Recomeço - Destinos Entrelaçados Vol 01

Capítulo Doze

Dylan

'' — O que você fez? — Pergunto em voz baixa olhando para o Mason que está todo machucado.

— Protegi você, como prometi que faria. — Mesmo que ele tente fazer parecer que não é nada demais, sabemos que é.

— Não faça isso. Não vai aguentar a noite inteira. — Suplico sentindo meus olhos marejados.

— Ei, não se preocupe. Sou forte o bastante para aguentar mais essa noite. Não é a primeira e nem será a última. — Seus olhos estão vazios e sei que os meus estão iguais. É o vazio de alguém que já foi quebrado em vários pedaços.

— Vamos garoto. Estão esperando. — George o chama e o abraço tentando mantê-lo por perto mais um pouco.

— Te vejo amanhã irmão. — Diz no meu ouvido e se levanta andando devagar até a porta.

Fecho os olhos e tento me força a dormir, mas é uma missão impossível. Não se pode dormir a noite, não aqui. Estou aqui há meses e não tenho esperança alguma de sair, não vivo pelo menos. Mason faz o possível para me manter seguro, mas não irá durar para sempre.

Alguns dias depois...

Já fazem dias que não vejo Mason. Não o vi no dia seguinte e isso me apavora. Quero pensar que ele conseguiu fugir, mas sei que não faria isso sem mim.

George entra no quarto e anda na minha direção com um sorriso assustador.

— Vamos conhecer alguém hoje. — Me puxa e sinto todo o meu corpo tremer de medo.

— Quem? — Pergunto mesmo sabendo que não terei a resposta.

Entramos em outro quarto e vejo vários homens reunidos. Sinto vontade correr ou gritar, mas me forço a permanecer quieto. George não aceita bem garotos teimosos.

— É ele? — Um homem sentando no canto do quarto pergunta me fitando.

— Sim, senhor. Quer um quarto privado ou prefere dividir? — O tom macabro me deixa ansioso, mas por algum motivo o homem sentado não me deixa assustado.

— Obviamente quero um quarto privado. Tire todos daqui. — Sua voz é grave e contém uma autoridade que faz todos no quarto abaixarem a cabeça e saírem.

Todos saem e ficamos sozinhos. Fico parado no lugar sem saber o que fazer ou se devo falar alguma coisa. O homem se levanta e me lança um sorriso pequeno.

— Sente-se. — Ando em direção a cama sem abaixar a cabeça, não importa o que aconteça, preciso ter pelo menos um pouco de dignidade.

— Seja lá o que for fazer comigo, por favor, faça logo. — O vejo suspirar e andar em passos lentos até mim, se abaixando e ficando na minha altura.

— Jamais faria algo com uma criança. Mason não te protegeu por tanto tempo, para que eu estrague tudo agora. — Sinto meu coração apertar ao ouvir seu nome.

— Onde ele está? — Já temendo o pior, lágrimas ameaçam descer por meu rosto.

— Ele estava muito machucado. As pessoas aqui não gostaram das interferências dele para te proteger, então deram um jeito nisso. Mas, conseguimos salvá-lo. Demorou um tempo, já que tinha homens vigiando o lugar em que o jogaram. Mason está a salvo e vamos fazer o possível para que o mesmo aconteça com você. — Pela primeira vez em meses, sorrio. Só de saber que Mason está livre me faz feliz.

— Obrigado! — Não sei o que vai acontecer comigo a partir de agora, mas nada vale mais do que a liberdade da pessoa que cuidou de mim esse tempo todo.