the dream we met • woosan

one; the stranger.

☁️💫☁️

Toda noite, durante os últimos dois anos, eu sonho com ele.

No começo, eu achava que eram apenas sonhos comuns e sem significado, mas depois de um tempo, o cabelo de cabelo cor-de-rosa continuou aparecendo e parecia lúcido como eu. Começamos a nos encontrar todas as noites, e sempre prometíamos voltar ao mesmo ponto para nos vermos na noite seguinte.

Seu nome é Jung Wooyoung, e eu sou apaixonado por ele.

Nunca pensamos em nos encontrar pessoalmente, acho que ele tem o mesmo medo que eu; medo disso tudo não passar de sonhos, e ele nem existir de verdade, só ser uma representação dolorosamente perfeita do cara que eu sempre quis ter ao meu lado.

Toda noite, sem falta, eu o encontro.

É como uma casa no lago, e nem ele, ou eu sabemos se ela existe ou não, mas é lá que nos vemos. Ficamos conversando, contando segredos e jurando um para o outro que não vamos nos esquecer de voltar para lá na noite seguinte. É tudo meio borrado, e eu quase não consigo ver seu rosto, talvez se o visse na vida real eu nem fosse saber que é ele, mas eu o sinto. Quando estamos juntos eu consigo sentir sua essência, sei que é ele sem ao menos conseguir enxerga-lo.

Ele tem cabelos rosa, isso é fato. Quando nos conhecemos era loiro, mas eu sinceramente, não me importo com a cor ou a textura do seu cabelo ou de qualquer outra parte do seu corpo, porque sei que é perfeito independente da forma.

Em nossas conversas, ele diz que sou lindo, mesmo sem me ver também. Talvez esse seja um de meus medos que me impede de vê-lo pessoalmente... Tenho medo que se me olhar de verdade, não goste de mim e se decepcione por ter gastado tanto tempo com alguém como eu. Eu não quero a rejeição, não lido bem com ela.

Sua voz é doce, um pouco distante, quase como um susurro, mas faz meu coração bater forte.

- San? - ouvi me chamar, assim que entrei na casa de madeira já tão conhecida.

- Oi, anjo. - respondi, sorrindo, assim que vi a figura perfeita, mesmo que um tanto distorcida.

- Achei que não vinha hoje... -sua timidez deu as caras.

- Você sempre diz isso, e eu sempre venho. - me sentei ao seu lado.

Ele colocou sua mão sobre a minha. Não é que eu sinta seu toque na minha pele como sentiria normalmente se alguém me tocasse, mas é como se ondas de calor e eletricidade passasse de seu corpo para o meu sempre que nos encostamos nos sonhos.

- Como foi seu dia? - perguntou.

- Não foi lá essas coisa... - falei, meio pra baixo com a lembrança.

- Seu pai de novo?

- Sim... Mas tudo bem, tudo melhora quando te vejo. - disse. - E o seu, como foi?

- Ah, foi bom. Eu fui bem na prova de história...

Eu sabia que ele estava sorrindo.

- Eu disse que você conseguiria, você é muito inteligente! - falei, animado e orgulhoso.

- San... Eu queria te ver... Sabe? Pessoalmente.

Meu coração gelou. Nunca tínhamos falado sobre isso, e achei que a nossa dinâmica servia para os dois.

- M-me... Ver? - perguntei nervoso.

- É... Eu gosto de você, quero te tocar de verdade, e não só por aqui.

Respirei fundo, sentindo o coração ricochetear no meu peito com tanta força que achei que minha caixa torácica fosse abrir. Eu queria vê-lo também, mais que tudo nesse mundo, mas não acho que ele iria gostar de mim se soubesse quem sou de verdade.