Faca| 4

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Após pular eu apenas corro como se não houvesse amanhã ate a casa dela, não era tão longe mas algo me dizia para comer antes que fosse tarde demais, não sei quanto tempo demorei para chegar, sei que quando cheguei ela estava com uma faca em sua mão e sentada no Sofá chorando, seus cabelos cobriam seus braços e costas enquanto as lágrimas desciam pelo seu pescoço.

- eu estou aqui princesa - eu abraço ela bem forte e deixo as lágrimas rolarem pelo meu ombro.

- eu quero sair daqui Nath, eu não aguento mais isso, eles não querem me ajudar, não me deixam ser ajudada, me abandonam aqui chorando, eles são maus Nath - a rubi morava com seus dois pais gays, ela nunca foi tratada com amor e carinho por eles é como se tivessem adotado ela para ser empregada, ela arrumava tudo enquanto eles trabalhavam e nunca tinham tempo para ela, a rubi não tem roupas novas ou boa comida em casa, sou sempre eu que tento levar todos os dias.

- eu estou aqui, só fica comigo por favor, por favor - eu vagarosamente tiro a faca da mão dela enquanto ainda estamos abraçadas e jogo para longe.

Vou Até a sua cozinha e pego água para que ela possa beber e se acalmar, tiro o remédio do bolso e a entrego junto com a água.
Ela põe o comprimido na boca e bebe a água sem fazer perguntas

- vamos tomar um banho ?- pergunto para ela com um sorriso no rosto

- vamos - a sua voz estava fraca e baixa.

Levo ela até o banheiro e deixo a porta entre aberta por precaução

- consegue tomar um banho ? Quer ajuda ? - eu perguntou do lado de fora da porta

- eu consigo

Eu apenas decido aguardar do lado de fora da porta... as vezes minha vontade era trancar a rubi em um pote para que ninguém mais machucasse ela, uma garota tão meiga, doce e linda. A rubi era a garota mais linda que eu conhecia de longe, seus longos cabelos cacheados davam um contraste perfeito com o verde de seus olhos, sua face fina e delicada dava o toque final.

- terminei - eu apenas vou com ela até o quarto e espero a mesma se trocar

- você tem algo para me contar ? - eu sento na cama virada de costas para ela.

- Eles me trancaram no quarto ontem a noite, sem direito a jantar ou a sair para beber água ou ir ao banheiro, mas isso foi culpa minha sabe ?

- como assim culpa sua ?

- eu não limpei o banheiro a tempo de chegarem do trabalho... - notei que sua voz tinha sumido no meio da frase.

Eu me viro para ver o motivo pelo qual ela tinha se calado e me surpreendo ao vez quem está na porta nos olhando.

Nathalie Onde histórias criam vida. Descubra agora