Arena 001

new talk!

A noite fria era testemunha de uma motocicleta modificada tecnologicamente de última geração carregando Chanyeol, que estava vestido com roupas de couro pretas e portando uma mochila nas costas onde residiam seus pertences tecnológicos necessários para qualquer situação que ocorresse naquela noite. A motocicleta corria velozmente, seguindo a direção dos grossos fios de energia azul que Chanyeol havia visto outro dia. Parecia não ter fim, mas sabia que tinha. Tinha que haver algum destino final para aqueles fios de energia. Não ligava se teria que vasculhar toda Tóquio para descobrir o coração daquilo, porque era uma pista. Seu instinto dizia que aquilo era um fator importante que não deveria, de modo algum, ser deixado de lado.

Fazia dias desde a última vez que teve algum contato com Baekhyun, mais especificamente depois do jantar que tiveram. Desde então, Chanyeol se manteve concentrado em descobrir o segredo tecnológico de Byun Chungho. Aqueles fios grossos azuis que não sabia ao certo nomear, estavam na sua mente, e por isso tem procurado o núcleo por duas noites seguidas. Estava querendo chegar ao final daquilo há mais ou menos duas horas e parecia que estava dando círculos e mais círculos. Por mais que Tóquio fosse gigantesca, teria que, em algum momento, haver um basta naquilo, não? Implantar aquilo numa cidade já era trabalhoso o bastante, num país, então... No mundo...

Teria êxito. Sabia que teria. Uma hora ou outra. Por isso, focou em acelerar, enchendo-se de motivação e não percebendo que, ao longe, uma câmera de segurança discreta seguia os movimentos de sua motocicleta em alta velocidade pelas ruas de Tóquio, mais precisamente perto demais dos fios azuis de energia.

[...]

Aquela missão era de outro nível. Não era apenas mais um trabalho como guarda-costas, roubo ou qualquer outra coisa parecida que lhes eram solicitadas. Estava além, envolvia não somente a uma pessoa, como várias. Estava fazendo um trabalho para um homem poderoso e sabia que ele havia o escolhido por causa de sua fama como o ótimo faz tudo. Era perigoso, um serviço que precisaria de cautela e tempo porque, por mais que houvesse feito incontáveis vezes trabalhos como aqueles, envolver-se com a grande tecnologia Byun era arriscado. A segurança era altíssima e as chances de sua vida ser arruinada caso descoberto eram enormes. Porém, era Park Chanyeol quem estava realizando a missão, e mesmo com grandes riscos no pacote, ele saberia lidar perfeitamente com aquilo.

Era paciente, e por isso que estava se dirigindo à sala de Byun Baekhyun.

Precisava que ele se acostumasse com sua presença, precisava que ele lhe visse como um aliado, como alguém com quem pudesse falar sobre coisas mais pessoais e que parasse de lhe ver como uma ameaça a todo instante. Sabia que seria difícil, considerando o histórico que possuíam, mas Chanyeol também era conhecido por ter uma calma invejável perante a situações complicadas. Baekhyun seria, de fato, complicado, mas não inalcançável.

Para não irritá-lo — conhecendo-o como conhecia —, permitiu que a secretária dele o informasse sobre sua presença. Sabia que não era preciso, pois Baekhyun sabia que não seria fácil domá-lo mesmo estando em sua própria empresa. No entanto, quis ser respeitoso para não o irritar com bobagens como aquela, pois naquela manhã precisava avançar um passo na relação que estavam tendo.

Com a permissão concedida e um encarar nada amoroso ainda que discreto da secretária, Chanyeol seguiu em frente e entrou na enorme sala presidencial do Byun, vendo-o sentado enquanto sustentava uma expressão concentrada, tendo hologramas o rodeando. Ele olhou para si apenas por instantes antes de voltar a se concentrar totalmente em seu trabalho.

Sentou-se, cruzando as pernas e retirando seu tablet de dentro do próprio blazer, passando a verificar a agenda do senhor Kim na presença do Byun. Não ligou nem um pouco se ele estava o olhando com uma expressão questionadora ou raivosa por ter entrado em sua sala sem um aviso de dias para apenas trabalhar como normalmente fazia quando poderia estar fazendo aquilo na sua própria sala.