CAPITULO XIII

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TREZE

Como John Green diz, não o amor, mas a vida é um constante grito no vácuo. Existem momentos em que você vai precisar estar sozinho, e mesmo que precise gritar, ninguém vai ouvir você.



Retornei a ligação ainda parado no meio da rua.

– Alô! Alex eu te liguei a noite inteira – Vi que ela diminuiu o tom para falar. – Estou desesperada.

– Você não poderia ficar desesperada durante o dia? São seis horas da manhã Margot. – Bufei.

Alex eu vim para casa chateada com tudo, deitei pra mexer no celular e cometi o erro de abrir meu calendário menstrual que eu já nem lembrava mais que existia. Está atrasada duas semanas! – A voz dela começou ficar embargada.

Calma! Tá tudo bem. Eu vou passar em uma farmácia e tô indo aí!

Não! Eu não quero fazer o teste.

– Só assim vamos saber, okay? Abre a porta dos fundos que eu já estou chegando.

O caminho da farmácia até a casa da Margot era de oito minutos, mas levaram oito anos, mais ou menos. O sol já estava nascendo, mas para mim, era tudo escuro e frio.

E como sempre, eu estava assumindo preocupações e problemas que não eram meus, por conta dos malditos sentimentos mal resolvidos, de uma merda de cabeça adolescente fodida.

Mais uma vez a explosão Margot veio em minha direção e me atingiu por inteiro.

Pulei o muro pela casa do vizinho e andei sorrateiramente até a porta dos fundos. Já havia feito isso algumas vezes durante o verão.

Quando entrei, quase gritei ao me espantar com Margot que me esperava ao lado da porta.

Vai se fuder, porra! – Sussurrei na intenção de não acordar ninguém. – Que susto caralho. O que você está fazendo aí?

– Esperando você, seu babaca! Entra logo e vamos subir antes que meus pais acordem.

Subi as escadas e fui em direção ao quarto de Margot. Ainda estava exatamente do jeito que era quando estive ali pela última vez. O chão era todo em carpete escuro, às paredes eram branco gelo e tinham alguns grafites em tons de roxo e rosa em apenas uma delas.

Ela entrou logo atrás de mim fechando a porta e literalmente desabou em meus braços assim que se aproximou de mim.

– O que eu vou fazer agora? – Falava entre soluços.

– Calma, a gente nem sabe se você está ainda. Tá tudo bem, estou aqui com você. Vai dar tudo certo. – fiquei em silêncio por poucos segundos e não pude me conter. – Quem é o pai, Margot? – Ela se afastou de mim como se eu a tivesse ofendido.

– Quem você acha? Por acaso eu ando com todos os garotos do colégio?

– Não foi isso que eu disse, mas.. A gente ficou quando você já namorava o Adam... – Ela me interrompeu.

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