Capitulo 8

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— Guilherme. Ele diz estendendo sua mão para mim, mas não faço nenhum movimento que indique que irei cumprimentá-lo de volta.


— É muito feio não cumprimentar de volta.— Ele diz agora com um sorriso nos lábios que estão um pouco machucados. Tudo isso aconteceu porque ele resolveu me defender. E isso me faz lembrar que nem mesmo parei ainda para agradecer.


— Desculpa...e obrigada. — Finalmente estendo minha mão para ele. Você está se perguntando se senti aquele famoso choque não é verdade? Pois bem choque elétrico não seria a palavra certa apesar de ser fisicamente possível. Mas é uma sensação de reconhecimento como se finalmente estivesse sendo apresentada a alguém que realmente esperava ansiosamente para conhecer.

— Está tarde pra você ficar andando sozinha assim. Ele diz sério enquanto olha para o relógio em seu braço.


— Obrigada mesmo. Digo novamente.


Um silêncio desconcertante se faz e ele permanece me olhando e não diz mais nada. E eu não sei o que faço com as minhas mãos se mexo nos cabelos se coloco nos bolsos.


Affss.


Olho meu relógio e vejo que já está mesmo tarde, minha mãe vai me matar quando chegar em casa.


— Tenho que ir. Digo mas na verdade meu subconsciente grita:

FICA! FICA!


— Eu também tenho..sua casa é muito longe daqui? Ele pergunta


—Não só mais algumas quadras pode deixar eu me viro sozinha daqui...obrigada. Digo e meio relutante me viro ficando de costas para ele..


Três passos, foi o que dei antes de sentir ele se aproximar e ficar ao meu lado.


—Então se não se importar eu te acompanho até em casa. Ele diz meio ansioso esperando minha resposta.


Eu poderia dizer: Não precisa, mas a quem vou enganar? E assim até me sinto mais segura sabendo que está ao meu lado. Então só confirmo com a cabeça.

Faço o restante do percurso até em casa e durante o curto caminho não trocamos mais nenhuma palavra. Acho que ele só quer mesmo se certificar de que chegarei bem em casa.


—Chegamos aquela ali é minha casa. Digo apontando para a casa de fachada na cor amarela, com jarros de flores em cada lado da porta. Mesmo sabendo que tenho que entrar logo em casa permaneço imóvel ao seu lado.


—Então acho que fico por aqui já que sei que estará em casa sã e salva. Diz ele com seu lindo sorriso no canto da boca.


Se ele soubesse que minha mãe pode arrancar minha pele comigo viva por chegar tão tarde talvez até entra-se junto.


Não seria uma má idea, penso comigo.


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