Ele & eu

Capítulo 24

    Acordo no outro dia cansada, desanimada de tudo que está acontecendo. Levanto, faço minha higiene, troco de roupa, pego uma maça e quando estou indo pra porta vejo uma sombra, logo depois a campainha toca.

- Oi, meu bem. - Petter diz pelo lado de fora, com os hematomas da noite passada ainda mais visíveis.

- Oi, Petter. Você está horrível hoje. - digo rindo.

- Eu sei, por isso não vamos para a escola. Sei que você não quer ir também.

- Não mesmo, mas não podemos nos esconder disso pra sempre.

- Mas pelo menos hoje podemos. - ele sorri e me empurra para dentro, trancando a porta e logo em seguida me enchendo de beijos.

- E vamos fazer o que?

- Descansar do mundo, só nós dois. - ele sorri, mostrando os dentes.

- E como vamos fazer isso?

- Não pensei em nada, meu bem. - só quero passar um tempo com você.

- Podemos não fazer nada juntos. - enquanto eu falava o celular dele vibrou.

- O que? - ele disse desconcentrado.

- O que aconteceu?

- Katharina. - ele diz em tom preocupado.

- Dizendo o que?

- Que de onde vieram essas fotos, tem muitas outras que "queimam seu filme". - ele termina a frase e fecha a cara de ódio.

- Sinceramente não quero que nos afastamos por isso, ontem quando estávamos na cama, eu disse que acho que também te amo, só não tive coragem de repetir depois. Sei que essas palavras podem machucar se ditas em vão, mas não foram. 

   Petter me olhou sem saber o que responder, pensei por um momento que poderia ter falado algo errado, até ele abrir um sorriso lindo. 

- Também não quero me afastar agora, mesmo que esteja meio difícil.

  Passamos a tarde juntos, sem fazer nada, apenas conversando, ouvindo músicas, e curtindo nosso tempo sozinhos. acabamos pegando no sono na minha cama, enquanto eu dormia em seu peito.

   Acordei com a porta do quarto abrindo e minha mãe entrando.

- O que é isso? - ela grita.
- Meu Deus. - Petter acorda assustado achando que é assalto.
- Meu Deus. - grito.
- O que está acontecendo? - O namorado da mamãe chega correndo, achando que é assalto também.
- Pegamos no sono. - digo sem graça. Petter não sabia onde enfiar a cara.
- De novo, Rafaelly? Você não tem aula não?
- Tínhamos, depois conversamos. - digo.
- Eu acho que vou esperar lá em baixo. - Petter da um pulo da cama e saí escada abaixo.
- Adiantamos nossa viagem e damos de cara com isso, Rafaelly? Você acha isso bonito?
- Desculpa, mãe. Muitas coisas aconteceram nesses dias. - conto tudo pra ela, e começo a chorar.
- Como isso tudo foi acontecer?
- Não sabemos também.
- Isso deveria ser encaminhado para a polícia.
- Mãe, o Petter está me esperando lá embaixo. Preciso descer. - sorrio.
- Que diabos aconteceu com o rosto dele? Está cheio de hematomas. - minha mãe indaga.
- Ele foi me defender e acabou apanhando.

Desço as escadas e ele está sentado no sofá. Limpo as lágrimas que caíram dos meus olhos e me sento ao lado dele.
- Ela brigou com você? - ele pergunta preocupado.
- Eu expliquei a situação pra ela, ela me entendeu.
- Bom, acho que a história de um dia só nosso fica pra outro dia. - ele diz desanimado.
- Você poderia ficar pro jantar hoje. - faço o convite.
- Seria constrangedor.
- Constrangedor seria se ela soubesse o que já fizemos. - digo e coro, pensando no que já fizemos.
- Posso te dar um beijo? - ele pergunta olhando pra ver se tem alguém em volta.
- Claro que pode. - me aproximo dele e o beijo.
- Melhor parar, antes que sua mãe veja. - passei minha mão em volta da coxa dele e apertei(🌚) logo depois me afastei um pouco e liguei a TV, joguei meus pés no colo dele e ficamos assistindo coisas aleatórias enquanto ele massageava meus pés.

  Na hora do jantar, pedimos pizza, já que estávamos todos cansados, nos sentamos a mesa e comemos nós 3. Minha mãe fez algumas perguntas para Petter, mas nada sobre nós.

Quando ele estava indo embora, minha mãe soltou a bendita pergunta.

-Vocês estão namorando?

  Eu não sabia onde enfiar minha cara, não sabia o que responder, então, resolvi parar minha mãe.
- Mãe! - exclamei.
- Só quero saber.
- Não estamos. - Petter responde. - ela não quer namorar comigo, sogra. - Petter faz beicinho.
- Mentira, ele que não quer namorar comigo.
- Então vocês querem namorar um com o outro? Deveriam namorar. Eu dou todo apoio. - minha mãe diz se retirando da mesa. - preciso me deitar, não durma tarde, querida. Boa noite.
- Boa noite. - falamos juntos.

-Petter!!
- O que? Só falei a verdade?
- Não foi a verdade. Eu quero namorar com você, mas no tempo certo.
- Talvez só estejamos perdendo tempo.
- Você mesmo disse que não quer construir algo comigo em cima da indecisão.

Ele não respondeu nada, permaneceu em silêncio enquanto eu lavava a louça.
- Eu te amo. - ele disse sem gaguejar.
- Você me ama? - eu gaguejei.
- Amo. Pensei demais nisso esses dias e tenho certeza.
- E se não for o momento certo?
- Tentamos até ser.
- Acho que quem precisa de um tempo sou eu.
- Meu bem, você está ficando pálida. - só percebi que ela ia desmaiar quando senti ela cair em meus braços.

Ela acordou depois de alguns minutos, rindo.
- Você está bem?
- Eu não acredito que desmaiei porque ouvi o que mais queria ouvir. - comecei a rir.
- Você desmaiou por que eu disse que te amo?
- Acho que sim. - digo rindo ainda mais. 

- Então você também me ama? - ele pergunta rápido.

- Eu amo Petter, você sabe disso. Seria impossível não te amar. - senti a tensão dele acabar, os ombros se aquecerem e ele me abraçar forte.

- Eu preciso ir, está ficando tarde já.

- Não quer dormir aqui?

- Acho que seria abusar demais da sua mãe, meu bem. - ele fala em tom leve.

- Eu te entendo. - digo fazendo beicinho.

- Amanhã passo a tarde aqui, depois da aula. - ele me dá um beijo na testa e vai em direção a porta.

- Se cuida, vê se melhora essa cara. - digo rindo.

- Vou tentar, dorme bem. - ele se inclina, me dá um beijo e saí no breu da noite.

  Logo após a saída dele, termino de lavar a louça, vou para meu quarto tomar banho e dormir.

                                                                                         ***

MAIS UM CAPÍTULO FINALIZADO, AMORES. ESPERO QUE GOSTEM!