Capítulo 7
Elena
Naquela manhã de quarta-feira eu já havia atendido duas amigas da antiga Amelia, respondido que estava bem após o acidente, e deixando em aberto a data que estaria disponível para um café com elas. Amigas eram um problema, poderiam notar com mais facilidade a diferença entre as Amelias de antes e a de agora. Obviamente Amelia nunca havia sido realmente amiga de ninguém, mas com certeza, havia afinidade ali.
Caminhei até o jardim e pude ver Vivienne andando um pouco sem rumo, apenas olhando as plantas. Estranhamente, essa semana ela não havia saído um dia sequer para seu compromisso, seja lá o que for.
Decidi que me aproximaria um pouco mais da matriarca da família, uma aliada sempre é algo favorável, tendo em vista que ainda não havia traçado um plano de como me livrar dessa situação que havia me enfiado.
- Admirando as plantas? – puxei assunto quando me aproximei.
- Ah sim, são belas. Gosto de vir aqui olhá-las de vez em quando. – respondeu sem pensar muito.
- Hum, são belas mesmo. – concordei. – Escute, Vivienne, gostaria de me acompanhar numa taça de vinho?
- Vinho? Mas não são nem meio dia ainda? – se espantou, ou pelo menos tentou passar isso.
- E o que tem? As crianças estão no passeio escolar, só chegarão depois das seis e Christopher também. – dei de ombro. – Somos mulheres ricas e entediadas, temos licença para beber. – brinquei.
- Bem... – ela sorriu. – Acho que você tem um ponto. – ela aceitou com um sorriso.
Começamos a andar para dentro da casa.
- Você joga cartas, Vivienne? – perguntei enquanto entrávamos.
- Pode apostar que sim. – ganhei o sorriso mais sincero que já vi essa mulher me oferecer.
**
- Ah não acredito, você é uma raposa! – exclamei já depois da enésima taça de vinho.
- Cartas são minhas amigas desde os tempos de faculdade, quando você ainda nem sonhava em nascer. – ela respondeu com ar vitorioso, afinal estava me dando uma surra em tudo que estávamos jogando ao longo daquela tarde.
- Estou vendo. Que malandra! – eu ria, tanto pela diversão da tarde quanto pela quantidade obscena de álcool que já havia ingerido junto com minha sogra.
- Estou adorando você desse jeito, Mellie. Solta, falando o que quer. – ela ria. – Você sempre se esforçou muito para ser quem você não era, parecia uma velha cheia de etiquetas, isso sim. – o álcool havia tirado toda a compostura da senhora a minha frente.
- O dinheiro deslumbra. – dei de ombros. – Acho que talvez eu me esforçasse pra fingir que sempre fui acostumada com ele, mas essa é a maior besteira. – rimos como duas hienas. – Resolvi me permitir, ser o que der vontade.
- E você está mais que certa. – ela concordou. – E eu tenho visto como Christopher tem ficado perdido com seu comportamento. – apontou em meio aos goles.
Decidi me aproveitar do momento.
- Eu não sei em que momento esse casamento perdeu o sentido, Vivienne, para ser sincera, não sei ao menos o motivo. – me fiz de desentendida. – Tenho sido uma péssima esposa, eu sei, mas quero mudar isso.
Ganhei sua atenção com isso.
- Eu confesso que nunca entendi esse casamento de vocês, mas não sou de me meter na vida do meu filho. – ela deu outro gole em sua taça. – O que sei é que um casamento tem que ter conversa e carinho, e isso nunca vi em vocês.
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The Counterfeit
RomanceElena Parker, definitivamente, não é uma boa moça. Após se envolver em uma grande confusão, com nada para deixar para trás, não hesita ao tomar a decisão que mudará sua vida para sempre.