Qween's House - 1° Volume.

Capítulo 7 - Lugares Ocultos.

       A quantidade de sons que propagava naquela sala aumentava gradativamente, sons de algo arrastando-se pelas paredes, era até um pouco assustador, enquanto caminhava lentamente para a frente da lareira, com a máxima atenção para qualquer aparição surpresa, diante de mim estava apenas as brasas de fogo, que em instantes acendiam as chamas daquele espaço, dou um pequeno salto para trás, não era de se esperar aquilo, meus olhos perseguem o que chamo de sons visuais, que se estendem pela sala, vidros se mexendo, sons de unhas arranhando paredes, meu coração estava já a uma velocidade muito alta, suando, nem sabia que suava tanto assim, então percebi algo…

- A…amor? Onde você…está?

       Uma risada agora no fina do corredor, estranho, ofegante estava, mas tomei coragem e segui, ao chegar na porta do corredor, receio um pouco abrir, espero alguns segundos, a risada parecia estar vindo de detrás da porta, mas será mesmo? Então, com a coragem baixa, abro a porta numa velocidade maior que a de costume, o que está na minha frente me acalma um pouco, era uma garota, pequena, cabelos negros como a calada da noite mais sombria, pele normal, mas seus olhos eram pretos como qualquer outra escuridão total, ela aponta o dedo para um ponto na parede, tendo a seguir essa localização, dou alguns passos, paro e olho para trás, e ela sorri, sinto algo nela que é difícil dizer, mas, mesmo assim, sigo o caminho, chegando na parede, escuto uma voz, que parecia vir de longe. Dizendo:

- Atrás dela…não tema, é a minha primeira vez…

       A última frase me deu alguns calafrios tentando imaginar o que seria o seu significado, dou alguns toques na parede, talvez tivesse um local oco, chego na conclusão que há, mas, quando dou um último toque, acabo caindo para dentro daquela parede, olho para a garota, em uma imagem rápida, vejo ela se transformando em uma criatura estranha, com uma língua gigante saindo de sua boca, parecia uma especial de cobra, ou talvez uma mutação do tipo.

       Acordo, talvez alguns segundos depois da queda, visão embaçada, cabeça tonta, estava bem mas esses eram os sintomas de uma queda daquela magnitude, não era tão alto, mas poderia causar problemas, olho para cima, percebendo que a porta se fecha, meus lábios modificam para um sorriso meio que de lado, uma ironia para a minha possível burrice, como não tinha outra escolha, crio uma lanterna, pego um fósforo e acendo ela, e então sigo andando sobre luz de lamparina por aquele corredor, estava um pouco húmido, estreito em altura, e muito largo, mas dava para passar, talvez algo ainda me surpreenda no final daquele caminho…assim espero.

- Desenhos, talvez mostrem alguma coisa…

       Enquanto seguia, olhava as paredes, grandes gravuras estranhas, pareciam aquelas do portal, em que estava tudo escuro, um homem, com espada, uma mulher, com um arco, e várias outras pessoas, reconhecia aquelas roupas, a do rapaz na frente da batalha era trajado das vestes dos Qween's, já os outros eram dos clãs que eram nossos vizinhos, aliados, andava mais um pouco, e lá havia um demônio, tamanho humano, mas só pela gravura dava para perceber que aquele era de uma classe muito alta, talvez a mais alta que poderia existir…

- É o general dos demônios...

       Um susto contido toma conta do meu corpo, já estava assustado e alguém fala do nada essas palavras, era estranho demais, e assustador, olho para o lado de reflexo para saber que era, já estava cheio de pessoas estranhas naquela casa, e só foi uma ainda, para minha sorte, era Rein, talvez tenha me seguido lá de cima.

- O que está fazendo aqui? - Disse a ela.

- O mesmo que você, uma garota de cabelos brancos me trouxe aqui, ela era lindinha até, cabelo branco, pele clara, olhos azuis…

- Sério? Por que só a minha era diferente? Cabelos negros, olhos negros, pele mais escurinha, e quando eu cai aqui ela estava estranha quando olhei rápido antes de cair totalmente. - Disse um pouco ofegante.

- Vamos continuar. - Diz ela sorrindo. - Eu desci de escadas.

       Ótimo, então eu sempre pego a parte ruim, continuei andando, e olhando as gravuras também, em outro, possivelmente a última, parecia que o jovem havia sido morto, e a mulher estava recebendo algum tipo de poder, se isso for o futuro, devo fazer de tudo para que ele não morra, não gosto de ninguém que é meu aliado morto na batalha, disso eu tenho certeza.

       O final daquele corredor estava próximo, pelo menos eu via uma quantidade baixa de luz ao final do corredor. Espero que não seja outra coisa ruim…