Capítulo 08: "Maldito bug!"

64 17 20
                                    

Tradução: UsagiTarara
Revisão: DamaLan21
🐰

"Mas que caralho?!"

Eu balanço meus braços e pernas, e mesmo assim esse cara não me solta.
Eu juro, isso me fez com o mesmo peso de uma pena. Porque ele simplismente me pegou, como uma moeda achada na rua.
E isso foi uma facada no meu orgulho.

"Me solte! Ei, me solte!"

Ele não apenas tinha a força de um brutamontes, mas eu acho que também era surdo. Mesmo eu gritando, ele pareceu não se importar, e apenas me ignorou.

"Eu não conheço você! Pra onde diabos está me levando?"

Um segundo depois, me contorci no chão enquanto sentia uma dor terrível. Olho para cima e tudo que posso ver é ódio em seus olhos. Ele parecia um pouco mais velho que eu. É um dos namoradinhos da Forrest? Ele poderia ser um, já que é exatamente do seu tipo: alto e bonito.

"Apenas no caso de você ter se enganado, eu sou River e fico em casa pintando. Minha irmã gêmea é a única que costuma partir o coração das pessoas."

"Eu sei muito bem quem é você". Pode parecer estranho, mas toda palavra que saia de sua boca estava banhada com aversão. Seus lábios tremiam como se ele estivesse acabado de chutar um gatinho.

"River Clandor."

"....."

A maneira como ele diz meu nome faz meu corpo tremer de medo.

"Eu sei que você não sabe nada sobre espadas. Não só isso. Você não tem conhecimento sobre medicina e não se interessa na A grande história dos deuses"

Eu buguei na palavra espada. "Com licença, espadas? Literalmente espadas?"

Como se para provar sua afirmação anterior, o homem de manbun pega em sua cintura.

Por um momento estremeço lembrando que estou em uma rua vazia com um estranho que pode ser ou não um criminoso.

Quando o homem de manbun puxa uma lança maldita da cintura (Como isso é logicamente possível?!), me afasto o mais rápido que consigo.

"Nossa? Bem, então você está me dizendo que isso é feito de isopor ou algo assim."

Dou um passo à frente então percebo a lua refletida na lança, e decido dar dois passos sensatos para trás.

"Essa porra é uma lança de verdade".

"Claro que é de verdade. Quem você pensa que eu sou?"

"Um esquisito louco?"

O sorriso que ele esboça ilumina. Com uma covinha tão linda que poderia fazer milhões de pessoas se apaixonarem, apenas com um sorriso.

"Sou Tasho, nascido do ferro, sou o goblin e guarda-costas mais confiável de Khaol."

"Acho que ele não reconheço nenhuma dessas palavras. Você....é um cosplayer?"

As covinhas aparecem novamente, mas desta vez carregando um olhar perigoso.

Eu me pergunto como seria tocar nessas covinhas, mesmo se eu perdesse um dedo.

"Você é atrevido, e ainda por cima é um homem."

"E qual o problema em eu ser homem?"

"Já passou da meia-noite e nem teve a decência de ir na casa de seu novo companheiro?". Tasho brinca com a lança, na intenção de me intimidar. Detesto assumir que ele estava conseguindo. "As pessoas hoje em dia têm cada vez menos respeito pelas tradições"

Estou preste a protestar, mas as memórias da cerimônia retornam.

Casamento.
Tradições.
Primeira noite.

"Meu deus", Murmuro.

"Por mais que me sinta lisonjeado em ser chamado de deus", Tasho bufa.

"Sou apenas um humilde goblin. Seu deus e seu companheiro, está te esperando no quarto."

Sinto uma vontade de surtar, mas sei que é inútil. Só vejo Tasho com seu traje casual.

"Para um duende, você até que é bem humano"

Está escuro, mas Tasho fica com as orelhas vermelhas. "Uma forma humana facilita em andar pela terra."

"Mesmo suas calças sendo horríveis"

"E todo esse senso de moda?Tsk! Pelo menos não estão rasgadas", Tasho aponta para minhas calças rasgadas. "Apenas venha comigo, humano"

Penso em ligar pra minha irmã, mas desisto. "Então vamos"

Tasho e eu caminhamos, confesso que estava preocupado que fosse em um país estrangeiro ou em algum lugar remoto. Mas Tasho me levou para um prédio pequeno, ao lado da estrada. Olho em volta e percebo que é perto de onde moro com a Nana.

"Aqui?"

"Sim"

"Não parece...um santuário..." De fato, o prédio é velho. Parece tão estranho, mesmo eu morando aqui a anos, e esse prédio estando perto da minha casa eu nunca tinha visto.

"Humanos normais não podem ver o santuário" Tasho diz com o olhar um pouco arrependido. "Aqueles que não acreditam no Khaol não podem ver, e o número está aumentando a cada ano. Tenho a sensação de que você ainda não tinha visto o santuário até agora"

Tasho fala como se me conhecesse toda a minha vida, o que me irrita e envergonha. É claro que não acredito em deuses e nada do gênero, ter a família dividida ajudou muito. Mas não estou disposto a explicar isso pra ele.

Sei o que vou fazer. Irei ao santuário, vou conversar com o Khaol, explicar tudo sobre o "casamento". Khaol vai entender. Ele é um deus com mais de 2000 anos. E sabe que seres humanos cometem erros.

"Bem...me deseje boa sorte então", Falo para Tasho.

"Não era pra ser você. Ouvi dizer que era pra ser uma mulher"

"Eu sei muito bem. Era pra ser minha irmã"

Durante toda minha vida, sempre soube que Forrest estava destinada a conseguir grandes coisas, e que eu era apenas sua sombra.
Mas ouvir isso de um duende....doeu.
[Nota: Até eu senti :"3]

"Eu vou me desculpar. Tudo não passou de um grande erro", Digo pra ele.

Apesar de saber que minha irmã não vai se casar com um deus e desistir de tudo o que ela tem. Afinal, não é fácil ser uma estrela e uma presidente do conselho estudantil ao mesmo tempo...Khaol encontrará outra pessoa bem rápido.
[Nota: AHAM SEEEI~~]

Em silêncio Tasho me mostra a porta do santuário.

El Noivo del Dios del Dolor [ Tradução PT/BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora