DIAS ATUAIS
— Oi mãe, pai... Que saudades — falei em tom baixo os abraçando e chorando emocionada ao vê-los. Era um misto de sentimentos com tristeza da perda de minha amiga e reencontro da segurança dos braços de meus pais.
— Que bom que conseguiu vir. Lisa ficaria feliz com você aqui — afirmou minha mãe beijando minha cabeça. — Venha, entre.
— Vou deixar minha coisas no quarto.
E subi as escadas levando comigo uma de minhas malas com dificuldade, e ao entrar no meu antigo canto — que agora estava muito mais moderno do que era quando menina —, me coloquei novamente a pensar no que eu tinha me tornado em ter ido tão longe. Meu telefone tocou.
— Oi, boneca — disse a voz rouca de meu noivo.
Mesmo com sucesso, mesmo com dinheiro na conta, eu sentia um vazio na parte da noite antes de dormir. E aquele vazio Christian não conseguia suprir.
— Oi Cristian. — Eu não gostava de apelidos carinhosos.
— Você volta quando? — perguntou sem rodeios.
— Ah, eu vou bem, obrigada por perguntar, acabei de chegar e estou muito triste ainda — respondi sem que ele perguntasse, pois ele nunca demonstrava e nem fazia nada daquilo que eu esperava no fundo.
— Desculpe Ana, é que estou tão cheio de coisas com a reunião e tudo que houve que não sei mais o falar, me desculpe. — Ele disse tentando se desculpar.
— Tá bom. Eu volto a te ligar a noite ok? Eu tenho que ver certinho onde será o velório e o enterro dela, mas eu te aviso mais tarde. — Desliguei o telefone, deixando em cima da cômoda ao lado da porta.
Abri minha mala e sua mãe logo chegou na porta.
— Como você está minha querida?
— Arrasada mãe, a gente nunca está preparado para isso.
— Eu sei... Eu sei...
Acabei chorando em seu colo. Fazia anos que aquilo não acontecia, finalmente eu estava em casa e sem querer me sentia muito segura embora triste.
— Venha, minha querida. — Ela disse esperando me acalmar. — Venha tomar um café comigo.
E descendo as escadas novamente fui até a cozinha onde meu pai terminava de arrumar a mesa para nós. Aquela cena de amor deles quando os vi se abraçando na cozinha me fez novamente voltar a lugares que estavam fechados a sete chaves dentro de mim. Não poderia dizer que fugi, mas posso dizer que escapei mesmo que sem querer de coisas que mudariam totalmente o meu destino, mas nunca saberei dizer se o que fiz foi certo ou se foi errado.
PASSADO
E Tom pé por pé abriu a porta me mostrando o caminho do seu quarto no andar superior, enquanto ele pegava uma garrafa de água na cozinha logo na entrada.
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VERDADE E CONSEQUENCIA ( DEGUSTAÇÃO)
RomanceTudo começou em um jogo bobo e infantil na época da escola onde Tom negou beijar Ana e a humilhou na frente de todos. Muitos anos se passam e Ana se torna uma mulher independente e modelo de sucesso, mas tudo muda em sua vida quando retorna para sua...