Capítulo 3

33 4 0
                                    

Lucas  e Marina eram colegas de escola e melhores amigos de Menandro, além de companheiros de religião. Num domingo belo e ensolarado marcaram de se encontrar numa grande parque da cidade, e sob uma frondosa aroeira jogavam conversa fora e planejam os próximo ritos.

-E como vão as coisas lá com teu padrasto, Mênan?- perguntou Lucas.

-Ah, nem me fale! Aquele homem anda colocando música gospel no último volume quase toda manhã!

-Uau! Canta, uma pra nós, então!Hehehe!

-Sem graça! Mas o pior não é isso. Aquele capeta disfarçado conseguiu persuadir minha mãe a voltar a frequentar uma igreja, a dele. Evangélica, não católica, como era a dela.

- E isso têm surtido algum efeito prático?- indagou a menina.

-Sim, pior que sim. Ela anda me questionando sobre nossas práticas religiosas, pergunta se ainda acredito em "deus", o porquê que escolhi esse caminho... Tudo que ela nunca perguntou.

-Talvez seja só curiosidade, um modo de se aproximar de você, não acha? - disse Marina.

-Não, não. Tem algo de suspeito no tom desses questionamentos.

- Vish... aonde acha que isso vai parar?- perguntou Lucas.

-Se eu não fizer nada, talvez até tentem me proibir de cultuar os deuses antigos, sabe como são esses cristãos.

- E o que pretende fazer? Sair de casa? - quis saber a garota.

-Eu não. Mas ele sim...

-Vai esquartejá-lo e colocar num saco de lixo? hehehehe- brincou Lucas.

- Não, isso é para ex-esposas ressentidas, gracinha. Hahaha! Bom, vamos ao que interessa. Não quero estragar meu dia com essas lembranças sórdidas.

-Certo. Como eu havia comentado, consegui falar com a minha tia de podermos fazer nossos rituais no sítio dela. - falou Marina - Ela disse que tudo bem, sem problemas.

- Que notícia ótima! - Menandro e o amigo sorriram.

-Bah, ritual ao ar livre? No meio do mato? Uau!!!

-Sim , muitas idéias perambulando pela mente também. E em breve será lua cheia, noite de Selene. Podemos já marcar de fazermos lá.

-Só espero que não aconteça nada por esses dias...- Menandro se perdeu em pensamentos de repente seu semblante obscureceu. - Opa, desculpa, viajei.

-Ok, compreendemos. Bom, eu trouxe um caderninho para anotarmos as idéias. Digam-me tudo, não me escondam nada. Hihihi!

Menandro - um conto neo-pagãoOnde histórias criam vida. Descubra agora