Capítulo 10

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Bella

-Eu gostaria que você não tivesse que trabalhar. Eu te levaria para jantar e Depois eu ficaria muito feliz em tirar esse seu batom e obviamente essa roupa do seu corpo, bem lentamente. - Ele sussura essa última parte em meu ouvido, me fazendo sentir um arrepio que vem da base da coluna e termina com uma pequena formigação no meu couro cabeludo. - Você gostaria que eu fizesse isso ? ⠀

-Sim - eu falo, ou tento, já que eu tenho certeza que virei uma poça de água no chão. ⠀

-Ótimo. depois do trabalho você é minha. - Ele sorri beijando meu pescoço e me afastando dele - Vamos ? ⠀
-Hãn ? ⠀

-Trabalho Bela - Ele gargalha eu eu balanço a cabeça para voltar ao mundo real. - Vamos ? - concordo animada. Eu tenho um show para fazer, dinheiro para ganhar e uma promessa para terminar a noite com chave de ouro.

-Vocês dois demoraram, estavam nas rapidinhas ?- Selena reclama, bufando.

-Comigo não funciona rapidinha, ou detona ou nem começa - Brinco.

-Bom saber. - Ale sorri agarrando minha cintura. ⠀

-Argh, nojentos. - Ela põe o dedo na garganta e faz um som de vômito que nos faz rir.

A noite foi bem gostosa. Cantei vários sucessos e muitos clássicos que as pessoas pediam. No fim do meu trabalho Renato, o dono do bar, me entregou 300 reais de "Caixinha" Parece que os cliente gostaram da minha apresentação e me deixaram uma bela gratificação. Mas infelizmente, Alessandro teve que sair para ir a uma reunião da empresa, o pai dele não pode vir e ele ficou em seu lugar de novo. ⠀

O dia seguinte se iniciou com uma enorme chuva pesada, muito frio e uma ligação que me tirou da cama antes das oito da manhã. Senhor Romanov disse que precisava conversar comigo, então me arrumei em modo turbo e sai comendo uma maçã. A maldita bota esta me atrapalhando mais que qualquer coisa, já é difícil andar na chuva, Com essa coisa no pé, piorou. É claro que eu tive uma ideia de jerico de ficar em pé na apresentação e acabou que a dor está triplicada hoje e minha perna inteiro parece estar queimando.

Quando desço do ônibus, travo uma pequena luta com o guarda chuva que decidiu entrar em greve. Depois de conseguir abrir o objeto do demônio tento correr rapidamente até a mansão, não que eu consiga, mas chego na portaria bem mais rápido. Hoje, diferente do dia anterior, é um rapaz mais baixo e bem humorado me recebe e me ajuda a chegar até o escritório. Ao entrar no cômodo no entanto, me assusto ao dar de cara com senhor romanov e seu exército feminino de filhas mal humoradas enfileiradas ali.

-Bom dia... - Falo tentando sorrir. Tenho quase certeza que eu estou com uma careta nada agradável no rosto. ⠀

-Olá senhorita Ayala, é bom vê-la novamente. - Senhor Romanov diz animado. As meninas por outro lado, não esboçam nenhuma reação positiva. ⠀

-Igualmente. ⠀

-Dá para esperar uns dias antes de começarem a flertar. - Uma das garotas, que presumo ser uma das mais velhas, resmunga.

-Yasmin, não começa. -Senhor Romanov alerta. ⠀

-Olha, ele não precisou pedir para a assistente para chamar minha atenção. Que fofo, ele está evoluindo. - Yasmin Debocha. Posso ouvir os risinhos baixos que vem das irmãs. ⠀

-Não me teste dona Yasmin. Eu ainda sou seu pai. - a não, ele não está usando esse argumento, eu subconsciente desaprova, é o pior modo de chamar a atenção de uma adolescente.

-E o que vai fazer ? Me por no cantinho da disciplina ?-Ela faz um som de desprezo olhando para as unhas. - Me poupe, se poupe e nos poupe por favor, Lorenzo. ⠀

-Já conversamos sobre me chamar pelo nome. - ele responde segurando o alto do nariz com os dedos. Fico calada olhando a cena se desenvolver, é um desastre. ⠀

-Qual o seu problema Lorenzo ? Porque não briga comigo ? Porque não pode abrir mão dessa mentira de viagem "à Trabalho" e dispensar a babá para ficar conosco ? Eu prefiro ter você aqui nos ignorando, do que suportar essa filhinha de papai recém saída do colegial. - A menina explode. Eu fico ali de boca aberta pela maneira que seu dedo veio parar em meu rosto. eu sou essa filha de papai ? ⠀
-Escuta aqui, Yasmin... - o homem começa a falar, e eu interrompo.

-Perdão, mas para começar, dona Yasmin. Eu não sou filha de papai, eu trabalho desde cedo e sou auto-suficiente, muito obrigada. E depois, não importa quais os motivos que seu pai tenha para manter distância, não que eu concorde, eu já passei por isso e ser rebelde não vai ajudar. No fim, ele vai se casar com uma mulher ruim que vai mandar vocês para longe e quando seu pai morrer, porque acredite eles não são eternos, essa mulher vai roubar seu dinheiro, suas memórias boas e assim que conseguir o que quer, terminará expulsando você da sua casa, com uma dívida enorme e a sensação de ser uma perdedora. - Termino de dizer com lágrimas nos olhos, dói, eu sei porque senti isso. Um minuto se silêncio mergulha a sala em um clima estranho e preciso limpar a garganta ao voltar a falar. - Desculpa, acho que falei demais.

-Nós queremos ela, pai.- As meninas dizem juntas. Encaro as oito pessoas que me observam de olhos arregalados. isso está mesmo acontecendo ?

-Eu também quero. - senhor Lorenzo abre um sorriso maravilhoso, quero dizer, animado. E estica o contrato de admissão para mim. - Por favor, vamos resolver isso logo. ⠀

-Obrigada, eu acho. - sussurro ainda anestesiada.

Depois de resolvermos todas nossas pendências, senhor Romanov insiste para que eu fique e almoce com eles. As meninas não se opõe e fico abismada com isso, porém nego a proposta me lembrando que sou a empregada e isso pode ser um teste. No fim da reunião, Yasmin pergunta se podemos conversar e eu concordo, quanto mais próximo eu estiver delas, melhor será meu desempenho no trabalho.

Bela e as 7 meninasOnde histórias criam vida. Descubra agora