Capítulo XXVII

1.1K 80 14
                                    

Taki no Kuni (País da Cachoeira), dias atuais

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Taki no Kuni (País da Cachoeira), dias atuais.

Sakura e eu viajamos por cerca de um quarto de dia antes que decidíssemos fazer uma pequena pausa, às margens de um regato, para reabastecermos os nossos cantis, recuperarmos o fôlego e então prosseguirmos viagem.

Eu estive atento a cada movimento dela por toda a manhã, procurando pelo primeiro sinal de que ela se cansaria ou não conseguiria acompanhar meu ritmo. Tive receio de está-la forçando além de qualquer limite, afinal Sakura havia despertado de um coma por exaustão completa de chakra não fazia nem uma semana.

Mas, para o meu alívio, ela se saiu bem. Não só conseguiu me acompanhar enquanto saltávamos pelas árvores, como também o fez com entusiasmo. Mesmo assim, optei por não arriscar e informei-a de que faríamos uma pequena pausa assim que avistei o riacho límpido correndo entre os seixos, num vau a cerca de quarenta e cinco quilômetros a oeste do rio Kitakamu.

A floresta ao sul de Taki, úmida e densa, estava incomumente silenciosa. Exceto pelo som das águas fluindo nos calhaus, até mesmo as aves e os pequenos roedores pareciam melindrosos naquele início de tarde. Fachos de luz do sol varavam as copas imensas das árvores, fazendo subir a temperatura amena no interior da floresta.

Eu me aproximei de Sakura, que descansava sentada em uma rocha forrada por rosas-de-musgo, à sombra de uma glicínia frondosa. Entreguei o meu cantil a ela, indicando com um gesto para que bebesse; ela o pegou de minha mão e bebeu um único gole. Como não desviei o olhar do seu rosto corado pelo esforço físico, ergueu as sobrancelhas claras para mim e suspirou.

— Eu estou bem, Sasuke-kun — assegurou-me com um sorriso, secando o lábio superior com o dorso da mão. — Se eu sentir que não posso mais acompanhar o seu ritmo, prometo que não vou esconder.

Quando tentou me devolver o cantil, entretanto, eu recusei e disse-lhe para beber mais. Afastei-me em seguida para checar o perímetro outra vez e presumir a nossa localização. Estávamos ainda a mais ou menos um dia de viagem de Takigakure e eu sabia que teríamos de acampar na floresta mais tarde, com o cair da noite.

Mas, por ora, eu só me preocuparia em assegurar que Sakura não cometeria nenhum exagero durante a jornada até a vila oculta. Por mais que alegasse que estava bem, eu sabia que ela esconderia qualquer sintoma de exaustão para não sentir que estava defasando a nossa missão.

Por falar nela, ela escolheu aquele momento para se aproximar de mim e me devolver o cantil. Espiei sua expressão de viés enquanto o guardava na bolsa pendurada no meu ombro.

— Você parece pensativo — observou, estreitando as sobrancelhas ao passo que seus olhos me perscrutavam. — Aconteceu alguma coisa, Sasuke-kun?

Voltei-me para ela, pronto para expelir uma resposta escusa quando percebi que não resolveria. Sakura saberia que havia algo me incomodando ainda que eu omitisse o motivo.

O PeregrinoOnde histórias criam vida. Descubra agora