que ele e seu pai trabalhariam juntos e ele tem uma filha da sua idade, levando em consideração também que ele é quem melhor serve as condições financeiras para se responsabilizar por você.

Nina assentiu, bem, não poderia ser ruim. Kim Moon Dae era técnico como seu pai e também gostava de futebol, e sua filha Kim Shin Hye parecia igual a Nina nesses aspectos, logo, eles teriam um monte de coisas em comum, certo? Poderia ser bom para ela.