CAPUTULO II

175 29 68
                                    

DOIS

"Você percebe que chegou no ápice
da merda, quando nem a própria
merda te aguenta mais"









Quando eu cheguei na sala de aula meio apressado, Margot já estava sentada com um grupo de meninas. O cabelo preto como o céu noturno estava preso em um coque alto, desleixado porém sofisticado ao mesmo tempo.

O uniforme era extremamente personalizado, tanto que quase nem se notava que era de fato o uniforme de Harvey.

Decidi encarar. Já que eu teria mesmo que enfrentar aquilo durante o ano inteiro, resolvi que aquele era o momento para bater de frente com o problema, antes que o problema batesse em mim.

Me aproximei e percebi que quando cheguei perto o suficiente para que ela me visse, ela mudou o semblante ficando extremamente seria.

O sorriso se desmanchou quase apagando a cor do batom extremamente vermelho, que combinava perfeitamente com o castanho claro dos olhos dela.

- Olá Margot, como vai? - As amigas dela pareciam meio confusas e a olharam esperando que a mesma esboçasse alguma reação, o que não aconteceu.

- Desculpa, não conheço você. - Ela desviou o olhar e seguiu conversando com as meninas.

E eu entendi tudo. Ela não tinha espalhado que eu sou um tremendo broxa do caralho, porque nem se quer falou para ninguém que se envolveu comigo.

Pensa no nível da merda, para chegar ao ponto de uma mulher ter a oportunidade de te zoar, e nem se quer ter vontade de fazer isso.

A gente percebe que chegou no ápice da merda, quando nem a própria merda te aguenta mais. E como se já não bastasse todo o rolê que aquilo tudo tinha me rendido, assim que pensei em me afastar, senti uma sombra se projetar no chão tirando toda a luminosidade ao meu redor.

Quando olhei para trás, vi Adam Tucker parado próximo de mim, com seus dois metros de altura e a cara de idiota. O cabelo loiro todo bagunçado e aqueles olhos azuis desgraçados que faziam até mesmo eu questionar minha própria heterossexualidade.


- Alexander Baixinho Gumball. -Ele disse isso colocando aquela mão imensa sobre meu ombro.

Eu não sei quanto a mão do Tucker pesava, mas certamente era algo próximo do dobro do meu próprio peso. Quase tombei, mas me mantive inexpressivo.

- Tucker, como vai? E quanto ao baixinho, achei que tínhamos superado isso.

Ele deu uma risada larga como se eu tivesse dito a coisa mais engraçada do mundo. E logo foi em direção à Margot passando seu braço por cima dela. É claro que eles namoravam.

Adam Tucker era o capitão do time de basquete, time o qual eu também fazia parte. Não seria nada conveniente - nem pra mim, nem pra Margot, nem para Tucker - espalhar a ideia de que -mesmo na merda - eu peguei a garota do capitão.

Pode parecer ou soar errado para vocês, mas de certa forma, me senti aliviado pela primeira vez na vida ao descobrir uma traição, já que isso impediria que todo mundo descobrisse algo que me levaria às ruínas sociais.

Me afastei do casal e quando virei para trás, Liv estava escorada na porta da sala balançando a cabeça em sinal de reprovação total quando percebeu o que estava acontecendo.

Dei de ombros me livrando de qualquer culpa e, sentei em meu lugar para esperar o inferno da aula começar. E que se foda Adam Tuker.

NÃO SIGA ESSAS REGRASOnde histórias criam vida. Descubra agora