Capítulo 2

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Harry imaginou que iriam matá-lo. Isto explicaria a sala onde estava sentada, amarraram seus pulsos numa grande mesa que parecia mais com algo achado em um necrotério. A coisa inteira balançava, tinha um aro ao longo de três lados e um grande tubo, que estava centrado acima de outro tubo no chão de concreto. As paredes eram igualmente ameaçadoras como a decoração de calabouço, com tijolos cinzentos sem graças. O único toque de cor vinha da luz amarelada que corria pelo comprimento da sala mais ou menos dois metros acima de sua cabeça. Estava no subsolo, o que apoiou sua teoria de que ali poderia muito bem ser um necrotério. O loiro moveu-se de onde permanecia contra a parede. Os óculos escuros ainda escondiam seus olhos, mas sabia que não estava feliz, já que não parava de franzir a testa desde que foi levada para a sala.

— Há quanto tempo você vem dormido com Bill?

Deixou o medo para trás e foi direto para a pura frustração. — Continuo lhe dizendo que nunca dormi com meu colega de trabalho. Você pode chamá-lo por qualquer nome que quiser, mas se estiver falando sobre Brent Thort, o corretor de imóveis, nunca o toquei.

— Onde está ele?

Respirou fundo, realmente desejando que o loiro parasse de repetir as mesmas perguntas. Ele era o único que falava com ela desde que a trouxeram para a sala. Horas devem ter passado e bocejou.

— Eu não sei. Falou em voz alta. — Realmente não sei. A resposta não vai mudar, não importa quantas vezes me fizer as mesmas perguntas. Eu lhe disse pelo menos umas cem vezes que não estou dormindo com ele. Nem sequer fui a um encontro com ele e só vejo seu rosto no trabalho. Ligue para minha chefe, digo novamente, e pergunte a ela. Ela tem de saber onde ele mora. Está em seus arquivos dos funcionários. Sua raiva de Mel aumentou, por tê-la mandando para este pesadelo. — Sequestre-a!

Ele suspirou. — O que ele disse a você?

— Nada. Não converso com o imbecil! Estou cansado, faminto, e quero ir para casa. Não sei onde ele está, mas diria se soubesse. Acredite em mim. Nós não somos amigos. Nós dificilmente dissemos duas palavras civilizadas um para o outro, desde que comecei a trabalhar lá a três meses atrás. Eu o evito, tá bom? Ele é barulhento e rude. Bruto. Faz piadas ofensivas no escritório, o que é muito antiprofissional. Respirou fundo, tentando acalmar-se. Seu temperamento estava explosivo. Por que não o escutavam? — Ele vai para muitos bares e se gaba de todas as mulheres que pega. Também recentemente criou um hábito inadequado de tirar fotografias do celular, das mulheres que namora e mostra no escritório. Isto é tudo que sei sobre o cara. Juro que estou dizendo a verdade.

O homem de cabelo escuro se afastou do canto onde estava quieto desde que foi algemado na mesa. Franziu a testa enquanto se movia para mais perto. Já não usava mais suas armas e o cinto, mas isso não o fazia parecer menos perigoso. Parou próximo dela. — Isso pode ficar muito feio se não parar de proteger seu namorado. Ele obviamente não se importa com o que acontece com você, ou não o teria mandado em seu lugar. Deve ter suspeitado que fosse uma armadilha desde que não apareceu. Pausou. — Mandou-o sozinho sem sua proteção, sabendo que algo estava errado. Você entende isto, macho?

— Pare de me chamar disso. Harry se irritou. — Meu nome é Harry e minha chefe, Mel
Hadner, me mandou para aquele armazém. Isto é tudo que sei. Ela ligou para meu celular enquanto estava no restaurante, para me dizer que Brent teve algum tipo de emergência. Estava ocupada e me ordenou que mostrasse à propriedade ao invés dele. Não queria, mas é meu trabalho. Fui o última contratado e você conhece o ditado. Último contratado, primeiro demitido. Precisava manter meu emprego, então deixei o restaurante e aqui estamos.

Seus lábios retorceram em um esgar de desprezo.— Você acabou de mostrar a sua habilidade em mentir. Disse que não namorava. Estava comendo sozinho?

WRATH- LarryWhere stories live. Discover now