the ghost of you || Stony

Two

So I'm just a dead man crawling tonight, 'cause I need it.

Não sei por quanto tempo eu chorei. Sei que Sam entrou depois do que me pareceu uma eternidade, me abraçando e pedindo para que eu respirasse. Agradecia em momentos como esse a estadia de Sam no programa de apoio psicológico do exército.

— Tente se acalmar. A situação está difícil para todos, Steve. – nego com suas palavras.

Estava difícil para todos. Estava. Mas não queria saber da dor que os outros sentiam, apenas queria saber da minha dor, do jeito que meu peito parecia ser perfurado por agulhas ou como não conseguia respirar sem sentir a mesma sensação de quando descobri a forma que ganhamos a batalha.

— Você nunca vai aprender a fazer o que mandam? – grito assim que entramos no complexo.

Tony deixa com um baque alto seu capacete sobre a bancada, virando para olhar para mim com ódio. Não, algo mais leve, raiva, talvez.

— O que mandam eu fazer é sempre idiota. O meu jeito é muito melhor!

— Você quase morreu!

— Mas não morri! Quem dera tivesse, me pouparia de outra noite ouvindo você cagar na minha cabeça com sua moral idiota!

— Que droga, Tony, eu me preocupo com você!

— Pois não deveria, você mesmo não disse que eu era um caso impossível? – engoli em seco.

— Isso faz muito tempo. – meu tom é baixo.

— As palavras não envelhecem, Cap. – sua voz era rouca.

Rouca como quando ele estava para chorar.

Respiro fundo e me aproximo com cuidado. Cuidado que usava em missões de resgate.

Coloco minha mão em seu braço, ele não me olha em retorno. Abaixo-me até o nível de seu olhar.

— Nunca vou poder apagar essas palavras, eu sei. Mas peço que me desculpe. – a cor de whiskey me brinda com um flash de luz – Me desculpa.

— Espero que você peça desculpas de uma forma muito mais elaborada do que essa. – sorrio e ele também.

— Você é exigente.

— Eu sou Tony Stark.

E, ali, perto e ao mesmo tempo longe demais, quase selei nossos lábios pela primeira vez. Mas Tony se afastou antes que agisse de forma inconsequente.

Um soluço alto demais me escapa. Sam tenta me silenciar me puxando de encontro ao seu peito. Enrolo-me contra ele como uma criança, chorando como uma também.

— Ei, punk, estamos aqui. – a voz de Bucky faz o bolo em minha garganta aumentar.

Estava me afogando mesmo com eles dois tentando ajudar.

Não seria útil para eles dali em diante. Sabia disso.