[22] O amor (não) é fácil.

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A casa de Seokjin era aconchegante.

Não era uma mansão, embora tivesse dois andares, além de que era totalmente decorada por cores claras, puxadas para tons como amarelo, laranja e dourado. Parecia chique, e realmente era, mas sem exageros.

Tudo muito contido, mas extravagante ao mesmo tempo, bem como o próprio Seokjin.

— Minha mãe não está. — Ele me explicou enquanto me guiava pelos corredores da casa, rumo ao seu quarto. — Ela chega mais tarde, espero que você não se importe.

— Não, tudo bem. — Sorrio.

Seu quarto era minimalista. Cama, closet, escrivaninha, televisão e videogame. Tudo monocromático, acinzentado. Em uma parte, havia um quadro com várias polaroids coladas.

— Vou no banheiro, já volto. — Disse, pendurando a mochila em um cabideiro atrás da porta. — Fique à vontade, sinta-se em casa.

Positivei com a cabeça, lhe vendo sair do cômodo. Sentei, então, em sua cama, com a minha mochila no colo. Me inclinei um pouco, tentando ver as fotos do quadro perto dali.

Haviam várias com Momo, Yui e Tao, acho que duas com Satomi e somente uma com Namjoon. Tinham três comigo, do dia em que fomos passear sem rumo por Tóquio, e uma na qual eu estava sozinho, fazendo careta; essa estava com um imã de coração a prendendo ao quadro. Sorri, bobo.

Porém, notei algo no quadro. O maior imã do mesmo, junto de um menorzinho, estavam cobrindo por completo uma polaroid. Meio receoso, puxei um pouco, somente o bastante para ver quem estava nela.

Deus.

Era Seokjin, abraçado a um garoto de cabelo da mesma cor que o seu. A foto parecia já ter sido rasgada algumas vezes, estava repleta de remendos, especialmente no meio.

Eu conhecia aquele garoto da foto. Ele é inconfundível, embora agora seus fios sejam vermelhos e esteja mais velho.

Kim Taehyung.

— Yoon? — Quase fui de encontro ao chão, voltando o meu olhar para Seokjin, no vão da porta. Seus olhos foram direto em direção àquela foto, e ele suspirou. — Falamos sobre isso depois, está bem? — Se aproximou da cama, tirando a mochila de meu colo e a colocando na escrivaninha. — Agora eu quero falar sobre nós.

— Nós? — Perguntei, tímido.

— É, nós. — Então ele sentou no meu colo.

Arregalei os olhos, tenso. Seu peito grudou-se ao meu, suas pernas estavam ao redor de minha cintura, me pressionando nas costas, e seus braços estavam por cima de meus ombros. Seu rosto, aqueles lábios, estavam perto demais de mim.

— O q-que você está fazendo? — Não sabia onde colocar as minhas mãos, as mantive ao lado de meu corpo.

— Algo que eu queria fazer desde a primeira vez em que te vi. — Sussurrou.

Lentamente, se aproximou mais. Entreabriu os lábios, os trazendo rumo aos meus. Assim, simplesmente, os encostou num selar. Sua mão deslizou por minha nuca, subindo para o meu cabelo, então aprofundou o beijo, adentrando sua língua em minha boca.

Um pouco tímido, coloquei minhas mãos em sua cintura. Ele sorriu, interrompendo o contato por alguns segundos, antes de continuar ainda mais empolgado. Agora fazia até algum barulho.

Estava perfeito.

Mas eu lembrei de algo.

— Jin… — Quebrei o ósculo, tentando afastar o meu rosto de si o máximo que me era possível. — Jin, pare.

devil's garden | yoonminOnde histórias criam vida. Descubra agora