resist!

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— Venham comigo! — Seu tom era baixo mas ainda sim grosso, completamente penetrável e que com certeza assustaria qualquer um, mas não aqueles dois. 

Segurou ambos antebraços dos jogadores com uma força inacreditável, visto que Coronel era do tamanho do Tenente, mas ainda era mais forte. Arrastou-os para a sala privada para apenas os participantes e quando abriu a porta, expulsou grosseiramente os que estavam lá se protegendo dos tremores, jogando aqueles dois lá dentro de qualquer jeito. 

Coronel também entrou e bateu a porta, fechando-a e deixando apenas os três ali. Começou a andar de um lado para o outro e jogar seus cabelos para trás com seus próprios dedos. Suspirou pesadamente e quando finalmente olhou para aqueles dois de modo sério e totalmente furioso, ambos se arrepiaram com o que estaria por vir. 

— Eu pensei que tivesse sido bem claro quanto às regras da Arena 001, mas parece que não fui claro o bastante! — disse em japonês.

— Coronel, eu posso- — Park tentou. 

— Cale a sua boca! — gritou, apontando o dedo na cara do outro. — Eu não quero ouvir a sua voz, não quero ouvir a voz de nenhum dos dois. 

Coronel estava muito irritado, tanto que continuou a andar depois de gritar com Park. Ele continuava andando de um lado para o outro e até levava seus dedos às suas têmporas, massageando-as. Entretanto, desistiu de fazer isso, aceitando o fato de que não ficaria calmo quanto àqueles dois. 

— Vocês destruíram minha Arena, ‘pra que serve a porra do ringue, hein? ‘Pra ficar de enfeite nessa merda? — Esbravejou novamente. — Vocês foderam com a noite. E você, garoto, pensei que tivesse dito que matar um membro é proibido. Se quer matar alguém, que mate fora da minha Arena! — Apontou para o Byun. 

— Não sou um garoto. 

— Eu ‘tô pouco me fodendo ‘pro que você é! — gritou ainda mais alto. Respirou fundo e retirou um molho de chaves do bolso de sua calça e estendeu no ar. — Eu vou dar a chance de vocês se matarem, se é isso que tanto querem! Eu vou sair por aquela porta — apontou para a porta atrás de si, ainda olhando fixamente nos rostos dos dois jogadores —, e só vou voltar quando me der na telha, se pela manhã um de vocês estiver morto aqui, dentro da minha Arena, a morte virá para o que sobrar. 

Caminhou em direção a porta daquela sala vip e saiu por ela, mas antes de fechá-la, olhou bem nos rostos dos dois uma última vez naquela noite. 

— E não pensem que isso vai ficar assim! — E bateu a porta, sendo possível logo ouvir o barulho de tranca. 

Ótimo, agora estavam trancados até sabe-se lá quando e com uma ameaça nas costas. 

Desistindo temporariamente de uma maneira de saírem dali, separaram-se quase que no mesmo instante e buscaram se sentar bem distantes um do outro. Era óbvio que aquela porta era feita de um aço forte o bastante para manterem-se seguros se algo desse errado com algumas das criaturas. E mais, para privar os jogadores quando estes quisessem um ambiente calmo e sofisticado para tratarem de alguns assuntos. 

E manter dois caras que quase mataram um ao outro juntos, não era uma ideia muito adorável. 

Park ao sentar-se de modo confortável, mas desconfortável ao mesmo tempo naquele sofá de couro, suspirou pesado e penteou seus cabelos para trás com seus dedos, de modo frustrado. Olhou rapidamente suas vestes como uma forma de espantar o tédio e a fúria recente, e viu que seu terno estava empoeirado devido a queda que teve. Bateu em seu antebraço e perna direita, limpando a poeira. 

Aquilo nunca havia acontecido consigo. 

Merda, nunca, nem sequer uma vez, fora repreendido pelo Coronel, pois tinha a confiança dele e acreditava que nada daria errado enquanto frequentasse a Arena. Mas agora, foi ameaçado pelo próprio dono da Arena 001 e uma ameaça daquelas era para se temer. 

Arena 001Onde histórias criam vida. Descubra agora