machismo, amor e carona

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Millie decidiu que não iria ficar chateada. Jack é só um garoto, afinal. Garotos vão e vem. Ela iria encontrar alguém melhor.

— Que necessidade é essa por causa de homem? Eu hein! — Sadie exclama.

— Amiga! Eu preciso de alguém. — a morena fala.

— Por que só você não é o suficiente?

— Por que não, água de salsicha! Eu quero alguém me me abrace, assista filmes juntos comigo, fale que me ama...

— Eu faço tudo isso! Você não precisa de mais ninguém, além da sua melhor amiga!

— Sadie, você não entenderia. — Millie fala. — Toda garota precisa de um namorado.

— Desde quando? A gente não precisa de homem nenhum! — a ruiva exclama. — Você bateu com a cabeça?

— Não. Eu só acho que para ser feliz de verdade, todas temos que ter alguém. Nenhuma mulher é feliz sozinha.

— Opa, opa, opa. Não vem generalizar não! Só porque você é absurdamente carente e não está bem consigo mesma não quer dizer que todas as mulheres precisem de macho pra viver bem. Me desculpa pela sinceridade, mas você é uma baita de uma bocó para estar falando isso, de verdade Millie. Eu me sinto triste de ver que a minha melhor amiga pensa desse jeito. Que merda! Sua mente é tão pequena. Eu sinto pena disso. — Sadie diz. — Você não enxerga? A gente se basta! Não dependemos de ninguém pra ser feliz!

— Ah não? Então imagine você tendo filhos. Quem iria trabalhar para sustentar a casa se você não tivesse um marido? — Millie fala.

— E por que eu não posso trabalhar e me sustentar sozinha? As mulheres não são capazes de fazer outra coisa além de cuidar dos filhos?

— Meu amor, eu não to falando disso. To falando que as mulheres, por conta do machismo, ganham bem menos que os homens. E isso é uma droga.

— Meu amor? Você tá falando que o machismo é uma droga mas você está sendo extremamente machista agora mesmo! Quer saber o que é uma droga de verdade? Ficar aqui ouvindo essas merdas que você tá falando. Eu realmente espero que tudo isso seja o efeito de uma maconha bem pesada.

— Eu só to falando o que eu penso! — a morena grita.

— Beleza. Tudo bem. De boa. Fica aí pensando esses caralhos absurdos, eu vou embora antes que eu acerte um tapa bem forte nesse teu rosto. Tchau! — Sadie abre a porta, mas para por um segundo. — A propósito, eu to indo buscar o meu carro que estava pra arrumar, ou as mulheres não podem dirigir porque precisam que alguém faça isso para elas? Por que, se elas não podem ser felizes sozinhas e não podem trabalhar, com certeza elas também não podem dirigir.

[...]

Jack caminhava lentamente pelo parque, até que vê alguém conhecido.

Finn.

Uau, ele estava tão lindo.

A brisa gelada de outono batia em seu cabelo. Jack amava a cor dos mesmos. Eram pretos como carvão, e amava mais ainda seus cachos perfeitamente bagunçados.

Sua pele era igual porcelana, e suas sardas, oh, pareciam milhares de estrelas espalhadas pelo céu.

Ele se perguntava de algum dia iria tocá-las.

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