Endorfina

1.1K 42 0
                                    

Notas iniciais da autora: Olá, pessoal! Há algum tempo eu acompanho as histórias de Merluca aqui no Wattapad e resolvi publicar uma autoral que já vinha postando em outro site. Espero que gostem! Tentarei atualizar de 3 a 4 vezes por semana. Me deixem saber se estão gostando e querem que eu prossiga. Beijos e boa leitura ♥

**********

Endorfina é um neuro-hormônio produzido no organismo pela glândula chamada hipófise. Ela atua no organismo estimulando a produção de adrenalina e cortisol. E pode ser liberada durante a ingestão de alimentos prazerosos, ao sorrir e durante e após relações sexuais, diminuindo o estresse, ansiedade e depressão. Desde o casamento de Alex, Meredith sentia-se refém dos seus próprios pensamentos, sujos, indecentes e completamente fora de alcance e, sob efeito constante de endorfina. Seu corpo parecia uma fábrica do hormônio que a fazia acordar em êxtase com a figura protagonista em seus sonhos: Deluca. Ela havia tentado apenas confortá-lo e ele a beijara. Assim, sem aviso prévio. Por Deus. Sua irmã fora uma de suas ex-namoradas. Ela precisaria contar sobre o ocorrido? Não, definitivamente não. Havia sido um mal entendido. Iria se concentrar somente em seu imaginário inapropriado, afinal, em algumas horas Deluca estaria sob seu serviço e ela continuaria a exercer o papel de professora que lhe cabia.

Respirou fundo, sentando-se na cama. A casa ainda estava silenciosa e aproveitaria os minutos restantes antes das crianças acordarem para tomar um relaxante banho em sua banheira. Observou a água jorrar da torneira. Estava morna e convidativa. De repente, sua mente pregou-lhe uma nova peça e a fez relembrar das inúmeras vezes que havia estado ali com Derek. Suspirou, afastando as lembranças e despejou um pouco de sua loção preferida de lavanda, despindo-se em seguida. Entrou cuidadosamente e sentiu-se calma ali submersa. Pensou no longo dia que teria no hospital e torceu para que algum caso importante surgisse e a fizesse ficar todo o tempo dentro da sala de operação. Seu refúgio favorito. Fechou os olhos e concentrou-se no momento, não sabendo ao certo quanto tempo tinha passado até ouvir as vozes de Zola e Bailey no corredor.

O dia finalmente começara.

Secou-se e vestiu sua calça jeans preferida, camisa azul de botões e casaco. Era verão em Seattle, mas o frio predominava em quase todo anoitecer e como seu turno no hospital acabaria tarde da noite, queria estar prevenida. O cabelo estava solto em ondas vivas como o sol, fazendo-a admirá-lo naquela manhã. Ele sempre fora rebelde e fino demais para seu gosto. Recolheu sua bolsa e algumas papeladas antes de descer ao encontro dos filhos.

Amelia colocava cereal para as crianças e ela sorriu. Era bom ter companhia, embora tivesse sido difícil para ela se acostumar com a irmã de seu falecido marido em casa por um longo tempo.

– Bom dia, Zozo. – deixou um beijinho na testa de Zola, recebendo um grande sorriso em troca. – Bom dia, Bailey. – fez cócegas no garoto, fazendo-o gargalhar. – Bom dia, Elle Belle. – pegou a caçula no colo e a girou no ar. – Dormiram bem?

Era esse o ritual dos quatro todas as manhãs. Seu coração transbordava amor nesses momentos e a fazia se sentir grata aos deuses por tê-los.

"Derek tinha razão, ela odiaria ficar sozinha."

– Sim, mamãe. – Bailey respondeu. – A tia Amelia irá nos levar à escola.

– A tia Amelia é a melhor. – sorriu, olhando para a irmã. – Você está de folga hoje?

– Sim. Hoje é o primeiro dia de aula de Betty e eu não queria ficar pensando obsessivamente nas chances de ela fugir da escola e ir se drogar, então optei por passar aqui e ver meus sobrinhos. – suspirou.

– Certo. – Meredith tocou em seu braço. – Ela vai se sair bem.

– Mamãe, não esqueça da feira das nações do colégio, ficamos com o Brasil. – Zola avisou.

My ClarityOnde histórias criam vida. Descubra agora