KLEMENT | Capítulo Três

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Klement Maczýc

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Klement Maczýc

Droga!, penso quando entro no saguão do navio e a música eletrônica entra nos meus ouvidos. Os soldados estão comemorando e gritando enquanto bebem cervejas nas mesas e outras bebidas também.

Na mesa na ponta do saguão vejo os irmãos Scafidi sentado junto com o meu pai. Eles três riem enquanto uma moça serve mais bebida para eles. Ela passa a mão no ombro do meu pai que sorri em sua direção. Não julgo o meu pai. Ele está viúvo há sete anos... sei que ele ainda sai com algumas mulheres por aí, mas nós nunca tivemos uma conversa sobre uma possível madrasta. Na verdade, nem me importo com isso. Meu pai enfia a salsicha dele aonde ele quiser.

― Novato! ― olho para o lado e Edmund Ross acena na minha direção. ― Se junte a nós.

Olho para a mesa onde está meu pai e bufo, me viro e caminho na direção da mesa que Edmund está sentado. Sozinho. Me sento na sua frente e ele sorri, parece me analisar.

― Porque está sozinho? ― pergunto.

― Eu gosto de ficar sozinho às vezes. ― responde ele.

― Hum.

― Ainda está bravo com o seu pai? ― pergunta ele bebendo um gole da caneca de cerveja.

― Não te interessa. ― respondo.

― Você ainda está muito espinhento. Merece uma bebida. ― ele ergue a mão e assobia.

― Eu não sou muito chegado a bebida, eu prefiro...

― Relaxa. ― diz ele. ― Você está em família aqui. Ninguém vai te julgar.

― Mas...

― Obrigado Lily. ― diz ele quando a mesma moça que estava sorrindo para o meu pai deixa uma caneca de cerveja em cima da nossa mesa.

Lily sorri e se afasta. Ross empurra a caneca de cerveja pela mesa na minha direção.

― Beba e curta o momento de calma. ― diz ele. ― Não sabemos quando será a nossa próxima missão.

― Por isso mesmo. ― respondo. ― Deveríamos nos manter sempre alertas.

Edmund apenas ri da minha resposta e fica olhando da caneca para mim.

― Ok. ― respondo com um suspiro. ― Eu bebo.

― Ótimo, eu sabia que você ia ceder. ― responde ele.

Mostro meu dedo médio para ele enquanto bebo um gole cheio da cerveja amarga que desce pela minha garganta. Faço cara feia quando coloco a caneca de volta na mesa.

― É... você tinha razão mesmo quando disse que não era tão chegado. ― diz ele.

― Eu falei. ― respondo.

― Pelo menos estamos em família. ― diz ele.

De assassinos, acrescento na minha cabeça.

― Porque você trabalha para os Scafidi? ― pergunto.

― Conheci Lennon na faculdade em Cambridge. ― responde Ross.

― Uau. ― digo. ― E o que levou você a não fazer a faculdade que fazia?

― Eu era faxineiro do prédio. ― responde Ross.

Abro a minha boca, mas não digo nada. Ross sorri.

― Lennon disse que poderia me dar uma oportunidade de ganhar até seis vezes mais do que eu ganhava na época. ― continua Ross. ― Meu pai tinha esclerose múltipla e minha mãe não trabalhava para ficar com ele. Eu tinha que colocar dinheiro em casa e minha irmã mais nova estudava para ser a médica da família. Então eu aceitei para ter mais dinheiro para o tratamento do meu pai. Infelizmente o meu pai morreu no meu terceiro mês de serviço para o Lennon. Agora eu só mando dinheiro para minha mãe e minha irmã.

― Elas sabem que você é assassino? ― pergunto.

― Elas sabem que sou um dos chefes de segurança de uma das famílias mais ricas da Europa. ― responde Edmund Ross, e parece que ele tem orgulho disso.

― Parabéns. ― digo e bebo mais um gole da minha cerveja. ― Ela é forte...

― Não bebe muito rápido para não ficar bêbado. ― diz ele.

― Eu não fico bêbado. ― respondo sorrindo para ele que está esboçando uma cara de “Hã... jura?”.

* * *

Eu falei que você ia ficar bêbado. ― diz Edmund Ross quando me apoia no corredor enquanto me leva para o meu quarto.

― Eu nem estou tanto assim... ― respondo. ― Eu sei tudo o que eu fiz e tudo o que eu pensei.

― Você lembra de ter cantado sem camisa em cima da mesa?

― Isso não aconteceu. ― digo. ― Aconteceu?

Ele ri.

― Não, mas seria engraçado se tivesse acontecido. ― responde Ross.

― É aqui. ― aponto para o número 38 na porta do meu quarto. ― Obrigado. ― digo m soltando do apoio do braço de Ross, mas...

Acabo me desequilibrando nos meus tornozelos e caio no chão rindo. Ross se agacha.

― Está tudo bem, Klement? ― pergunta ele.

― Isso é muito engraçado. ― respondo e vejo ele sério. ― Porque você não está rindo?

― Porque você poderia ter se machucado. ― responde ele.

― Ah, Ross... não se preocupa. ― respondo. ― Eu sou de ferro... me ajuda aqui.

Estendo minhas mãos e ele se levanta as pegando e me puxando. Fico de pé em instantes, mas o mundo roda para mim e acabo caindo contra o peito de Ross que com o meu peso surpresa tomba para trás e ficamos assim deitados no chão no meio do corredor.

― Desculpa. ― digo.

― Está tudo bem. ― responde ele.

― Acho que eu não devo mais beber tanto... ― digo e sinto sua respiração na minha direção. Estamos tão pertos...

Olho para os olhos acinzentados de Ross e ele sorri na minha direção.

― O que está pensando em fazer, Klement? ― pergunta ele.

― Uma cagada... ― respondo e me curvo colando minha boca na dele.

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Nota do autor: nossa que rápido... a bebida ajuda muito, ain adoro! Quem diria que Ross e Klement tiveram alguma coisa no passado hein? Beijinhos e até o nosso próximo encontro.

🎵 Música tema desse cap: Dreams (Will Come Alive) - 2 Brothers On The 4th Floor 🎵

ARQUIVO FAMILIAR - Os Irmãos Scafidi #Contos | Em AndamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora