Capítulo 3

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Na manhã seguinte, Scott chegou ao departamento e foi conversar com Alfred sobre o crime do dia anterior. Precisava dar um rumo para as investigações.

— Bom dia!

— Bom dia, Scott — falou se ajeitando na cadeira, apoiando os cotovelos sobre a mesa a fim de escutar o que o detetive tinha a lhe dizer.

— Alfred, preciso conversar com Suzi, a esposa da vítima. Não sei se ela já está em condições de falar. Quero autorização para ir até o hospital e conversar com ela.

— Vou ligar no hospital em que ela está e ver se é possível. Mas é só isso que você tem em mente até o momento?

— Não, de maneira alguma. Vou investigar a vida da vítima, tentar descobrir se alguém tinha algum motivo para cometer o crime. De qualquer maneira, nada tira de minha cabeça que foi uma mulher quem fez aquilo. Talvez por alguma vingança ou algo parecido. A situação do corpo deixa muito claro que não foi um crime qualquer, quem fez aquilo queria deixar claro que tinha um motivo muito forte.

— Uma mulher! Então o crime será resolvido em breve. Tem certeza de que não foi a própria esposa quem o matou, já pensou nisso?

— Não subestime as mulheres, quando elas querem são muito mais cruéis do que qualquer homem e conseguem ser dissimuladas com maestria, a cena estava bastante limpa, quem fez aquilo teve muito cuidado para não deixar pistas. Quanto a própria esposa ser a assassina, não vou dizer que não acredito na hipótese. Primeiro preciso conversar com ela, então poderei tirar as minhas conclusões sobre isso.

— Claro! Vou ligar no hospital e ver se o autorizam a conversar com ela.

Alfred pegou o telefone e em poucos segundos já estava conversando com alguém. Ele precisou esperar na linha por alguns minutos até que pudessem confirmar a situação, se Suzi estava ou não em condições de falar com o detetive ainda naquela manhã.

— Pode ir até lá, mas tente ser o mais breve possível. Me disseram que ela ainda está muito abalada com o ocorrido, mas conversando normalmente. Uma psicóloga está a acompanhando. Não sei se conseguirá alguma coisa, mas não custa ao menos tentar.

— Sim, vou lá agora mesmo, se não for possível hoje eu tentarei em outro momento. Preciso ter essa conversa com Suzy, talvez ela tenha alguma informação muito importante que possa ajudar-nos a solucionar esse caso.

*****

Scott saiu com destino ao hospital onde Suzi estava passando por acompanhamento psicológico, ele esperava que a mulher ao menos conseguisse explicar onde estava quando o marido foi assassinado, também se possível conseguir alguma informação que explicasse o crime. Claro que isso seria excelente, conversar alguns minutos com ela e ter o crime solucionado não seria nada mal, mas Scott não se iludia a tal ponto. Nunca era tão simples e fácil dessa maneira.

O detetive caminhou até a recepção e perguntou para a moça de cabelos ruivos que estava ali sobre a paciente Suzy White. Ele mostrou seu distintivo e disse o motivo de sua presença, ela já tinha conhecimento de que mandariam um detetive ali para conversar com Suzy.

— O senhor por gentileza pode aguardar por alguns minutos? Ela está sendo avaliada neste momento, em seguida poderá vê-la.

— Claro, sem problemas.

— Fique à vontade!

Scott sentou numa das poltronas que havia na recepção e pegou um dos jornais que estavam ali na mesinha ao lado. Nem precisou virar as páginas para encontrar uma manchete sobre o crime descoberto na tarde do dia anterior. Scott não sabia como eles conseguiam as informações tão rápido, pareciam urubus em cima de carniça, antes mesmo que a carne do cadáver tivesse esfriado. A manchete dizia que um homem havia sido encontrado morto dentro de casa, provavelmente assassinado por vingança. A polícia não tinha dado maiores informações, mas era sabido que o corpo estava em um estado deplorável. Nenhum suspeito pelo crime tinha sido preso até o fechamento da edição.

Letal (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora