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Um mês havia se passado e Anne havia visitado o Van Dijk, quase todos os dias

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Um mês havia se passado e Anne havia visitado o Van Dijk, quase todos os dias. Sarah não sabia sobre aquilo e Ruel havia colaborado, dando todas as respostas, contanto que Anne prometesse continuar com as visitas.

A matéria estava pronta e Anne havia pego um exemplar antes de ser publicado, apenas para levá-lo até o garoto.

Ruel escutou atentamente, enquanto Anne lia cada linha da matéria, que havia ficado muito maior do que o previsto. O Van Dijk sorriu satisfeito, enquanto escutava as respostas falsas que havia dado, Anne nem sequer havia percebido, ele sabia que ela era mesmo burra.

— Ficou ótimo Anne, bom trabalho. — Ela sorriu, agradecendo em seguida. — Interessante, agora eu sei onde você estuda.

Anne ainda não havia se acostumado com o sarcasmo que ele carregava. Ruel sabia que ela sentia medo e usava aquilo, para brincar com ela.

— Sabe Anne, estou surpreso com a sua lealdade, você tem estado comigo durante um mês e sabe como eu contei? — Anne negou, então Ruel mostrou o braço cortado.

Cada linha representava um dia e aquilo fazia Anne sentir-se incomodada. O corte mais recente ainda sangrava e aquilo causava muita agonia na garota.

— Posso te considerar uma amiga? — Anne assentiu. — Diga Anne, eu quero escutar a sua voz.

— Sim, somos amigos.

— Boa garota. — Ele sorriu, sentando na cadeira de forma despojada. — Eu tive uma melhora desde quando você chegou, recebi elogios de todos os enfermeiros.

— Fico feliz por você.

Mentirosa, Ruel pensou.

— Amigos ajudam uns aos outros? Certo? — Anne assentiu, sem entender onde ele queria chegar. — Eu ajudei você com o seu jornal e agora preciso da sua ajuda, Anne.

— O que você quer? — Ruel encarou o enfermeiro e após se certificar de que ele estava concentrado no celular, se aproximou mais dos buracos de onde o seu som saía.

— Quero que me ajude a sair daqui.

Anne travou por alguns segundos, ele estava mesmo pedindo aquilo? Não, ela definitivamente não poderia fazer algo daquela dimensão.

— Eu simplesmente não posso, me desculpa mas você ainda é um criminoso.

— Eu estou aqui há quase três anos pode parecer pouco mas passar todo maldito dia preso aqui dentro, é como uma eternidade. Se eu tivesse que fazer mal a alguém, eu com certeza já teria feito. Eu só quero recomeçar Anne, pela primeira vez, eu estou tendo sentimentos por alguém e eu sinto que eu mudei.

Anne sentiu seu coração doer, parecia haver sinceridade nas palavras dele e mesmo que aqueles olhos vazios não demonstrassem, ela sentia que ele estava sendo verdadeiro.

— Mas eu entendo se você não acreditar em mim, eu também não acreditaria em um cara que está preso em um manicômio. — Ele suspirou. — Mas você é a minha única esperança. Posso contar com você, Anne? — Ruel encostou a mão no vidro, enquanto sorria esperançoso.

Anne então encostou a sua mão na superfície gelada, ansiosa pelo dia, em que sentiria aquele toque em sua pele.

— Sim Ruel, eu vou tirar você daqui.

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