XXI

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O destino é como uma cobra,
quieto e sorrateiro.
Ele trás o passado
para o presente em um
piscar de olhos.
-PanaPanda

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A exatos cinco dias após a discussão no escritório da mansão Uchiha, fora dado início ao longo percurso até a grande aldeia de Suna, onde novos acordos seriam feitos e um passado doloroso voltaria átona com força para destruir ainda mais o frágil coração que aos poucos reerguia-se da grande queda que teve a tempos atrás.
Dentro da carruagem puxada por fortes cavalos negros um homem com expressão calma e cansada mantinha-se atento ao caminho pela janela da locomoção, a manhã era gélida e a pouca cerração ainda mantinha-se presente em meado as grandes árvores ais quais enfeitavam o caminho de terra. A mulher loira mantinha-se entediada ao lado do moreno que pouco fazia de sua presença, os pensamentos femininos desde a discussão não eram mais os mesmo, por muitas vezes perguntou-se o por quê de a vida não ser justa, e como esperado a resposta não veio como muitas outras ais quais esperou. Não estava arrependida de tudo que havia feito mas algo pesava em seu consciente e aquilo incomodava-lhe muito, talvez devesse pedir desculpas a Madara para ver se esse incômodo sumia de vez mas as palavras formuladas mentalmente não saíam pelos lábios pintados em tom vermelho carmesim, os olhos azuis percorreram de suas mãos juntas sobre o colo até a face do Uchiha que prendia a atenção a paisagem pela vidraça. A respiração tornou-se pesada enquanto analisava o rosto do outro, por mais que sempre estivesse com a feição fechada e com cara de poucos amigos o homem a seu lado era bonito, e não entendia como não conseguia conformar-se de estar bem com ele, de tentar fazê-lo esquecer aquela mulher que ele clamou seu nome enquanto derramava-se em si na lua de mel, de tentar agrada-lo e dar-lhe uma família, não conseguia de forma alguma fazer tais coisas, talvez Madara não fosse o homem que almejou em seus sonhos, que pensou estar sentado em um cavalo branco trajando uma armadura reluzente pronta para salvar-la e levar-lhe para seu castelo onde à desposaria e seriam feliz para sempre.

ㅡ Madara? _ A voz saiu em um sussurro baixo, as mãos tremiam e as lágrimas já saiam de seus olhos azulado como o céu. ㅡ Desculpe-me por tudo que lhe fiz passar, sei que sou um peso em sua vida e que nunca fui uma boa mulher, nunca cumpri meus deveres como esposa e muito menos consegui lhe dar um filho. Sei que não me ama, que nunca iria casar-se comigo e caso tivesse a opção de nunca tê-lo feito não recusaria uma fuga. Minha mãe teria vergonha do que me tornei caso estivesse viva, ela sempre torceu para um bom casório e nunca faltou-me ensino para ser uma mulher presente para meu marido, mas eu fraquejei, eu à decepcionei.

As lágrimas desciam grossas pelo rosto feminino, o moreno apenas ouvia-a sem olha-la porque caso fizesse de certeza seria fraco e frágil, agiria de acordo com o momento e iria consola-la. A respiração era calma porém emanava pesar, com uma aspiração forte fechou os olhos e virou-se para a mulher que encontrava-se aos prantos encarando-lhe em busca de ao menos compreensão, os olhos ônix abriram-se e fitaram as orbes azuladas sem o brilho que costumava ter quando via-a feliz nas festividades que produzia.
Com a mão direita limpou as lágrimas que escorriam de um lado do rosto da Yamanaka, por mais impiedoso e arrogante que fosse ele via verdade no fundo daqueles olhos chorosos, via verdade nas palavras da mulher e via arrependimento em sua face.

ㅡ Eu lhe perdoo, Ino. _ Disse calmo pondo uma mexa dos fios loiros atrás da orelha da mulher que esboçou um sorriso de gratidão. ㅡ Eu entendo seus motivos, mas não quero um recomeço, não quero que tente me amar e muito menos tente me dar uma família.
ㅡ Por que?
ㅡ Porque eu amo outra mulher, meu coração pertence a Sakura e por mas que eu não saiba seu paradeiro irei ama-la da mesma forma que cinco anos atrás, não importando a distância. _ Respirou profundamente enquanto olhava a feição triste da loira ao seu lado, Ino realmente queria tentar um recomeço mas não estava em posição de questionamentos e muito menos de briga apenas iria aceitar as palavras do homem. ㅡ Me desculpe.
ㅡ Tudo bem, sei que conseguirá acha-la um dia. _ Sorriu mas seu sorriso era embargado em tristeza, não queria abrir mão de Madara mas as vezes é melhor soltar a corda do quê puxa-la mais e mais para si e não obter resultados, apenas machucados.

Sentiu o moreno acariciar-lhe a bochecha e viu o mesmo aproximando-se, quando perto o suficiente sentiu sua testa ser beijada, um beijo calmo e carinhoso. Madara poderia ser um homem agressivo muitas das vezes mas ele também era um humano que, querendo ou não, ainda possuía sentimentos.
A carruagem parou quando a aproximação fora desfeita, tinham chegado a seu destino, o cocheiro fora a porta da carruagem abrindo-a para que a Yamanaka saísse e assim ela fez acompanhada do Uchiha que lhe cedeu o braço direito para adentrarem o grande castelo de Suna.

O jardim aos poucos era decorado com lindas flores, por mais que metade da aldeia localizava-se em meado ao deserto o grande castelo da família Sabaku pegava aos fundos a grande floresta que fazia a divisa com Konoha, facilitando terem um jardim particular. Sakura andava de um lado ao outro com uma cesta repleta de flores em mãos correndo atrás do pestinha mais novo da família de Gaara, o ruivo apenas observava de longe seu irmão dar voltas e mais voltas ao redor da governanta do castelo que mantinha os cabelos róseos soltos com uma tiara de flores sobre as madeixas exóticas, por mas que estivesse estressada e cansada pelo pequeno Kiury ter dado-lhe trabalho a manhã toda não retirava o majestoso sorriso de seus lábios rosados. Desde que o pequeno começou a gostar de si desenvolveu um imenso carinho pelo menor e com isso a felicidade, por mas que mínima, surgiu em si.

ㅡ Gaara, meu filho! _ A matriarca do castelo Sabaku gritou seu primogênito ao longe vendo-o encarar a rosada que corria atrás de seu filho mais novo. ㅡ Temos visita!
ㅡ Mamãe! _ Gritou o menor já no colo da rosada que vinha caminhando calmamente sobre a grama bem aparada. ㅡ Tia Kura tava brincando de pegar comigo.
ㅡ Não estava não, seu teimosinho! _ Fez bico enquanto aproximava-se com o garoto da mãe para entregar-lhe. ㅡ Peço desculpas milady, por não estar fazendo os preparativos, mas o senhor Kiury me deu um trabalhinho e Gaara não quis ir pega-lo.
ㅡ Tudo bem Sakura.
ㅡ Quem veio nos visitar, mãe?

O primogênito dos Sabakus chegou por trás da Haruno enlaçando a cintura feminina, os olhos analistas da matriarca da família não deixou que tal ato passasse despercebido e esboçou um lindo sorriso, por mais que não apoiasse relações com os empregados da residência a garota de cabelos cor de rosa era diferente, considerava-a como uma filha e por mais que ela ainda chamava-lhe de "milady" mesmo tendo pedido para que lhe chamasse pelo seu primeiro nome a mesma dizia ter acostumado-se. Antes que qualquer um presente ali pudesse dizer algo um casal passou pelo hall da porta, a figura masculina aos olhos esverdeados era desconhecida pois o pequeno Kiury tinha o pequeno e delicado corpo a frente de sua visão, todavia a figura feminina que entrou em seu campo de visão causou-lhe um incômodo.
O rosto daquela mulher era conhecido mas não lembrava-se de onde o vira, forçava a memória mas nada vinha em mente, inerte ao momento atual não ouvira uma palavra do que a matriarca disse até o fantasma de seu passado reaparecer.

ㅡ Estes são, Madara Uchiha e Ino Uchiha. _ Apresentou com felicidade a matriarca para seus filhos. ㅡ Vieram para tratar de assuntos com seu pai.

Agora ninguém estava em seu campo de visão, nada lhe impedia de encarar o homem que amou por dolorosos anos junto da mulher que ele havia escolhido a cinco anos atrás. Ambos estavam a sua frente como se nada no passado houvesse acontecido, os olhos analistas do moreno fitaram a rosada que mantinha a cabeça baixa. Os cabelos róseos passavam da cintura feminina, que possuía uma mão enlaçando-a, um incômodo surgiu em si e um nó fora dado em sua garganta, ela estaria com alguém? Ela havia casado-se com o primogênito da família Sabaku? Ela já tinha filhos? Ela havia esquecido-o e seguido em frente? Tantas perguntas que rondava-lhe a mente e não conseguia formular as respostas por si próprio, os pensamentos voavam e a sensação de perda rondava seu consciente, ele realmente teria perdido a mulher que tanto amava, logo agora que decidiu reconquista-la?

Dai-Me a Lua - MadasakuOnde histórias criam vida. Descubra agora