kill game

⇢ 017

Anne sentia como se aquela fosse a sua última noite de vida, ou pelo menos seria, se ela não tivesse sido tão esperta.

Ruel saiu muito bem arrumado e cheiroso, fazendo ameaças a ela durante todo o tempo. Anne escutou a porta de entrada bater e então, ergueu cuidadosamente o vestido.

As chaves dos cadeados estavam lá e com bastante dificuldade, Anne soltou cada um deles. Respirou aliviada assim que finalmente terminou e então se levantou, abrindo a porta do quarto rapidamente.

O apartamento era pequeno e Anne não entendia como Ruel poderia possuí-lo, afinal havia sido preso com quinze anos e um adolescente, não teria como ter algo tão grandioso.

Os móveis eram bastante simples e pareciam estar gastos e extremamente velhos. Não haviam decorações, exceto uma foto de Stella Van Dijk, em um dos quadros da parede.

Anne havia lido muitos artigos, Stella era a única que sempre o apoiava e a única da família, que jamais havia o agredido. De qualquer forma, aquela obsessão era assustadora para Anne, já que ela acreditava que ele não seria capaz de amar alguém.

Ainda andando pela sala de estar, Anne enxergou a arma, em cima da mesinha de centro. Correu até lá e a pegou em mãos, conferindo se ainda estava carregada.

Ela poderia simplesmente fugir mas não iria fazer aquilo. Anne queria consertar o erro que havia cometido e então, iria até o final.

Na mesinha também havia um telefone, Anne o segurou delicadamente. Digitou então o número da primeira pessoa em quem pensou e a melhor amiga, atendeu depois de três toques.

— Sarah?

— Anne? Porra! Você está viva! — Sarah parecia chocada e extremamente animada. — Onde você está?

— Apenas avise a minha família que eu estou bem, se tudo der certo, amanhã mesmo eu estarei com vocês.

— Que porra garota, onde você se meteu?

— O Ruel, me trouxe para uma merda de apartamento mas não sei em qual parte da cidade estamos, eu sinto muito.

— Você não tem nem uma referência? Pelo amor de Deus Anne, você não sabe com quem você está lidando.

— Sei bem Sarah e agora posso dizer com certeza. Ele não é tão esperto assim, eu consegui me soltar e estou com uma arma.

— Puta que pariu Anne, tira essa ideia maluca da sua cabeça! Ele é perigoso, por favor espere, vamos encontrar vocês.

Anne encarou a arma, não, ela definitivamente não podia esperar por ninguém. Sua vida estava em jogo, não sobrava tempo para brincar.

— Ele não vai encostar em mim e em mais ninguém, porque eu vou matar esse filho da puta, Sarah.