Ela estava numa ilha paradisíaca ao norte da america central, sem saber ao certo como chegou ali. Não tardou em desbravar a desconhecido.
Ela não parecia ela.
A sensação de estar em outro corpo era palpável, já que nunca viajou para mais longe de noventa quilômetros de casa, onde era o litoral mais próximo e jamais tenha ido a uma ilha.
Ali, onde se encontrava, parecia que tinha sido transportada para aqueles comerciais turisticos, com uma areia branquinha e fina, que fazia uma massagem em seus pés conforme caminhava em busca do horizonte, a água translúcida e gelada, de tempos em tempos lhe cobria os pés com suas ondas lentas e constantes. Olhando para chão viu que as conchas eram as mais bonitas de toda a sua existência.
O sol dava um leve frescor em sua pele, não aquecia, enquanto caminhava era como se vento penteasse todos os seus pêlos. Cada vez mais abismada com tudo que via.
Reparou que estava sozinha. Como era possível, estar em um lugar tão lindo assim, podia até pensar em perfeição, enquanto baixava e enfiando seus dedos na terra, a sensação foi tão boa que chegou a fechar os olhos, absorvendo aquele cheiro de água salgada da brisa do mar que chegava em seu rosto. Teria que guardar este momento de alguma forma, por isso evitou abrir os olhos para continuar absorvendo as sensações.
Ouvindo o ressoar das ondas na areia como se fosse a mais bela e calma melodia, ouviu bem ao longe uma gaivota cantando, como se ali fosse seu palco e ela, a maior platéia. Era maravilhoso, os sons se encaixavam num ritmo perfeito, que foi inevitável se sentir feliz e sorrir. Sua boca secou pela brisa que insistia em lhe acarinhar a pele foi quando sentiu o sabor salgado do mar de leve enquanto passava a língua pelos seus lábios retomando a umidade para ali.
Aquele seria o lugar perfeito para todos os outros momentos de sua vida que ainda estavam por vir. Extasiada por tudo que sentia, decidiu que deveria contar para alguém tudo que estava sentido, que tinha descoberto.Então abrindo os olhos e levantando lentamente, percebeu que estava em sua cama, o ventilador girando de tempos em tempos, lhe descobria os pés tirando o cobertor fino que estava sobre eles, o suor te cobria a face, típica de noites quentes de verão de onde estava.
A realidade lhe acolheu como uma velha conhecida, e antes que tudo se perdesse pegou seu celular, companheiro de momentos longos e curtos, procurou o programa onde ela, às vezes, se derrama dos sentimentos mais estranhos, novos, e começou outra vez antes tudo se sumisse de sua memória.
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Somente Algumas Palavras
NonfiksiAlguns textos, crônicas, contos, relatos, desabafos. As vezes, pode ser uma poesia, declamando um amor lindo e puro. Ou, algumas palavras verbalizando lágrimas que transbordam as máculas da alma. Nada além de algumas palavras soltas, no intuito d...