Ele & eu

Capítulo 20

Acordei com Gus se mexendo na cama sem parar.
- Que foi, Gustavo?
- Nada, Rafaely. Volta a dormir.
- Eu perdi o sono, Gustavo.
- Desculpa, Rafa.
- Não tem problema. - digo pegando meu celular para olhar as horas, ainda eram 8hrs. Virei de lado e tentei dormir de novo.
- Rafa?
- Oi, Gus?
- Você acha que nós poderíamos voltar a ser o que éramos? - não respondi, fingi que estava dormindo. Ele se virou para onde eu estava e ficou acariciando meu cabelo.
- Eu acho que isso é impossível, Gus. - digo me virando para ele.
- Você não estava dormindo?
- Eu estava fingindo, eu prefiro nem falar sobre isso. Você sabe muito bem o motivo que paramos, e todos os dias que nos vemos você insiste nesse assunto.
- Eu falo todas as vezes isso, por que fico esperando você me perdoar e quem sabe voltar.
- Mas não vão, Gus. Não importa o tanto que eu estava gostando de você. Você vacilou, e eu não sou de dar segundas chances.
- Eu sei disso, mas eu sei que vacilei, e queria pelo menos que me perdoasse de verdade.
- Eu perdoei, mas voltar já é demais. Eu quero que você siga sua volta, como estava seguindo.
- Desculpa. Ah, eu odeio isso. Fico toda hora pensando nisso. - eu abraço ele.
- Faz o nosso café da manhã. - digo cobrindo meu rosto. Senti a cama ficar mais leve, descobri o rosto e ele tinha saído.

Me levantei, fui até o banheiro e tomei meu banho, escovei os dentes, coloquei uma roupa e desci.

- Gus? - e ele não respondeu.

Após uns 15 minutos, Gus chega com várias sacolas na mão.
- Cheguei, vou fazer o café da manhã e o almoço mais tarde.
- Eu não conhecia o seu lado bom. - digo rindo.
- Você não conhece nenhum dos meus bons lados, amor. - ele sorri e começa fazer o café da manhã.
- Por que está cortando tantas frutas, Gus?
- Espera, Rafaely.

Fiquei esperando fazendo cara feia. Quando ele terminou de fazer tudo, estava tão bonito, que mal tive vontade comer.

Fora as frutas, ele fez outras coisas para comermos.
- Nossa, nem parece que foi você que fez.
- É porque você nunca comeu a minha comida, gata.

Ficamos comendo em silêncio, enquanto estávamos comendo, eu estava em choque que Gus sabia cozinhar tão bem, eu achei que ele não sabia fazer isso.
- Muito bom. - sorrio.
- Eu também gostei, não me lembrava como cozinhava mais.
- Você não costuma fazer isso?
- Faz muito tempo que não.

Fiquei deitada no sofá enquanto Gus acariciava meu cabelo e meu rosto, sem dar uma palavra. Só ficamos juntos.

Às 12h, Gus se levantou e foi até a cozinha, começou a mexer nas panelas e a resmungar sozinho.
- Você tem alergia a alguma coisa, Rafaely?
- Não, Gus. - digo indo até a cozinha.
- Não quero ajuda. - ele fala antes que eu pergunte algo.
- Nossa. - digo saindo da cozinha e emburrando na sala.

Fiquei sentada lá, pensando no que ele poderia estar fazendo, até meu celular vibrar.

Mensagem de Petter:
" Está bem?"

Mensagem de Rafaely:
" Estou sim, obrigada por perguntar."

Mensagem de Petter:
"Eu ia ficar aí ontem, mas você já estava acompanhada."

Mensagem de Rafaely:
" Eu não ouvi você dizendo que voltaria a noite."

Mensagem de Petter:
"Tudo bem. Perdão por dizer que eu ia ver ela."

Mensagem de Rafaely:
" Não importa. Eu sei que você foi lá depois."

Mensagem de Petter:
"Se engana muito mesmo."

Parei de responder ele quando Gus me gritou para ia até a cozinha.
- Refri ou suco?
- Suco.
- Tá bom, vou fazer.

Ele voltou a fazer o almoço e eu me sentei na cozinha observando.
- O cheiro está ótimo.
- Nem parece que fui eu que fiz. - ele começa a rir.