O Início da Comédia

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"Nel mezzo Del cammin di nostra vita

Mi ritrovai per uma selva oscura..."

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(Dante Alighieri)

Manhã do dia 26 de fevereiro de 1995, um domingo nublado

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Manhã do dia 26 de fevereiro de 1995, um domingo nublado...

Dan acordou sobressaltado com o seu telefone móvel tocando. Olhou para o relógio e constatou que estava muito atrasado para o seu voo.

— Alô, Dan falando.

Oi, minha alma. Feliz aniversário, bebek!

— Demi?!

Sim, mais alguém anda chamando você de bebek?

— Não, pelo menos não nos últimos vinte anos. — Tentava colocar as calças usando apenas uma das mãos. — Mamãe finalmente parou com isso depois do dia que eu respondi que já era um homem, apesar de estar completando apenas cinco anos.

Você está com voz de quem acabou de acordar. Não me diga que vai perder o voo?

Sta bene, io no parlo [Está bem, eu não falo].

Dan, pelo amor de Deus! Seu irresponsável! Ficou na gandaia até que horas?

Bene, cara gêmea mia, se você chama de gandaia passar horas sendo empurrado para todas as solteiras das redondezas, então eu me declaro culpado, culpado e culpado. Dezenas de vezes culpado.

Que dó! Quem fez essa maldade com o meu irmãozinho preferido? — perguntou Demi, rindo.

— Mamãe e vovó. Quem mais? Agora eu vou desligar porque tenho um voo esperando por mim, e também preciso poupar o aparelho. Agora me diga... para que serve um telefone móvel que descarrega rápido?

Vai servir para você me ligar dele antes de entrar no avião, então não reclame.

— Mesmo que caia canivete eu estarei hoje na Capital.

Promete?

— Prometo! — Sorriu, sabia o que viria a seguir.

— Jura de dedinho? — Ela fez sinal com o dedo, mesmo sabendo que o irmão não podia vê-la.

— Jura de dedinho, claro. — Fez o sinal com o mindinho, tinha certeza que a irmã também estava fazendo.

Está bem, irmãozinho, nos vemos mais tarde então. Amo você, beijos.

Io ti amo, baci.

***

Quando Dan já estava diante da porta, pronto para partir, sua mãe surgiu repentinamente.

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