Capítulo 6: ⛵Onde Não Há Impossível🌟

51 7 30
                                    

As palavras cravadas na madeira

Cintilam hasteadas numa bandeira.

🌟

20 de setembro de 1965

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

20 de setembro de 1965

Os últimos três anos não foram fáceis para Eveli. Murat tinha ido para faculdade e, apesar de ter dito que sempre viria nos feriados, isso nem sempre acontecia. A faculdade tinha um ritmo puxado, às vezes ele usava os feriados para colocar os trabalhos em dia ou estudar para os períodos de prova, dessa forma, ficava na Capital.

Sentia-se tão sozinha sem ele, como se estivesse faltando uma parte do próprio corpo. Com Murat longe, era como se tivesse um membro seu amputado. Sentia-se deficiente, improdutiva, incompleta. Estava sempre irritada ou muito sensível boa parte do tempo. Os pais achavam que era coisa da adolescência e tentavam ser compreensíveis.

O primeiro ano sem ele foi o mais difícil. O ano da adaptação. Principalmente, porque, antes da partida dele, passaram as férias praticamente inseparáveis. Murat acompanhou os Diannes na fazenda em Estrela, dias e mais dias na praia de Éden, na propriedade de Girassol, e assim por diante.

Foram inúmeras vezes de bicicleta até o píer da cancioneira. Apostaram corrida na areia, no píer; nadaram, pedalaram, tomaram sorvete...Viveram. Não precisavam da companhia de mais ninguém para se divertirem, um era suficiente para o outro.

Durante todo o ensino médio, Murat nunca havia aparecido com uma garota. Eles não conversavam muito sobre isso. Era um assunto que o deixava desconfortável. Por mais que Eveli insistisse, às vezes, para saber se ele já havia beijado alguém, ele desconversava.

O fato era que Eveli ouvia muitos burburinhos pela escola. A presença de Murat era marcante, com seus cabelos fartos e negros, olhos expressivos com cílios de dar inveja a qualquer mulher. Tinha uma boa estatura, em torno de um metro e oitenta, e um porte atlético.

Com certeza ele já tinha beijado algumas meninas, mas não dizia nada, era muito discreto. A questão era que agora ele era um adulto na faculdade, então o mais provável era que tivesse arrumado uma namorada.

Mas apesar de tudo isso, do receio que sentia dele deixá-la de lado caso entrasse em um relacionamento, ele sempre respondia as cartas dela sem demora e ligava regulamente. Isso dava a ela uma espécie de alívio. Ainda que não fosse suficiente, era alguma coisa. Como nos últimos anos, Eveli foi ao píer pela manhã no dia do seu aniversário. Mas dessa vez, estava sozinha, Murat tinha prometido chegar no dia anterior, porém não foi assim.

Estava triste. Pelo visto, pela primeira vez em mais de dez anos, passaria seu aniversário longe dele. Sem pedidos, sem o seu bolinho especial. Sem apostar corrida, bem, quanto a isso, não pretendia mesmo, já não era mais criança para ficar correndo pela rua por causa de aposta. Saiu de casa logo após o café da manhã. Embora sob protestos dos pais, ela insistiu; e como parecia triste e chateada, os pais liberaram.

AMOR DO SÉCULO: A Saga Benedict Camponelle (Na Amazon)Onde histórias criam vida. Descubra agora