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Sabia que era errado, e que não era o momento para sentir isso, mas no momento que minha pele tocou a dele, senti um formigamento que jamais havia sentido, e eu não queria que ele acabasse tão cedo.

Olhei uma ultima vez para meu irmão antes de seguir Dylan para fora da escola. Quando estávamos no ultimo degrau me desvencilhei dele, e tive que usar toda a minha força para fazer isso. Eu realmente não preciso da pena de ninguém agora.

- Obrigada por me ajudar com meu irmão, mas eu vou caminhando mesmo. – comecei a andar, e passando por ele, mas ele segurou o meu braço, me fazendo parar, e olhar para ele.

- Não estava mentindo quando disse que iria te levar para casa. – ele disse ao levantar meu queixo, com a ponta dos dedos, e olhar para seus olhos. Pude ver sinceridade nele, por isso só havia duas coisas que eu conseguia pensar naquele momento, concordar e me segurar para não agarrá-lo ali e agora.

Nós seguimos para o estacionamento e de longe pude ver Austin, ele estava fotografando os meninos dançando hip hop, mas não sei como, ele sentiu alguém olhando para ele, e um segundo depois estava me olhando. Seus olhos não se demoraram, pois sabia que ele ainda estava magoado pelo o fato de ele confiar mais em mim, do que eu mesma.

Dylan parou na frente de um posher 1968 azul, a lataria estava intacta, o que o deixava ainda mais bonito. Com toda certeza ele combinava com o dono. O melhor amigo do meu irmão, como o cavalheiro que eu conhecia abriu a porta para mim, e fazendo uma pequena reverencia, para que eu entrasse no carro, com isso não contive um reviramento de olhos e um pequeno sorriso.

- Meu bom Deus, espero te ver sorrir mais vezes. – ele falou fechando a porta, o que foi muito bom, já que não pôde ver minha pele ficar vermelha.

Ele atravessou o carro, e entrou no lugar do motorista. O carro era bastante pequeno, e principalmente para Dylan que tinha 1,88m, fazendo com que nossos corpos quase se encostassem, e eu pudesse sentir o calor de sua pele.

Ele ligou o carro, e em uma pequena manobra retirou o carro da vaga, e quando terminou de fazer isso abriu o vidro de sua janela antes de arrancar.

Quando estávamos fora do território da escola, Dylan virou o carro para o percusso mais longo, que no caso era pela a praia. O vento batia em seu cabelo, mas isso o deixava ainda mais bonito, ou seja, um pecado ambulante.

- Não ouça o que seu irmão te disse na festa, ele foi um mentiroso filho da puta. – quando Dylan disse isso, toda a plenitude que eu estava deixou o meu corpo, me fazendo recordar que jamais teria chance com ele. Passei os braços pelo o meu corpo, como quisesse me proteger. – Você estava linda na festa, e qualquer poderia ver isso. Seu irmão só estava com ciúmes de saber que a irmãzinha dele não é tão pequeninha.

O cheiro da água salgada chegou em minhas narinas e que o vento balançasse meus cabelos como as ondas do mar. Havia poucas pessoas por ali, o que deixava o lugar ainda mais bonito.

- Meu irmão não importa com isso, e você também não precisa fingir. – sei que falei a frase mais estúpida e ridícula da minha vida, mas não tive como segurá-la dentro de mim.

- Talvez você esteja certa, talvez eu esteja somente fingindo. – então ele virou para mim por uma fração de segundos, e pela a segunda vez vi sinceridade em seus olhos. – Ou você só está com medo de saber que era a menina mais gata daquela festa.

Fiquei alguns segundos guardando e digerindo aquelas palavras, porque não sabia se isso era uma miragem ou uma fantasia muito boa criada pelo o meu inconsciente. Foi quando a parte racional do meu cérebro lembrou que existe.

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