7. Dor sem fim

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DIAS ATUAIS

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DIAS ATUAIS

Naquela manhã depois da conversa com meus pais, decidi que era hora de procurar a família de Lisa, saber o que houve com ela afinal, estava preocupada, como minha pequena afilhada estava se saindo com a perda da mãe... Sim, eu era madrinha de uma linda garotinha de olhos azuis iguais aos do pai, Charlie. Aquela princesa estava com quatro anos de idade e deveria estar sendo terrível ela conseguir aceitar ou até mesmo entender tudo aquilo que estava acontecendo. Vendo-me pegar a bolsa, minha mãe perguntou.

— Você quer que eu vá junto com você, Ana?

— Não precisa. Eu acho melhor nesse momento eu ir sozinha, quero saber o que houve, está bem?

— Tudo bem, filha.

— Não se preocupe, dona Eliza, voltarei assim que souber algo. — E dando um beijo na cabeça de minha mãe, saí.

Às vezes eu pensava em como teria sido minha vida se eu tivesse continuado em Sacramento, se teria terminado meus estudos, se teria sido descoberta e seguido minha carreira de modelo fotográfica... Muitas vezes ao olhar pela janela do avião quando viajava para meus tantos compromissos eu pensava como teria sido se quando acordei naquela manhã ao lado de Tom eu tivesse decidido ficar.

Mas não iria pensar sobre isso, minha maior preocupação no momento era outra. Minha afilhada. E Charlie, em como eles estavam. Logo que o táxi parou na frente da casa deles, eu tive várias recordações, mas respirei fundo e segui adiante, não poderia me deixar abater por pior que fosse a situação. Apertei a campainha e logo um pequeno par de olhos azuis vieram me receber. Ela precisava de mim, eu devia isso a Lisa.

— Papai, a tia Ana está aqui! — gritou aquele serzinho em miniatura, .uma mistura perfeita entre os dois que fazia meu coração aquecer.

— Oi Carol! — Eu disse pegando a pequena em meus braços como se eu achasse um oásis no meio do deserto, senti o perfume em seus cabelos e me segurei para não chorar, ao imaginá-la crescer sem a mãe.

— Você está tão bonita, titia. — Ela elogiou olhando meus sapatos. — Adorei seus sapatos e adorei sua maquiagem. Você usa um perfume muito bom, eu já senti esse perfume...

Sorri por desde pequena a menina reparar nos pequenos detalhes que só nós mulheres gostamos, e que às vezes um homem leva a vida inteira para reparar.

— Oi Ana — cumprimentou Charlie logo atrás da filha, chegando meio abatido, vindo me receber. — Que bom que veio.

E me abraçou tentando ser forte e tentando a todo custo não demonstrar fraqueza perante a garotinha.

— O que houve Charlie? — perguntei assim que Carol saiu para buscar um brinquedo qualquer para me mostrar enquanto íamos até a sala.

Eu observei que eles ainda não haviam organizado os preparativos para o funeral, geralmente era costume se fazer uma reunião entre os mais chegados, mas com certeza ninguém estava com cabeça para fazer.

VERDADE E CONSEQUENCIA ( DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora