Dusk till Dawn // {JJK+PJM} [HIATUS]

⋈ C A PIT U LO I ⋈

Jungkook sentia seus braços arderem. Seu cheiro estava misturado a um tanto mais de ervas. Ao se olhar no espelho viu que sua pele brilhava igual a areia do deserto, milhares de partículas douradas refletiam o pôr do sol. Se não fosse a ocasião, diria que estava belíssimo, porém ao escanear novamente a imagem refletida seu olhar se transformou, não estava indo a uma festa, muito menos o casamento seria próspero e feliz. Se tudo desse certo, acabaria naquela noite e ele sobreviveria para livrar seu povo daquele tirano.

Seus olhos vorazes miraram o quarto em que estava, era tudo muito bonito, enquanto a porta era escancarada e um guarda pedia para acompanhar. Havia chego a hora. Ninguém mais poderia fazer algo por si, a não ser ele mesmo.

Entrou em um salão totalmente decorado para um evento real, tanta exuberância para algo que acabaria dali algumas horas, Jungkook pensou em quantas famílias de Neukkdae poderiam ser alimentadas com o dinheiro gasto ali, com certeza seriam muitas. Parou em frente a duas portas de madeira com entalhes perfeitos de lobos e sabia o que encontraria ali. Os guardas ao seu lado abriram as portas e ele foi atingido por diversas cores e cheiros, seu olfato farejava desde chocolate até cedro molhado pela chuva. Ao levantar o olhar, encontrou dois olhos severos e ameaçadores, ele estava sentado em uma espécie de trono, todo vestido de preto, com a sua coroa dourada reluzindo de acordo com as luzes do salão. O cabelo preto estava muito bem arrumado. Jungkook sustentou o olhar ameaçador do outro e caminhou sem hesitação nenhuma até parar a poucos metros do trono.    

Park Jimin sentiu o cheiro antes das portas abrirem. Lírios, violetas, bergamota e algo selvagem como ylang-ylang compunham o aroma curioso daquele ômega. Jimin estava ansioso para entender o porquê dele se voluntariar. Quem em sã consciência se jogaria de boa vontade para a morte? Será que pensaria que era glamuroso? Não conseguia compreender. Ao notar a movimentação perto das grandes portas, ele se aprumou em seu trono e olhou diretamente para o local onde um jovem alto e esguio observava o salão com seus olhos enormes. Notou que ele tinha proporções diferentes para um ômega e além do seu cheiro, ele parecia muito exótico para seus olhos que já tinham visto vários e vários ômegas atravessando aquele local. Quando Jeon parou em frente ao trono, o alfa desprendeu seu aroma, fazendo com que alguns presentes segurasse a respiração. Jungkook só identificara um único cheiro de almíscar, profundo e quente, assim como os olhos daquele ser.

    — Ômega — ouviu a voz do outro dizer.

    Jeon sentiu algo dentro de si responder antes dele abrir a boca. Seu lobo, antes revoltado e injuriado com a possível morte, agora estava em alerta e desconfiado com a voz quente que estava a ouvir. Seus instintos gritavam para não confiar em nada que visse, ouvisse ou sentisse. O trabalho dele ali, era apenas acabar com aquilo na primeira noite. E ele tinha certeza que conseguiria.

    — Alfa —  Jungkook disse com a voz mais submissa que conseguiu. Ele saberia que o alfa conseguiria sentir qualquer reação controversa de seu discurso, por isso teria que fingir muito bem.

    Os ritos nupciais foram concluídos e Jeon Jungkook foi apresentado como o mais novo esposo do Rei de Neukkdae. Se fosse em qualquer outra circunstância, esse dia teria algo para se comemorar, famílias seriam chamadas, oferendas realizadas, desejos seriam proferidos e a celebração terminaria com a consumação do casamento. Porém ali, naquela sala, tudo era diferente. Ao ouvirem as badaladas do relógio indicando que o pôr do sol estava próximo, todos os presentes se dispersaram, Jimin deixou o ômega sozinho e se recolheu aos seus aposentos. Jungkook foi levado até um quarto muito bem decorado, onde uma pequena ceia o esperava. Criadas estavam a postos para trocar-lhe e perfumar mais ainda o ômega, que negou veemente. Não precisaria nada daquilo.

    Ao se sentar para  comer, notou todos os talheres dispostos à mesa. Garfos, colheres e facas, separou uma que lhe pareceu a mais afiada e guardou abaixo das almofadas que enfeitavam a cama. Usaria a faca para golpear o alfa. Comeu todos os alimentos pacientemente e ao se sentir satisfeito, resolveu explorar o quarto. Ao chegar em uma sacada que havia à sua disposição, encarou a movimentação da cidade abaixo. As pessoas iam e viam de suas casas, as ruas iluminadas e algumas vozes ao longe poderiam ser ouvidas, pensou em Jongin, como ele gostaria de ver isso do alto. Ao notar que já não estava sozinho, virou-se esperando dar de cara com o Rei a sua espera no quarto, mas tudo o que encontrou foi um par de olhos azuis selvagens lhe encarando.

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Mais um capítulo dessa obra. 

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Até o próximo.