Capítulo 54

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Bela

O apartamento está cheio e todo mundo está animado, comendo, conversando, rindo das músicas ruins na playlist do Orlando que tem um gosto estranho. As meninas estão sentadas na mesa sendo paparicadas pelas meninas Romanov, Brenda e Belinda estão adorando conversar com as duas. Saio da sala indo até a varanda onde Afonso entrou a pouco, quero falar com ele a sós. ⠀

-Cansou de nós ?- pergunto me sentado no banco ao seu lado. Ele sorri desviando o olhar para mim e voltando a beber sua cerveja. ⠀

-Não, só está calor lá dentro. ⠀

- Acho que aquela churrasqueira na área não foi bem pensada. ⠀

-Nem um pouco.-rimos. ⠀

-Mas então, como está sendo sua recuperação ? ⠀

-Lenta, o fisioterapeuta acha que em algumas semanas meu braço volta ao normal, mas minha perna ainda está difícil de mexer. - ele aponta para a bota em sua perna e suspira.-eu já não me importo, estou feliz de estar vivo e de ter todos comigo. Mesmo me sentindo um inútil por não ter salvo o Ângelo. ⠀

-Você não foi um inútil.- repreendo segurando sua mão. - Afonso, se Ângelo fosse um bebê saudável ele teria sim sobrevivido. -mas nós sabemos que essa não era a situação ele não sobreviveria em nenhuma situação, então não se culpe. Você salvou a minha vida e sou grata a isso, Ângelo foi um anjo e me aproximou de pessoas maravilhosas. - sussurro acariciando seus cabelos.

- Eu te amo, Bela. -Afonso confessa devolvendo o carinho.- não sei quando começou, nem porque demorei tanto a dizer, mas eu te amo.

-E eu amo você. -sorrio ao finalmente declarar as palavras. Afonso arregala os olhos no instante que nossas bocas se grudam em um beijo leve e calmo.

Alguns meses depois. ⠀

-Esta aqui casal. A última caixa.- Gabriel avisa colocando a caixa no chão. Afonso se aproxima abraçando o irmão e eu faço o mesmo. ⠀

-Obrigado pela ajuda, cunhado. -brinco pegando uma das caixas da cozinha para ajeitar. ⠀

- Por nada, cunhada. Eu adorei ajudar vocês nessa nova etapa. ⠀

-Palhaço. - Afonso reclama esfregando a cabeça do irmão. - eu e a Bela não estamos em uma nova etapa, estamos concretizando uma.

-É, já estava na hora. -implico.- estamos namorando a sete meses e temos nossas meninas. Aquele "apertamento" não servia para mais nada.

- Não mesmo. Aquele lugar tinha o que ? Dois quartos e um banheirinho.

-Foi a Bela que escolheu aquele lugar. - Afonso ri da minha cara feia e beija minha bochecha. ⠀

Os meses se passaram voando. Ganhei o dinheiro de minha família de volta, a casa e a guarda das minhas irmãs. Maria viajou para Paris e está lá curtindo a família, fico feliz por ela. Lorenzo voltou da Itália, solteiro, acho que ele e Gabi não eram tão almas gêmeas assim, mas ele está feliz assim. Henrico já está com um ano e Letícia voltou a se concentrar na escola e está namorando, Henrique, seu amigo. Alessandro e Yasmin vão se casar em duas semanas e decidiram comprar uma casa para eles, algo simples e que pudessem chamar de seu. Eu e afonso no entanto estamos namorando e morando juntos agora, compramos uma casa e adotamos as meninas como nossas filhas. ⠀

Temos um gatinho também, o Frajola, ele tem sido companhia para as garotas. Tudo está correndo certo e se Deus quiser vou finalmente ter minha família.

-Amor, você acha que as meninas vão gostar dos quartos ? - Afonso pergunta ao guardar o último vestido no
Guarda roupa das duas.

-Elas vão adorar meu amor. - sorrio. - você caprichou muito nesse lugar. Olha essas camas !

-Eu sempre quis ser pai, você sabe disso não é ? - assinto, beijando seu ombro desnudo. - estou me esforçando para ser o melhor pai que elas podem ter, mesmo sendo apenas o tio Afonso. ⠀

-Você sabe que logo as duas se adaptam. Aquelas pentelhas te amam demais e esse seu amor de pai por elas vai gerar frutos em breve. ⠀

-Espero que sim. Quero muito fazer nossa família dar certo, Bela. Quando nos casarmos na igreja e tivermos nossos filhos, quero que elas se sintam irmãs mais velhas e não achem que estão sendo excluídas. ⠀

-Quando isso acontecer meu amor, elas vão se sentir as irmãs mais velhas mais sortudas do mundo. Com um pai lindo desse, uma mãe tão maravilhosa e os irmãos que viram, não tem como.

-Humildade passou longe dessa minha namorada, socorro. Um nojo essa menina, desumilde demais. - provoca.

-Seu cachorro, vai mesmo me tirar de desumilde ?- pergunto batendo em seu braço. Ele ri segurando meu braço e puxando para perto. ⠀

- A não ser que me negue um beijo, não, eu não vou. - sorrio deixando que seus lábios tomem os meus enquanto a música que antes tocava no nosso quarto acaba. 

Bela e as 7 meninasOnde histórias criam vida. Descubra agora