CAPÍTULO I

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UM

Para as garotas nós somos como aqueles
arco íris bobos que surgem depois da chuva.
Ninguém lembra que eles existem, mas quando
aparecem, até que vale
a pena apreciar."






Eu realmente não sei o que acontece com minha vida, mas no fim das contas, assim como todos os meros mortais, eu sempre acabo escolhendo a pessoa errada.

A verdade é que não existe uma pessoa certa, ou quando ela existe e se quer aparece, a gente nem percebe, ou percebe e simplesmente não tem interesse.

Pois é, a onda é mais ou menos tipo Marilia Mendonça, "quem eu quero não me quer, quem me quer não vou querer", e por ai vai. É por isso mesmo que todo mundo se fode e ainda põe a culpa no amor - coitado - e quando eu falo todo mundo, estou basicamente me referindo a Myself, Moi, Yo, vulgo, eu mesmo.

Pela milésima vez, voltei das férias de verão absurdamente depressivo pelo fora que levei de uma das dez meninas por quem me apaixonei durante apenas três meses. Não me interprete mal, é claro que eu só me apaixonei por uma de cada vez, mas é que meus romances tendem a durar muito pouco, ou nem duram - na maioria das vezes.

– Alex, você precisa sair dai!

– Não posso, Liv. Não acredito que ela tinha que se mudar justo para nossa escola. Caralho, é o ultimo ano. Só queria passar por ele de boa Man. – Eu estava sentado em uma das privadas nojentas de um dos banheiros masculinos da escola, tentando esconder a mim e minha própria dignidade, que já não existia mais.

– Man? O que eu sou agora? Seu traficante por acaso?

– Até onde eu sei, você ainda é Olivia Carter, a garota mais gata da escola que por algum motivo esta dentro do banheiro masculino tentando me convencer a sair daqui e passar vergonha na frente de todo mundo. - Eu ouvi ela rir baixinho e sabia que ela estava revirando os olhos. – Não revire os olhos para mim.

– Como você sabe? – A vi se afastar um pouco da porta da cabine sanitária em que me encontrava assim que abri.

– Porque eu conheço você, talvez porque somos amigos desde que nascemos? É, acho que é isso.

Andei até a pia e enquanto lavava minhas mãos notei que ela me seguiu e escorou-se ao meu lado ficando em silêncio.

– Okay, pode falar. Eu sei que você quer. – sacudi minhas mãos molhadas fazendo com que os respingos pegassem nela.

– Ai! Para com isso. E sim, eu te avisei que a Margot era furada Babe.

Dessa vez fui eu que revirei os olhos enquanto dava as costas a ela e saia do banheiro apressado para que pudesse chegar na sala de aula antes de todo mundo notar minha presença.

Margot Brunett era filha dos donos do lugar mais frequentado da cidade - Jockey Pub. Era um bar, estilo pub que oferecia um ambiente com música, comida, bebida e games para a galera se distrair.

Existe uma coisa que vocês precisam entender antes de tudo: é muito difícil ser popular, mesmo que a gente não queira e não goste de ser.

Entrar no time de basquete da escola acabou me rendendo e atraindo destaques que, for God sake, eu não gostava nem um pouco. A verdade é que, para as garotas nós somos como aqueles arco íris bobos que surgem depois da chuva. Ninguém lembra que eles existem, mas quando aparecem, até que vale a pena apreciar.

Foi isso que aconteceu, eu virei um arco íris, só que a tempestade vem depois que você acaba broxando durante o sexo com uma digital influencer. Resultado? Você vira chacota mundial.

Por algum motivo satânico, Margot veio fazer o ultimo ano na Harvey – minha escola – e eu, obviamente já estou acabado. I'm done, Bro.

NÃO SIGA ESSAS REGRASOnde histórias criam vida. Descubra agora