Capítulo 7

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Scott estava analisando alguns documentos, também o relatório sobre a morte de John, quando seu telefone tocou. Alfred pediu que ele fosse até a sala dele.

— Algum problema, Alfred?

— Acabei de receber uma comunicação de assassinato. Antes que pergunte, não me parece que tenha qualquer relação com o outro assassinato. O sujeito foi encontrado sobre a cama, mas sem qualquer ferimento aparente.

— Então, por que me chamou?

— Quero que assuma esse caso também, o assassinato de John segue sem solução, mas acho que você pode tomar conta dos dois ao mesmo tempo. Acredito que são crimes isolados. O que você me diz?

— Ainda não vi a cena do crime. Acho que é cedo para afirmar isso. Me diga qual é o endereço que vou lá agora mesmo.

— O corpo ainda está lá, já avisei que você iria.

Scott anotou o endereço e saiu em direção ao local. Ficava bem distante do local crime anterior e o bairro também era decadente. Havia um carro da polícia e o carro da equipe de perícia, também dois carros que Scott imaginou que pertenciam à vítima e algum morador ali por perto.

Ele passou por um casal que estava acompanhando toda a movimentação, pareciam ser conhecidos da vítima, talvez parentes. O detetive passou pelo cordão de isolamento e cumprimentou o policial que já o conhecia, o cheiro era horrível, mas ele entrou sem hesitar.

Scott parou no quadro da porta e olhou para o cômodo, não parecia haver nada de errado por ali, claro, sem falar do cheiro de gente morta que castigava suas narinas. Alguns objetos já estavam sinalizados, como possíveis provas, evidências do crime ou de seu culpado. Sobre a mesa de centro, uma garrafa de cerveja vazia e dois copos, sinal de que duas pessoas estiveram bebendo ali. Talvez fosse possível encontrar impressões digitais, nos copos, ou em outras partes do apartamento.

O detetive caminhou até o quarto, o cheiro era insuportável. Scott retirou o lenço do bolso e levou até o nariz para amenizar a situação. Ted e outro perito faziam a análise do local. No chão, um pequeno pedaço de uma embalagem metálica estava circulado. Provavelmente pertencia a uma embalagem de preservativos. Também havia uma seringa caída ao lado da cama. Sobre a cama, o corpo inchado da vítima não apresentava qualquer tipo de ferimento aparente. Estava completamente nu, não estava com as mãos amarradas, nem tinha sinais de que foi amarrado em algum momento.

Era um caso típico de bebedeira, drogas e sexo, talvez não necessariamente nessa ordem. O sujeito havia morrido de overdose, ou de enfarto durante o sexo. Isso ainda não era possível dizer com certeza. Com base nas primeiras impressões, Scott não tinha motivos para crer que se tratava de um homicídio.

— O que temos aqui, Ted? Uma overdose?

— Parece que sim, encontramos apenas uma perfuração no braço esquerdo da vítima. Acredito que a substância que foi injetada é heroína, uma dose muito elevada. Claro, vamos realizar todos os exames e comprovar ou não isso. Mas não existe nenhum ferimento, acho que o resultado não pode ser outro. Os resíduos da seringa são suficientes para um exame.

— Havia alguém aqui com ele — falou o detetive apontando para o pedaço de embalagem de preservativos.

— Sim, ao menos é isso o que parece. Também tem os dois copos na sala. De qualquer maneira, acho que a pessoa que estava aqui com ele não quer ser identificada. Não encontramos o preservativo usado, nem impressões digitais em um dos copos. Acho que a cena foi limpa antes dela ir embora.

Scott coçou a barba pensativo.

— Quem foi que encontrou o corpo, quem é o sujeito?

— O infeliz se chama David. Foi a própria esposa e um amigo da vítima que o encontraram. Eles disseram que David não dava notícias desde anteontem. Adam, o homem que está lá fora sabia que ele tinha vindo para cá naquela noite. Então vieram aqui e encontraram isso.

Letal (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora