perda

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Se Sadie pudesse escolher não ter visto, ela com certeza não teria.

Por outro lado, a barriga magrela de Finn era até que
bonitinha.

Pena que ele era um folgado.

— Acorda, seu dorminhoco. A gente tem aula hoje. — Sadie chuta o moreno, que geme de dor.

— Isso é jeito de tratar as visitas?

— Você não é visita. Você não é nem bem vindo aqui. E o que deu em você pra tirar a camisa? — ela retruca.

— E a calça.

— O quê?

— Você tem sorte que eu também não tirei a cueca. Sabe, eu gosto de dormir confortável. A propósito, obrigado pela hospitalidade.

— Você que experimenta dormir pelado no meu lençol. Vai acordar sem seu amiguinho. E olha que eu tenho coragem. — Sadie diz, apontando o dedo para Finn. — E é bom voce já ir indo embora, se não vai se atrasar.

— Mas eu vou com você. A gente tem que passar na minha casa antes de ir, pra eu pegar uma roupa.

— Por que eu aceitei ser sua amiga?

[...]

Sadie passava com Finn pelos corredores da escola, e o garoto insiste em colocar o braço em volta da garota, abraçando-a.

— Licença? Você pode devolver a intimidade que eu não te dei? — a garota fala, tirando o braço do cacheado de seu ombro, e vê Millie passando por eles.

— Uau, ela te ignorou legal hein. — Finn diz.

— Nem tinha percebido!

Os dois seguiram para as salas de aula, e Sadie estava esperando que a amiga viesse tentar fazer as pazes, mas parece que ela estava bastante ocupada conversando com Summer. As duas até que combinavam, e a ruiva odiava isso.

— Não fica triste, ruivinha. Eu te faço companhia. — Finn fala sarcástico, colocando a mão em seu ombro.

— Eu prefiro ficar sozinha.

— Agora eu entendo porque só a Millie é sua amiga. Ou era.

— Muito obrigada, isso realmente não me deixou triste. — ela devolve o sarcasmo, e vê Finn com uma feição triste.

— Desculpa, não quis dizer isso. — o moreno se arrepende.

— Tanto faz.

[...]

A chuva forte caía sobre Nova York, a ruiva podia ouvir as trovoadas e o barulho do vento batendo sobre sua janela, e aquilo a assustava.

Tremia de frio em sua cama, e acordou assustada quando ouviu batidas em sua porta, e, se não fosse as várias taças de vinho que seus pais tomaram no jantar, eles teriam acordado, assim como Sadie.

A menina desceu as escadas rápido, pegando uma panela, e logo tentando ver pelo olho mágico quem batia tanto na porta.

— Finn? — ela abriu a porta, vendo o garoto encharcado em sua frente. — O que você tá fazendo aqui?

— Eu... meu pai... eles disseram... — Finn dizia gaguejando, enquanto as várias lágrimas desciam pelo seu rosto. Ele estava aflito, e Sadie ficou preocupada.

— Calma, senta aqui. — puxou o menino para o sofá, o fazendo sentar. — Respira, e me conta o que aconteceu.

— Eles o levaram.

— Quem?

— A ambulância. Você se lembra quando eu te disse que meu pai estava com um problema no coração? — Finn pergunta e ela assente. — Não era problema no coração coisa nenhuma. Era o pulmão. Eu não entendi muito bem, foi tudo muito rápido. Qual era mesmo o nome que me falaram? — Finn pergunta, tentando se lembrar. — Embolia pulmonar. Um coágulo no pulmão do meu pai estava bloqueando o fluxo sanguíneo, então o coração acabava bombeando mais rápido e mais sangue do que o normal, o que resultou em extremo cansaço e falta de ar. Por isso achávamos que era o coração. — ele explica, contendo o choro por um segundo. — Agora ele vai ter que passar por uma cirurgia para tentar tirar o coágulo da artéria. Ah Sadie, você tinha que ver o jeito que ele foi levado. Estava péssimo, não conseguia respirar e seus dedos estavam quase inteiramente pretos. Foi horrível.

Sadie não sabia o que fazer, então o puxa para um abraço, onde Finn desaba completamente.

Ele tremia, as lágrimas caiam sobre seu rosto igual a chuva do lado de fora, e o garoto soluçava agoniado.

— Me desculpa por ter vindo assim, do nada. Eu não sabia o que fazer... — Ele aperta mais a menina no abraço. — Eu só... não quero que ele morra, ruivinha. — Sua voz sai trêmula, e tenta forçar um sorriso, mas a tristeza era clara.

Sadie queria falar para o garoto em seus braços que ia ficar tudo bem, que seu pai iria sair do hospital melhor do que nunca, mas não podia. Não podia falar uma coisa em que não acreditava que era verdade. A garota se sentia péssima, e inútil naquele momento. Ela queria ser uma boa amiga em momentos iguais a esse, mas não sabia como.

Naquele momento, tudo o que Finn conseguia ouvir era os pais de Sadie descendo as escadas assustados, provavelmente sua mãe os telefonara. Ele sentia seu corpo quente como fogo, e desejava mais do que nunca que fosse ele, ao invés de seu pai.

[...]

— Eu sinto muito, senhora. — o médico diz.

Finn sentia que iria desmaiar a qualquer momento. Não conseguia ver nada, e seu corpo tremia por inteiro de um jeito assustador.

Ele só conseguiu sair correndo, o quanto antes. Não conseguia ficar lá por nem mais um segundo.

Não conseguia acreditar que seu pai havia falecido.

De repente o arrependimento tomou conta do corpo.
Se arrependia por não ter o abraçado uma última vez, por não ter falado "boa noite" uma última vez, ou por não dizer que o amava a longos anos.

— Finn, espera! — Sadie corria atrás do moreno, ainda com seu pijama de poá.

Me deixa em paz. — Ele fala em um tom grosso, mas a ruiva o puxa pelo braço, fazendo-o parar.

— Eu sei pelo que você tá passando. Me deixa te ajudar!

— Ah, sabe? Pelo que eu saiba seu pai não tá morto.

— E quem disse que meu pai tem que estar morto pra eu te entender e ter empatia? — ela diz. — Olha, Finn, acredite. Eu sei que nessas horas tudo o que você quer é que isso seja um pesadelo horrível, que você deseja ter ido junto ao seu pai, e que, mesmo não tendo, uma parte sua está morta também.

" Eu estou morto por inteiro já faz tempo." ele pensa.

— Você pode não acreditar agora, mas esse sentimento passa. É estranho pensar assim, e até egoísta. Mas passa. — Sadie continua.— É claro que, vão chegar momentos em que você vai se lembrar e vai desabar de novo. Mas você vai ver que Deus levou seu pai por um motivo, e o sentimento de tristeza passa a ser de saudade.

— Depois minha mãe liga para sua casa pra avisar o dia do velório. — Finn fala por fim, e vai embora.

._.

minhas aulas começam segunda surto, e ainda em uma escola nova. Algum conselho? não estudo em escola nova desde meus 8 anos.

quando começa a de vcs? estão animados? provavelmente não, se eu conheço vcs.

quem ficou triste pelo finn??

eu quero interagir mais com vcs.

OBRIGADA PELAS MIL VEWS NA HISTÓRIA

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⏰ Última atualização: Jan 26, 2020 ⏰

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