6. Aquilo que está perdido

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DIAS ATUAIS

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DIAS ATUAIS

— Oi mãe, pai... Que saudades — falei em tom baixo os abraçando e chorando emocionada ao vê-los. Era um misto de sentimentos com tristeza da perda de minha amiga e reencontro da segurança dos braços de meus pais.

— Que bom que conseguiu vir. Lisa ficaria feliz com você aqui — afirmou minha mãe beijando minha cabeça. — Venha, entre.

— Vou deixar minha coisas no quarto.

E subi as escadas levando comigo uma de minhas malas com dificuldade, e ao entrar no meu antigo canto — que agora estava muito mais moderno do que era quando menina —, me coloquei novamente a pensar no que eu tinha me tornado em ter ido tão longe. Meu telefone tocou.

Oi, boneca — disse a voz rouca de meu noivo.

Mesmo com sucesso, mesmo com dinheiro na conta, eu sentia um vazio na parte da noite antes de dormir. E aquele vazio Christian não conseguia suprir.

— Oi Cristian. — Eu não gostava de apelidos carinhosos.

Você volta quando? — perguntou sem rodeios.

— Ah, eu vou bem, obrigada por perguntar, acabei de chegar e estou muito triste ainda — respondi sem que ele perguntasse, pois ele nunca demonstrava e nem fazia nada daquilo que eu esperava no fundo.

Desculpe Ana, é que estou tão cheio de coisas com a reunião e tudo que houve que não sei mais o falar, me desculpe. — Ele disse tentando se desculpar.

— Tá bom. Eu volto a te ligar a noite ok? Eu tenho que ver certinho onde será o velório e o enterro dela, mas eu te aviso mais tarde. — Desliguei o telefone, deixando em cima da cômoda ao lado da porta.

Abri minha mala e sua mãe logo chegou na porta.

— Como você está minha querida?

— Arrasada mãe, a gente nunca está preparado para isso.

— Eu sei... Eu sei...

Acabei chorando em seu colo. Fazia anos que aquilo não acontecia, finalmente eu estava em casa e sem querer me sentia muito segura embora triste.

— Venha, minha querida. — Ela disse esperando me acalmar. — Venha tomar um café comigo.

E descendo as escadas novamente fui até a cozinha onde meu pai terminava de arrumar a mesa para nós. Aquela cena de amor deles quando os vi se abraçando na cozinha me fez novamente voltar a lugares que estavam fechados a sete chaves dentro de mim. Não poderia dizer que fugi, mas posso dizer que escapei mesmo que sem querer de coisas que mudariam totalmente o meu destino, mas nunca saberei dizer se o que fiz foi certo ou se foi errado.

PASSADO

E Tom pé por pé abriu a porta me mostrando o caminho do seu quarto no andar superior, enquanto ele pegava uma garrafa de água na cozinha logo na entrada.

VERDADE E CONSEQUENCIA ( DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora