Capítulo 12 - Um Dia...

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       Meu corpo ainda estava em repouso, antes de desmaiar por completo, apenas percebia mãos tocando meu corpo, e o mesmo se elevando no ar, era estranho aquela sensação, mas sabia que…estava prestes a morrer, tive uma boa vida, até o presente momento…

- Ele ainda está dormindo?

       Sinto leves toques em meu rosto, quente, estou deitado, mas estou pesado, não consigo nem mover um dedo sequer, mas pelo menos não estou morto, só que…ela está morta. Abro meus olhos levemente, dando algumas piscadas para deixar meus olhos adaptados ao ambiente.

- Não precisa, eles se adaptam rápido, e sozinhos.

       Aquela voz era a mesma daquela garota que havia me guiado até a passagem por baixo da mansão, cabelos negros, olhos negros, linda, mas ainda assim me faz lembrar momentos antes de sair daquela sala, aquela…cobra, me mordendo…ainda não sei exatamente o que aconteceu.

- Ei, se lembra do que aconteceu? Você...o demônio...

- Não muito… - As palavras saem fracas, mostrando meu cansaço. - Só lembro…dela no chão, eu levantei, e…não lembro depois disso, apenas frames isolados, eu atirando na cabeça dele…depois disso eu cai, senti mãos erguendo meu corpo…e cá estou eu. Aliás, quem são vocês?

       Olhava para a primeira, de cabelos escuros na minha frente, e a outra, de cabelo loiro, que parecia ser a mais velha das duas.

- Meu corpo ainda está pesado…quanto tempo fiquei aqui?

       Sento na cama, pondo uma mão na cabeça, e outra no joelho, apoiando parte do peso naquela perna, a garota me oferece um copo com água, olho para ela, esperando ela responder. Impaciente.

- Bem, eu sou…sua serva, bem, não temos exatamente um nome, quando você comprou a mansão, acabou ganhando a gente de…presente? Mas pode me chamar de Black.

- Justo.

       Aquele pequeno e clássico sorriso aparece em meu rosto, e no dela, deixando seu semblante mais fofo. Estava traumatizado, estava sentindo exatamente o que meu pai havia sentido naquele dia, agora entendo…

- Quanto tempo fiquei dormindo? - Pergunto, terminando de beber a água.

- Bem…nos dias dessa dimensão...são exatamente 10 meses. É normal, segundo as lendas do espírito vingador, quem os recebe permanece inconsciente durante anos, no seu caso até que foi pouco.

- Pior que é verdade, meu pai não saiu de casa por um longo ano, então era por isso… - Acabo rindo um pouco daquilo, pensei comigo mesmo sobre todas as coisas divertidas que…perdi.

- Não está surpreso?

- Nem um pouco, estou bem…

- Mas não parece.

       Black estava certa, não estava nada bem, mas, possívelmente ficaria, não sei o porquê, mas, em meu espírito, algo diz que ficarei bem, e é isso que importa.

- Ah, por falar em estar bem, sua filha está ótima também, com a magia de incubação que você fez, ela está bem desenvolvida, lembre, ela tem dois anos, conhece você, pois sempre veio aqui, e contamos a ela do que conhecemos de você.

- Certo…o que? Como assim? Eu não lembro de não fazer nada disso. - Certamente, minha memória estava danificada devido o espírito que me possuiu, mas não era pra tanto. Uma surpresa repentina toma conta de mim. - Então...era isso…Rein…

- O que houve, mestre?

- Nada Black, mas acho que isso me animou um pouco, obrigado por cuidar de mim…

- De nada, mestre

       Os dias se seguiram, a aliança de pai e filha parecia ficar cada vez mais forte, juntamente aos seus treinamentos, Benjamin ficara com um estado de depressão por longos meses, mas teve ajuda, e se recuperou rápido. Agora, naquela mansão, estariam aqueles que resistem da casa Qween, a primeira geração na nova dimensão.
       Passou-se os anos, muitos, Raina progredia em força e personalidade, juntamente ao seu pai, lutavam para proteger aquele território com garras e presas.

- Talvez, retornemos para o nosso lugar, nossa casa, e poderemos libertar os dois mundos dos nossos inimigos, basta seguirmos em frente, e olhar para trás só para que não voltemos a fazer o erro…

Qween's House - 1° Volume.Onde histórias criam vida. Descubra agora