Capítulo 9

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“ A Enteada do Meu Pai “

**Capítulo 9**

Nos dias seguintes, a empolgação pela festa tomou conta da casa. Eduarda e Manu se tornaram inseparáveis, passando horas no quarto de Manu, planejando todos os detalhes. A cada riso compartilhado, a conexão entre as duas se aprofundava, e Eduarda começou a sentir que estava, de fato, em casa.

Um dia, enquanto organizavam as playlists no celular, Manu fez uma pausa e olhou para Eduarda com seriedade.

- Você já pensou em como vai contar para sua mãe sobre tudo isso? Sobre a festa, quero dizer. (Ela perguntou, preocupada.)

Eduarda hesitou, lembrando da sua mãe na Inglaterra e da pressão que sempre sentia dela. A imagem da mãe, desapontada e frustrada, a perseguiu.

- Eu não sei… Eu só espero que ela não fique brava. (Ela confessou, olhando para o chão.)

Manu assentiu, compreendendo a luta interna da amiga.

- Sabe, talvez seja melhor falar com ela antes da festa. Dizer que você está se sentindo mais feliz e que isso é importante para você. (Ela sugeriu, com um sorriso encorajador.)

A ideia fez o coração de Eduarda acelerar. Ela sabia que tinha que enfrentar essa conversa, mas a ansiedade a consumia. Além disso, havia a questão de como contar sobre a suspensão no colégio. Eduarda sentia que isso poderia ser a gota d'água para sua mãe.

Naquela noite, ao se preparar para dormir, Eduarda pensou nas palavras de Manu. A conexão que estava construindo com sua avó e com Laura era inegável. Ela não queria que sua mãe a visse apenas como a filha problemática. Queria que ela soubesse que estava se esforçando para mudar e que estava feliz no Brasil, ajudando a planejar a festa de 17 anos de Manu.

Na manhã seguinte, após o café da manhã, Eduarda decidiu que era hora de falar com seu pai, o Sr. Luiz, que estava focado em sua campanha para a vice-presidência do Brasil.

- Pai, posso falar com você por um momento? (Ela pediu, sentando-se à mesa.)

Sr. Luiz olhou para a filha, notando a seriedade em seu olhar.

- Claro, filha. O que está acontecendo? (Ele perguntou, inclinando-se para ela.)

Eduarda respirou fundo, tentando encontrar as palavras certas.

- Eu… eu estou realmente animada com a festa da Manu. (Ela começou, a tensão ainda visível em seu rosto.) Eu quero que você e a Laura saibam disso. Isso significa muito para mim.

Sr. Luiz sorriu, percebendo a importância do momento.

- Estou feliz que você esteja se envolvendo. É bom ver você se adaptando. Mas e sua mãe? Como você acha que ela reagiria? (Ele perguntou, curioso.)

Eduarda hesitou, lembrando-se de sua mãe na Inglaterra e da maneira como sempre tinha expectativas altas para ela.

- Eu só espero que ela não fique brava. Eu… eu levei uma suspensão no colégio. (Ela disse, a voz tremendo.)

Sr. Luiz a observou, a expressão mudando para uma preocupação sincera.

- Eduarda, você precisa ser honesta com ela. Se você está se sentindo feliz aqui, isso é o que importa. A vida é feita de altos e baixos, e todos nós cometemos erros. (Ele respondeu, oferecendo apoio.)

Aliviada, Eduarda assentiu. O apoio do pai significava muito, mas ela ainda estava apreensiva em contar para sua mãe.

Enquanto isso, em um canto da sala, Laura, a mãe de Manu, observava a interação e sentia um misto de felicidade e apreensão. Ela também havia vivido seus próprios desafios, incluindo um romance com uma garota na adolescência que a fez sentir emoções intensas e confusas. Agora, guardava esse segredo em sete chaves, sabendo que nunca poderia contar a ninguém, nem mesmo a Eduarda, que estava ali, tão próxima da sua filha.

Certa noite, enquanto estudavam juntas no quarto de Manu, Eduarda se inclinou para pegar um livro, e suas mãos se tocaram. O contato fez Manu prender a respiração e, por um momento, as duas ficaram paradas, olhando uma para a outra. Eduarda, com um leve rubor no rosto, sorriu timidamente.

- Você está bem? (Manu perguntou, a voz um pouco mais alta do que o normal.)

- Estou… só… um pouco confusa. (Eduarda respondeu, suas palavras carregadas de significado.)

Manu respirou fundo, sentindo seu coração acelerar.

- Eu também sinto isso, Eduarda. Você não faz ideia de como é bom ter você aqui. (Ela confessou, mas logo percebeu que precisava ser honesta consigo mesma e com Eduarda.)

Manu hesitou, o olhar dela vagando para longe.

- Mas eu preciso ser clara… (ela começou, a voz hesitante.) Eu quero que sejamos apenas amigas. Não estou pronta para lidar com isso… com sentimentos por uma garota.

Eduarda sentiu um nó na garganta, a sinceridade de Manu a atingindo como um golpe.

- Eu entendo… (ela respondeu, a voz quase um sussurro.) Mas é difícil não sentir o que estou sentindo.

Manu fechou os olhos por um momento, buscando coragem.

- Eu realmente quero que a nossa amizade permaneça forte. (Ela disse, a tristeza refletida em seu olhar.) Não quero que isso estrague o que temos.

Eduarda assentiu, a emoção inundando seu peito. Ambas estavam cientes de que estavam enfrentando algo que poderia mudar sua amizade, mas o desejo de preservar o vínculo que tinham era mais forte.

Enquanto as preparações para a festa continuavam, a conexão entre elas se tornava cada vez mais complexa, preparando o terreno para um novo começo. Laura, que sempre acreditou no poder da amizade, sorria ao ver sua filha se abrir para novas experiências, mesmo sem saber de tudo que estava acontecendo.

Era o início de uma nova jornada para todas elas, onde o amor e a amizade se entrelaçavam de maneiras inesperadas.

Continua...

A Enteada Do Meu Pai.Onde histórias criam vida. Descubra agora