Capítulo 9

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Jane e Stephen eram casados havia dois anos, a convivência entre eles era ótima e o sexo era quente, isso no início do casamento. Com o passar do tempo, o sexo já não era mais como antes, Stephen parecia não a desejar com tanto ardor. Antes ele não enjeitava uma transa, estava sempre pronto para penetrá-la. Agora inventava desculpas esfarrapadas, que não estava com cabeça para aquilo, que estava preocupado com coisas do trabalho.

Muitas vezes ela insistia e ele acabava não demonstrando excitação, seu pênis não estava em plena forma. Era como se tivesse transado horas antes ou se masturbado. Jane sabia que isso não tinha acontecido. Nunca flagrou Stephen se masturbando, apesar de ser algo comum, mesmo em homens casados. Também não estava exigindo muito dele, eles transavam no máximo a cada dois dias, não era para seu amiguinho estar tão desanimado daquele jeito.

Jane insistiu que o marido deveria procurar um médico, mas ele recusou, falou que aquilo era bobeira, que era fruto do estresse do dia a dia. Que ela precisava ter um pouco de paciência com ele.

As coisas não melhoraram, certo dia ela foi lavar as roupas e viu uma mancha na cueca de John. Parecia sêmen, mas eles não transavam havia dois dias, ela cheirou e não teve mais dúvidas. Jane então começou a olhar as roupas dele e viu que a mancha aparecia sempre nos dias que eles não haviam transado. Aquilo só poderia ter uma explicação. Stephen andava assistindo a muita pornografia, tentando despertar o seu desejo adormecido, ou o mais provável, estava transando com outra mulher. A segunda opção era a única em que ela podia acreditar, isso explicaria tudo. Porque ele não tinha mais a mesma disposição para transar com ela. Estava transando com uma vagabunda ou com várias.

Jane não falou de sua desconfiança, apenas começou a prestar mais atenção nas atitudes do marido. Ele não costumava sair à noite sozinho, mas ela descobriu que Stephen deixava o escritório onde trabalhava, várias vezes durante o dia, para visitar clientes. Ela resolveu contratar um detetive particular para segui-lo, na maioria das vezes eram de fato clientes, mas ao menos duas vezes na semana seu carro entrava em um motel.

Stephen estava tendo um caso com uma das funcionárias da empresa em que trabalhava. Ela ficou com muita raiva, pensou em decepar seu pênis e dar aos cachorros para que pudessem comer. Ou despejar óleo fervente no ouvido dele enquanto dormia. Mas se fizesse isso, todos saberiam que ela era a culpada e acabaria presa por homicídio. Foi então que ela teve uma ideia, se vingaria do marido e ninguém descobriria que ele tinha sido assassinado. Todos pensariam que aquilo tinha sido um simples acidente. Ainda a consolariam pela perda precoce de seu querido marido.

Era um domingo, os dois estavam em casa e tinham tomado o café da manhã. Ao menos deixaria que o traste morresse de barriga cheia. Havia uma lâmpada com problemas na cozinha, às vezes acendia, outras vezes não. Jane comprou uma lâmpada nova e pediu que Stephen fizesse a troca. Eles tinham uma escada de alumínio na garagem, era ideal para fazer o serviço, embora ele não tivesse qualquer intimidade com aquele tipo de trabalho. Stephen não queria fazer, disse que preferia contratar alguém para trocar a lâmpada. Jane insistiu, disse que isso era bobeira, era só subir na escada e fazer a troca, que ela mesma poderia fazer se não tivesse medo de altura.

Stephen acabou cedendo, ele pegou a escada e posicionou entre a mesa e a bancada da pia. Subiu os degraus e parou no topo da escada. Retirou a lâmpada com defeito e entregou a Jane. Pegou a nova e subiu novamente, estava distraído com a tarefa e nem percebeu quando Jane empurrou o pé da escada, saindo para o lado. Stephen se desiquilibrou imediatamente, vindo a se espatifar no chão. Como estava segurando a lâmpada, nem teve como tentar se proteger. Ele bateu com a cabeça na bancada de mármore antes de atingir o chão frio da cozinha.

Ficou inconsciente no mesmo instante, uma grande poça de sangue começou a se formar ao redor de sua cabeça. Ela esperou apenas alguns minutos antes de chamar o socorro, apenas para ter certeza de que o marido estivesse morto quando eles chegassem. Estava sorrindo por dentro, mas precisava avisar a emergência sobre o acidente, não queria que tivessem qualquer dúvida sobre o ocorrido.

Letal (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora