Capítulo 1: O Prólogo de Sanem

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Quando as mãos na infância são entrelaçadas

Os pés seguem juntos por toda a jornada.

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Com a antiga foto na mão, Eveli tinha os olhos marejados e distantes

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Com a antiga foto na mão, Eveli tinha os olhos marejados e distantes. Era uma foto muito especial para ela. Uma vida inteira passava diante de seus olhos. Tantas lembranças, tantos momentos. Tanta espera, mas que, naquele momento, parecia apenas um fragmento de poeira.

Fez menção de falar algo, porém, ficou em silêncio, cerrou os lábios e apertou os olhos. Uma lágrima escorreu pelo seu rosto. Murat segurou a sua mão e enxugou aquela solitária lágrima. Sabia que não era de tristeza, apenas nostalgia e gratidão. Sempre foram gratos pela vida que tiveram. Por terem tido um ao outro desde a infância.

Após um longo suspiro, abriu novamente os olhos. Parecia pronta para dar o seu relato. Olhou um instante para Murat, depois para a neta, e então disse:

Lembro-me bem desse dia como se fosse hoje. Uma das minhas lembranças mais doces da infância. Estava tão ansiosa pelo meu primeiro dia de aula com Murat, o "Mon Amur". Era como eu o chamava. Não que eu o chamasse de "Meu Amor", na verdade, chamava-o apenas de "Mur".

O "meu" veio depois, de forma sorrateira e constante, até que um dia, o pronome serpenteou nas adjacências e, por fim, anexou-se ao apelido. Depois desse dia, que é difícil especificar exatamente qual foi, o pronome se tornou indissociável, não existia mais "Mur" sem o "meu" e nem "meu" sem "Mur". Era "Meu Mur" nos pensamentos, no coração, nos gestos.

Bem, retornando à foto... Meu Mur e eu estudaríamos na mesma escola, e eu estava muito entusiasmada com isso.

Poderíamos passar mais tempo juntos do que breves intervalos roubados na entrada da escola, no recreio ou na saída. Nas festinhas infantis que éramos convidados. Nos esbarrões planejados pela cidade.

Às vezes, meus pais sabiam sobre algum lugar que o nosso pequeno Mur estaria, então nós íamos até o local.

Mas acho que estou atropelando as coisas e confundindo você. Bem, é que a família que estava com o Murat, disputava ele com os meus pais, então, o Sr. e a Sra. Ilmaz não deixavam que nós nos aproximássemos dele, e nem que ele se aproximasse da gente.

Por conta disso, meus pais me levavam para frente da escola no horário da entrada. Assim, poderíamos ao menos olhá-lo e deixá-lo ciente de que estávamos ali por ele.

Papai e mamãe tinham medo de que ele se esquecesse de nós, então essa era a alternativa. Na saída, faziam a mesma coisa. E, às vezes, conseguíamos falar com ele no horário do recreio; mas não sempre, caso contrário, precisaríamos passar o dia em frente à escola.

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